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William Shakespeare

William Shakespeare nasceu em 23 de abril de 1564, em Stratford-upon-Avon, na Inglaterra. Mais tarde, em Londres, fez sucesso como poeta e, principalmente, como dramaturgo. Sua obra se constitui, principalmente a teatral, como um rico cenário de reflexões sobre a condição humana, o que tornou Shakespeare um autor mundialmente lido e admirado pela força universalista de sua produção.

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Biografia de William Shakespeare

William Shakespeare nasceu em 23 abril de 1564, na Inglaterra. Seu pai, John Shakespeare (1531-1601), era vereador na cidade de Stratford. Em 1582, quando tinha 18 anos, ele se casou com Anne Hathaway (1556-1623), que já estava grávida.

Em 1588, Shakespeare se mudou para Londres, onde trabalhava como ator. Em 1592, porém, houve o fechamento dos teatros londrinos, pelas autoridades, em razão de uma epidemia que aterrorizava a cidade, e só voltaram a abrir dois anos depois.

Em 1593, o autor publicou sua primeira obra, o poema narrativo Vênus e Adônis, dedicado ao conde de Southampton, Henry Wriothesley, que passou a patrociná-lo. Além desse poema, o escritor também dedicou ao conde o poema narrativo O estupro de Lucrécia.

A partir desse período, William Shakespeare se tornou dramaturgo de uma companhia de teatro por quase 20 anos. Em 1596, seu filho, Hamnet, com 11 anos de idade, morreu. No ano seguinte, em 1597, com o sucesso como dramaturgo espalhando-se pela Inglaterra, comprou uma grande casa, onde morreu, em 23 de abril de 1616.

Local de nascimento de William Shakespeare, em Stratford, Inglaterra.
Local de nascimento de William Shakespeare, em Stratford, Inglaterra.

Características literárias de William Shakespeare

As peças teatrais de Shakespeare foram escritas no contexto do renascimento, período histórico marcado pelo antropocentrismo, ou seja, o homem era o centro do universo, ideia que se opunha à religião.

Ele foi o principal autor do teatro elisabetano, caracterizado por nascer e se estruturar durante o reinado da rainha Elizabeth I (1533-1603). Nesse período, a Inglaterra ainda mantinha certo vínculo com os valores medievais, o que fazia do teatro uma manifestação capaz de expressar a cultura religiosa e popular.

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Durante o período do teatro elisabetano, as peças deixaram de ser encenadas em igrejas e praças públicas para ganharem o espaço do teatro, o que as tornava mais profissionais e, portanto, rentáveis.

A principal característica de sua obra dramática é o seu caráter intertextual e nacionalista, uma vez que muitas de suas peças foram inspiradas em histórias da tradição oral de seu povo. Por exemplo, alguns estudiosos veem semelhanças entre a história de Romeu e Julieta e a lenda medieval de Tristão e Isolda.

Além desse caráter intertextual e nacionalista, o teatro shakespeariano tem um certo lirismo filosófico. Assim, suas tragédias, comédias, tragicomédias e dramas históricos têm uma perspectiva humanista e subjetiva, pois ressaltam os conflitos humanos.

Em relação aos sonetos, eles apresentam as características do classicismo. Shakespeare produziu os chamados “sonetos ingleses”, opondo-se ao soneto italiano. O soneto shakespeariano é composto por duas estrofes: a primeira com 12 versos, e a segunda com apenas dois (um dístico). Outra característica predominante é a presença de versos decassílabos, a chamada “medida nova”.

Veja também:  Luís Vaz de Camões – maior representante do classicismo em língua portuguesa 

Obras e fases de William Shakespeare

William Shakespeare é considerado um dos autores mais importantes da língua inglesa.
William Shakespeare é considerado um dos autores mais importantes da língua inglesa.
  • Fase 1

Nesse período, que corresponde às primeiras obras do poeta, há o predomínio do humanismo e da composição do gênero épico e lírico. A predileção por esses gêneros se justificava pelo fato de Shakespeare depender do patrocínio dos mecenas, os quais, como membros da nobreza, preferiam esses gêneros, ao passo que consideravam o gênero dramático inferior. São obras dessa fase:

  • Vênus e Adônis
  • O estupro de Lucrécia
  • Sonetos
  • Fase 2

A fase 2 corresponde ao período em que Shakespeare iniciou a produção de obras do gênero dramático. São dessa fase as peças históricas, as de comédias e as de temática amorosa. Constituem essa fase as obras:

  • Trabalhos de amores perdidos
  • A comédia dos erros
  • Os dois cavalheiros de Verona
  • Tito Andrônico
  • Romeu e Julieta
  • Ricardo III
  • Sonho de uma noite de verão
  • O mercador de Veneza
  • A megera domada
  • Henrique IV
  • Ricardo II
  • Henrique V
  • Noite de reis
  • As alegres comadres de Windsor
  • Fase 3

Essa fase corresponde ao período trágico de Shakespeare, em que o tom leve das peças anteriores dá lugar às tragédias e às comédias melancólicas. São desse período as obras:

  • Júlio César
  • Hamlet
  • Muito barulho por nada
  • Troilo e Créssida
  • Medida por medida
  • Otelo
  • Rei Lear
  • Macbeth
  • Antônio e Cleópatra
  • Coriolano
  • Fase 4

Como os autores de teatro começaram a sofrer perseguições do Estado e do clérigo, os dramaturgos se viram obrigados a recorrerem à proteção da nobreza. Como troca, suas obras foram adequadas ao gosto aristocrático. Desse modo, essa fase de Shakespeare é voltada à produção de tragicomédias. São desse período as obras:

  • Conto de inverno
  • Cimbelino
  • A tempestade

Romeu e Julieta

Possivelmente produzida entre 1593 e 1594, Romeu e Julieta tem como enredo a história, passada em Verona, interior da Itália, dos apaixonados Romeu Montecchio e Julieta Capuleto. Havia, entre os dois apaixonados, porém, um grande obstáculo: as duas famílias eram rivais. Em um baile, Romeu, que já era comprometido, vê Julieta e se apaixona perdidamente, a ponto de romper seu noivado com Rosalina. Juntos, Romeu e Julieta vivem, portanto, um amor proibido. Casam-se escondidos em uma celebração realizada pelo Frei Lourenço, um confidente de Romeu.

O príncipe de Verona, porém, decide exilar Romeu, já que este se envolveu em uma briga que resultou na morte de Teobaldo, primo de Julieta, e na morte de Mercúrio, amigo de Romeu. Julieta, desesperada com a partida de Romeu, pede ajuda ao frade que realizou o casamento.

O religioso dá a Julieta uma poção que faz com que ela pareça morta. Romeu, ao receber a notícia da suposta morte de sua amada, desespera-se e compra uma substância mortal.

Ao encontrar Julieta desacordada na cripta dos Capuleto, acredita que sua amada de fato morreu envenenada e toma o veneno que havia trazido. Julieta, ao acordar de seu sono, que simulava a morte, descobre que o amado está morto. Em desespero, pega um punhal que encontra e se mata.

William Shakespeare teria se inspirado na mitológica história grega de Píramo e Tisbe, casal de apaixonados que tem o destino trágico imposto pela morte por envenenamento.

Leia, a seguir, a Cena II do Ato II, momento em que Romeu vai até o jardim dos Capuleto e fala a Julieta, que está na sacada:

ROMEU

— Só ri das cicatrizes quem nunca foi ferido... (Julieta aparece na sacada de uma janela) Silêncio! Que luz é aquela na janela? É o sol nascente, é Julieta que surge! Desperte, sol, e mate a lua ciumenta, que está pálida e doente de tristeza, pois vê que você é mais perfeita que ela! Deixe de servi-la, já que ela é tão invejosa! Seu manto é esverdeado e triste como a túnica dos dementes: jogue-o fora! É minha dama, é o meu amor. Se ela ao menos soubesse!... Está falando ou não? Seus olhos falam... Respondo ou não? Sou muito ousado... não é a mim que ela fala. Duas estrelas devem ter emprestado o brilho a seu olhar. E se fosse o contrário? Seus olhos no céu, e o astros seriam apagados, como o dia faz com a luz das velas. E tanta claridade se espalharia no céu, que os pássaros cantariam, pensando que era dia com luar. Como ela apoia seu rosto na mão! Como eu queria ser uma luva em sua mão, para poder tocar aquela face!

JULIETA

— Ai de mim!

ROMEU

— Ela está falando!... Fale de novo, anjo brilhante, anjo glorioso no alto desta noite, que faz os mortais arregalarem os olhos e torcerem o pescoço para vê-lo, quando cavalga as nuvens preguiçosas e veleja pelo ar sereno.

JULIETA

— Romeu! Romeu! Por que você é Romeu? Negue seu pai, renuncie a seu nome. Ou, se não quiser, basta me jurar amor, e deixarei de ser uma Capuleto.

Acesse também: Gustave Flaubert – precursor do realismo na França

Frases de William Shakespeare

Estátua de William Shakespeare construída em 1874, em Londres.
Estátua de William Shakespeare construída em 1874, em Londres.
  • “Lutar pelo amor é bom, mas alcançá-lo sem luta é melhor.”
  • “É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que à ponta da espada.”
  • “Aceita o conselho dos outros, mas nunca desistas da tua própria opinião.”
  • “Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”
  • “Os homens de poucas palavras são os melhores.”
  • “É melhor ser rei de teu silêncio do que escravo de tuas palavras.”
  • “A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram.”
  • “Um homem que não se alimenta de seus sonhos, envelhece cedo.”
  • “Desperdicei meu tempo, agora o tempo desperdiça a mim.”
  • “Os covardes morrem muitas vezes antes de sua verdadeira morte; os valentes provam a morte só uma vez.”

Resumo sobre William Shakespeare

  • Biografia:

- Nascimento: 23 de abril de 1564

- Local de nascimento: Stratford-upon-Avon, Inglaterra

- Esposa: Anne Hathaway

- Mecenas: Henry Wriothesley, terceiro conde de Southampton

- Companhia de teatro: The Lord Chamberlain’s Men

  • Casa do autor: New Place
  • Morte: 23 de abril de 1616
  • Local da morte: Stratford-upon-Avon, Inglaterra
Publicado por Leandro Guimarães
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