Naftalina

A naftalina é um produto comercial empregado como inseticida, cujo principal componente ativo é o naftaleno, um hidrocarboneto aromático. Não à toa, é comum referenciar a naftalina como sendo o nome comercial do naftaleno. Dentre as características desse composto, destaca-se a sublimação em condições ambiente.

A naftalina não é tóxica em si, mas seus metabólitos ativos são, gerando diversos efeitos adversos aos seres humanos e animais expostos. A naftalina é empregada para eliminar traças e insetos indesejáveis, principalmente aqueles que atacam fibras têxteis, como a lã.

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Resumo sobre naftalina

• A naftalina corresponde ao nome comercial do hidrocarboneto aromático naftaleno.
• Uma das características clássicas do naftaleno é a capacidade de sublimação em condições ambiente.
• O naftaleno em si não é tóxico, mas seus metabólitos ativos são, causando reações adversas.
• A naftalina é usada para matar traças e insetos indesejáveis.
• A naftalina exige cuidado na manipulação, pois sua exposição acarreta efeitos adversos para os seres humanos e outros animais.

O que é a naftalina?

A naftalina é o nome comercial do hidrocarboneto aromático naftaleno, de fórmula molecular C₁₀H₁₈, que consiste em dois anéis aromáticos fundidos. Apresenta-se em condições ambiente como um sólido branco, com ponto de fusão de 80,22 °C e ponto de ebulição igual a 218 °C. É insolúvel em água, solúvel em etanol e muito solúvel em benzeno, ácidos, éter dietílico e CS₂. Um aspecto interessante do naftaleno é que ele costuma sofrer sublimação quando no estado sólido em temperatura ambiente.

No comércio é comum encontrar pequenas esferas de naftalinas sendo vendidas, com a ideia de agir como inibidor de odores e repelente de insetos.

Naftalina é veneno?

Por si só o naftaleno não é tóxico. Por exemplo, a dose letal (DL50) para ratos é de 1780-2500 mg/kg via ingestão e um pouco menos de 2000 mg/kg via exposição pela pele. Contudo, sabe-se que seus metabólitos ativos são sim um problema para nossa saúde. O mais preocupante é o alfa-naftol, cuja ação pode promover a hemólise in vivo, uma destruição prematura das hemácias, a manifestão clínica mais importante da intoxicação.

Apesar dos altos valores de dose letal, existem relatos de que uma pastilha de naftalina (que varia de 2 a 5 gramas) pode ser capaz de intoxicar uma criança.

Quais bichos a naftalina consegue evitar?

A naftalina consegue atuar como inseticida ou um repelente. Pode matar traças e larvas, além de outras pestes que podem danificar tecidos de fibras naturais, como lã. Também acaba repelindo ou matando insetos, como cupins e baratas.

Existe uma ideia difundida de que a naftalina pode ser usada no ambiente externo para conter roedores, como camundongos e ratos, esquilos, morcegos, cobras, entre outros. Contudo, especialistas afirmam que esse não é um uso recomendado e que, para piorar, a naftalina pode contaminar o solo e a água.

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Por que não devemos usar naftalina?

A utilização de naftalina é recomendada desde que sejam obedecidos os critérios estabelecidos pelo fabricante para o uso, ou seja, todas as instruções devem ser rigorosamente seguidas. Contudo, usos não indicados devem ser evitados, muito por conta dos vapores produzidos pela naftalina, que podem trazer condições adversas não só para seres humanos como também para os animais.

Outra questão é que a naftalina é comumente comercializada na forma de pequenas esferas brancas, comumente confundidas como pastilhas ou doces por crianças. Um trabalho de final de curso, produzido por Xavier (2011), demonstrou que as crianças são as mais acometidas por exposição indevida ao naftaleno, sendo a via oral a principal via de exposição.

Dos 313 casos analisados, 91% foram por intoxicação acidental, sendo que, desses 91%, 81% foram cometidos por crianças menores de quatro anos. Ainda dentro desse universo, a exposição oral foi responsável por 267 casos, muito à frente do segundo lugar, que foi a exposição nasal, com apenas 17 casos.

Intoxicação por naftalina

Em caso de exposição aguda inalatória de naftalina, os sintomas esperados são: náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, cefaleia, confusão, transpiração profusa, febre, taquicardia, taquipneia e agitação. Em alguns casos, também foram reportados convulsão e coma. Esses sintomas também são muito comuns para os pacientes que ingerem naftalina.

Pacientes que têm exposição dermal podem desenvolver irritação na pele e dermatite. Já a exposição via ocular pode acarretar irritação aos olhos, danos à córnea, além de causar opacidade das lentes. Além disso, em alguns casos, pode ocorrer a formação de cataratas.

Ainda assim, o efeito mais característico da toxicidade do naftaleno (constituinte da naftalina) é a hemólise intravascular aguda, que pode vir acompanhada de anemia, leucocitose, febre, hematúria, icterícia, disfunção renal e hepática.

História da naftalina

A história da naftalina começa em 1821, quando um químico conhecido como John Kidd padronizou a produção de naftaleno, constituinte básico da naftalina. Posteriormente, Michael Faraday (muito conhecido pelas suas contribuições em eletromagnetismo) conseguiu elucidar a fórmula molecular do naftaleno.

Posteriormente, outra substância muito encontrada em esferas de naftalina, o paradiclorobenzeno também foi descoberto e sintetizado, com a diferença que, apesar da semelhança em termos de vapor, não era tão inflamável quanto o naftaleno. Mesmo assim, as bolinhas de naftalina como conhecemos hoje só foram inventadas em 1948.

Embora ainda usadas, as bolinhas de naftaleno foram perdendo espaço no mercado, pois, atualmente, as pessoas possuem sistemas de aquecimento e resfriamento mais eficazes, além de terem telas em suas janelas, o que impede a entrada de insetos em suas casas. À época de sua descoberta, eram muito facilmente encontradas, com valor bastante convidativo, e com efeitos praticamente imediatos.

Fontes

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