Cladograma
O cladograma é um diagrama ramificado que representa as relações filogenéticas entre grupos de seres vivos. Ele é uma ferramenta essencial na sistemática filogenética, que busca classificar os seres vivos e entender a evolução ao longo do tempo. A principal função do cladograma é organizar e visualizar as relações entre grupos, destacando características evolutivas e novidades específicas que surgiram ao longo da história.
Os elementos-chave de um cladograma incluem grupos de seres vivos representados por letras; ramos, que conectam esses grupos; nós, que representam ancestrais comuns aos grupos; e novidades evolutivas, que diferenciam os grupos.
A construção de um desses diagramas envolve a análise desses elementos, identificando características compartilhadas e exclusivas, bem como estabelecendo relações de ancestralidade com base na passagem do tempo. Essa representação visual ajuda a elucidar a evolução e a relação entre diferentes grupos de seres vivos ao longo da história evolutiva.
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Resumo sobre cladograma
- O cladograma é um diagrama ramificado que representa as relações filogenéticas entre grupos de seres vivos.
- Sua principal função é organizar e visualizar as relações entre esses grupos.
- Os grupos que compõem o cladograma — os ramos, os nós e as novidades evolutivas — são seus elementos essenciais.
- Sua interpretação tem como base a passagem do tempo.
O que é cladograma?
O cladograma é um diagrama ramificado formado por elementos que representam grupos de seres vivos que estão conectados entre si. Essas conexões mostram como esses grupos se relacionam filogeneticamente, isto é, qual é o grau de parentesco entre eles.
O cladograma é uma ferramenta importante da sistemática filogenética. A sistemática filogenética é um campo da Biologia que busca classificar os seres vivos como forma de entender como se deu a evolução dos diferentes grupos ao longo do tempo e como eles se relacionam entre si.
Para que serve o cladograma?
A principal função do cladograma é organizar e tornar visível as relações entre diferentes grupos de seres vivos. Por meio dos cladogramas, podemos identificar características dos seres vivos que são mais antigas do que outras, dessa forma, podemos determinar quais características surgiram primeiro e quais características surgiram depois dentro da história evolutiva.
As características que surgiram depois são denominadas novidades evolutivas. Quando uma novidade evolutiva surge, ela passa a ser exclusiva de determinado grupo de seres vivos, uma vez que ela não existia até então. Isso permite traçar uma relação de tempo, em que é possível determinar características que surgiram primeiro, ou que são mais antigas, em relação a outras, mais recentes.
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Elementos do cladograma
Um cladograma é formado pelos seguintes elementos:
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Grupos de seres vivos: representados por letras (A, B, C, D e assim por diante).
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Ramos (
): linhas que conectam os grupos, estabelecendo as relações entre eles. -
Nós (
): representam o ancestral comum mais recente dos grupos que estão ligados por esse elemento. -
Novidade evolutiva (
): é a característica presente em um grupo que o diferencia de um grupo anterior, mais antigo. -
Tempo: os cladogramas são interpretados tendo como base o tempo.
Como construir um cladograma?
Agora que entendemos quais são os elementos de um cladograma, vamos aprender como construí-lo tendo como base o exemplo a seguir:
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A, B e C representam, cada qual, um grupo diferente de seres vivos que compõem o cladograma. O nó (
) representa o ancestral comum mais recente dos grupos que estão ligados por ele. Assim, o primeiro nó, visto de baixo para cima, representa o ancestral comum a A, B e C. O segundo nó, por sua vez, representa o ancestral comum de B e C. -
Cada faixa azul (
(vista de baixo para cima) representa uma característica comum a A, B e C. A segunda) significa uma novidade evolutiva de cada grupo, o que diferencia um grupo do outro. Assim, a primeira , por sua vez, representa uma característica comum a B e C apenas. Por fim, a última representa uma característica exclusiva a C. -
As linhas (
) representam os ramos do cladograma, que ligam os grupos e estabelecem as relações entre eles. -
A seta, por fim, indica a passagem do tempo, que parte do ancestral comum em direção aos grupos de seres vivos A, B e C. Quanto mais distante da base do cladograma, mais recente é o grupo representado. Assim, B e C são mais recentes que A.
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Como ler um cladograma?
Para ler um cladograma, vamos tomar como base um cladograma que representa as relações existentes entre os grupos de plantas: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
Esse cladograma é formado por quatro grupos de plantas (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas), derivadas de um único ancestral comum mais antigo, as algas verdes. A presença de um embrião multicelular nutrido pelo organismo materno é uma característica compartilhada pelas briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas que as diferencia de seu ancestral comum mais antigo.
O primeiro nó do cladograma representa o ancestral comum mais recente de briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, que também apresentam um embrião multicelular nutrido pelo organismo materno.
A próxima novidade evolutiva é a presença de sistema vascular. O sistema vascular é ausente no grupo das briófitas, portanto, essa é uma característica que une apenas pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. O segundo nó do cladograma representa o ancestral comum mais recente de pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, que também apresentam sistema vascular.
A próxima novidade evolutiva é a presença de sementes. As sementes estão ausentes em briófitas e pteridófitas, portanto, essa é uma característica que une apenas gimnospermas e angiospermas. O terceiro nó do cladograma representa o ancestral comum mais recente de gimnospermas e angiospermas, que também apresentam sementes.
Por fim, a última novidade evolutiva é a presença de flores e frutos. Essa característica é exclusiva das angiospermas, uma vez que gimnospermas, pteridófitas e briófitas não apresentam flores e frutos.
Com base nessas análises, podemos observar as novas características que surgiram no grupos das plantas ao longo do tempo, tornando evidente as adaptações que contribuíram para o estabelecimento das plantas no ambiente terrestre ao longo da evolução.
Fontes
AMORIM, D. Fundamentos de Sistemática Filogenética. Ribeirão Preto: Holos, 2002.
ROSSATO, B. A utilização de cladogramas para o ensino de sistemática filogenética no Ensino Médio. Ponta Grossa, 2021. Disponível em: https://riut.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/25973/1/cladogramasistematicafilogenetica.pdf