Hepatite

Hepatite é uma inflamação do fígado que pode desenvolver alguns sintomas característicos, como pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Um dos sintomas da hepatite é a icterícia, ou seja, amarelamento dos olhos e da pele.

Hepatite se refere a qualquer tipo de infamação no fígado. Existem diferentes tipos dela, sendo alguns contagiosos e outros não. As hepatites virais são causadas por vírus, como é o caso das hepatites A, B e C. Há também inflamações no fígado que não têm causas virais, ocorrendo, por exemplo, como consequência do uso de medicamentos, álcool e doenças autoimunes. É importante ressaltar que, no ano de 2022, foram registrados casos de uma hepatite aguda grave cujas causas ainda não são conhecidas.

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O que é hepatite?

Hepatite é o nome dado à inflamação do fígado, a qual pode ser causada por diferentes agentes, tais como vírus e uso de álcool e medicamentos. Essas inflamações podem ser leves ou graves, podendo até mesmo levar o indivíduo à morte.

Além disso, algumas hepatites são também fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de fígado e também podem provocar cirrose. Vale destacar que existem hepatites agudas e crônicas. Denomina-se hepatite aguda aquela que ocorre de forma rápida e abrupta, enquanto a hepatite crônica trata-se de uma inflamação persistente no fígado.

Sintomas da hepatite

As hepatites podem ser assintomáticas, ocorrendo de maneira silenciosa, ou provocar sintomas. Uma das manifestações clínicas mais importantes da hepatite é a cor amarelada na pele e nos olhos, um problema denominado icterícia. Além disso, a inflamação pode provocar cansaço, mal-estar, tontura, náusea, vômito, dor abdominal, fezes claras e urina escura.

Hepatites virais

As hepatites virais, como o nome sugere, são provocadas por vírus que apresentam tropismo pelo fígado. Os vírus causadores das hepatites virais que têm maior relevância clínica são designados pelas letras do alfabeto: vírus da hepatite A (HAV), vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite D (HDV) e vírus da hepatite E (HEV).

As hepatites virais mais comuns no Brasil são as causadas pelos vírus A, B e C. Com menor frequência, temos as causadas pelo vírus D e E. De acordo com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, a hepatite E não tem dados de prevalência significativos no Brasil, mas é muito comum na Ásia e África.

Em relação ao tratamento das hepatites virais, é importante destacar que não existe tratamento específico para as formas agudas, sendo realizado, geralmente, apenas o controle dos sintomas. No caso das formas crônicas da hepatite B e C, existem diretrizes clínico terapêuticas específicas para esse caso, e o tratamento é complexo. No caso da hepatite D, o tratamento também é complexo e, geralmente, tem resultados insatisfatórios.

→ Hepatite A

A hepatite A apresenta transmissão fecal-oral, estando relacionada, portanto, com baixos níveis de saneamento, problemas em relação à higiene pessoal, e alimentos e água contaminados. Lavar as mãos, higienizar os alimentos, beber água tratada e usar instalações sanitárias são algumas formas de evitar a doença. Vale salientar que há vacina contra ela.

→ Hepatite B

A hepatite B é transmitida, principalmente, por via sexual; da mãe para o filho durante gestação e parto; por compartilhamento de seringas e agulhas; por procedimentos odontológicos e cirúrgicos; por colocação de piercings e pela feitura de tatuagens sem uso de materiais descartáveis ou devidamente esterilizados; e pela transfusão de sangue.

Algumas formas de prevenção incluem usar preservativo em relações sexuais; não compartilhar objetos de uso pessoal, como alicates de unha e lâmina de barbear; estar atento se os locais onde se faz tatuagens ou se coloca piercings obedecem às regras de biossegurança; e, principalmente, vacinar-se.

→ Hepatite C

A hepatite C pode ser transmitida pelo compartilhamento de agulhas e seringas; uso de materiais, como equipamentos cirúrgicos, médicos e de manicures, não esterilizados adequadamente; procedimentos invasivos, como hemodiálise, sem os devidos cuidados; e uso de sangue contaminado.

Menos comumente, observa-se a transmissão por relação sexual e da mãe para o filho. Não compartilhar objetos pessoais e que entrem em contato com sangue, como alicates e escovas de dente, e usar preservativos são maneiras de evitar a infecção.

→ Hepatite D

A hepatite D está associada à infecção pelo HBV, ou seja, o vírus D necessita da presença do vírus B para que ocorra a infecção. As formas de transmissão são idênticas às da hepatite B, bem como as formas de prevenção.

→ Hepatite E

A hepatite E apresenta transmissão fecal-oral, não sendo comum a transmissão interpessoal. A prevenção, assim como na hepatite A, inclui melhorar a higiene com ações como lavar as mãos e higienizar os alimentos, e melhorar as condições de saneamento básico da área.

Hepatites não virais

As hepatites não virais são as que não são provocadas por vírus, possuindo, portanto, outras causas que levam à infamação do fígado. Conheceremos a seguir alguns de seus tipos.

→ Hepatite alcoólica

Resulta do consumo abusivo e prolongado de bebidas alcoólicas. Esse tipo de hepatite é considerado uma importante lesão pré-cirrótica.

→ Hepatite medicamentosa

É uma lesão hepática induzida por medicamentos. De maneira geral, a doença se manifesta entre um e 90 dias após o uso de determinado medicamento. Os medicamentos mais relacionados com o problema são antibióticos, anti-inflamatórios não esteroides e anticonvulsivantes. É importante destacar que o uso de plantas medicinais, apesar de serem consideradas um produto natural, também pode levar ao desenvolvimento de hepatites, sendo necessário cautela.

→ Hepatite autoimune

Trata-se de uma inflamação do fígado provocada pelo próprio sistema imunológico. Nesse caso, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos que atacam o fígado do indivíduo, provocando inflamação.

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Hepatite aguda grave de causa desconhecida em crianças

Em 15 de abril de 2022, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta após uma série de dados no Reino Unido sobre hepatite aguda grave de causa desconhecida. Após os primeiros casos, novos registros foram observados em várias partes do mundo. Em nenhum dos casos, as crianças doentes (de um mês a 16 anos) estavam infectadas pelos vírus das hepatites A, B, C, D ou E.

Inicialmente, especulou-se que a vacina contra covid-19 estaria relacionada com os casos de hepatite aguda em crianças, entretanto, hoje sabe-se que a relação com vacinação está descartada, pois a maioria das crianças que desenvolveram o problema não havia se vacinado.

Apesar da vacina contra covid-19 não ter relação com a inflamação, ainda se estuda se a hepatite poderia ser resultado da infecção pelo SARS-CoV-2. Há ainda a hipótese de que ela estaria relacionada com uma infecção por adenovírus, um vírus comum que pode provocar vômitos, diarreia e sintomas respiratórios. Até o momento, essa é a hipótese mais aceita.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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