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Leishmaniose visceral

Leishmaniose visceral é uma doença grave causada pelo protozoário do gênero Leishmania. A doença provoca sintomas como febre e aumento do baço e fígado.
A leishmaniose visceral é provocada por um protozoário.
A leishmaniose visceral é provocada por um protozoário.

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é uma doença provocada por protozoários pertencentes ao gênero Leishmania e transmitida por meio da picada de vetores infectados conhecidos, popularmente, como mosquito-palha. Se não tratada adequadamente, a doença pode causar a morte. Em seres humanos, as manifestações clínicas incluem febre, palidez na pele e mucosas, e aumento do fígado e baço.

O que é leishmaniose visceral?

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é uma doença provocada por um protozoário que provoca alterações sistêmicas. Trata-se de uma doença grave que, se não tratada adequadamente, pode evoluir para óbito em cerca de 90% dos casos em seres humanos.

Antes dos anos 1980, a doença era considerada uma antropozoonose rural, porém, após essa década, observou-se a sua expansão para regiões periurbanas. No ambiente urbano, os cães são as principais fontes de infecção, sendo considerados os principais reservatórios epidemiológicos. Já no ambiente silvestre, os reservatórios incluem raposas e marsupiais.

Leia também: Toxoplasmose – doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii

Agente etiológico da leishmaniose visceral

A leishmaniose visceral é provocada por protozoários tripanosomatídeos pertencentes ao gênero Leishmania. Nas Américas, geralmente, a espécie isolada em casos de leishmaniose visceral é a Leishmania chagasi.

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Transmissão da leishmaniose visceral

A transmissão da leishmaniose visceral ocorre por meio da picada de insetos, denominados flebotomíneos, infectados. Esses insetos são conhecidos, popularmente, como mosquito-palha e birigui. No Brasil, a transmissão ocorre, até o momento, pela ação de duas espécies: a Lutzomyia longipalpis e a Lutzomyia cruzi. A atividade desses insetos é crepuscular e noturna.

Os insetos são infectados quando as fêmeas picam mamíferos infectados, ingerindo os macrófagos parasitados por protozoários do gênero Leishmania na forma amastigota. Após a ingestão, ocorre o rompimento dos macrófagos no trato digestivo e a liberação do protozoário. Os protozoários desenvolvem-se no interior do inseto, sofrendo divisão binária e diferenciando-se em formas flageladas conhecidas como promastigotas, as quais também sofrerão divisão.

As formas promastigotas dão origem as paramastigotas, que colonizam o esôfago e faringe do inseto. Elas então se diferenciam em formas infectantes denominadas promastigotas metacíclicas. Os insetos, quando vão se alimentar do sangue de um hospedeiro vertebrado, liberam essas formas do protozoário pela saliva.

Os protozoários são então fagocitados por células do sistema mononuclear fagocitário, e, no interior de macrófagos, diferenciam-se em amastigotas. Os protozoários se multiplicam de maneira intensa até que os macrófagos se rompam. Os protozoários são, assim, fagocitados por novos macrófagos em um processo contínuo. O protozoário, desse modo, espalha-se através do sangue para outras partes do organismo, como fígado, baço, linfonodos e medula óssea, regiões ricas em células do sistema mononuclear fagocitário.

Vale salientar que a leishmaniose visceral não é transmitida de uma pessoa doente para outra e também não pode ser transmitida de um animal para outro. A transmissão também não ocorre do ser humano para outros animais.

Leia também: Diferença entre vetor e agente etiológico

Sintomas da leishmaniose visceral

A leishmaniose visceral pode afetar seres humanos e também cães. Veja, a seguir, os sintomas da doença em cada uma dessas espécies.

  • Sintomas da leishmaniose visceral humana

Nos seres humanos, a leishmaniose pode apresentar diferentes manifestações clínicas, sendo algumas discretas e, em alguns casos, graves. A doença pode ser dividida em três períodos: período inicial, período de estado e período final.

O período inicial da doença caracteriza-se pelo surgimento dos sintomas, os quais podem variar de uma pessoa para outra. De maneira geral, o indivíduo apresenta febre com duração inferior a quatro semanas, palidez na pele e mucosas, e aumento do fígado e baço (hepatoesplenomegalia).

O período de estado caracteriza-se por presença de febre irregular, emagrecimento, palidez da pele e das mucosas, e aumento da hepatoesplenomegalia. A doença evolui para o período final, quando o indivíduo apresenta febre de maneira contínua e um comprometimento do estado geral. Nessa fase verifica-se desnutrição, inchaço dos membros inferiores, hemorragias, acúmulo de líquido no abdômen (ascite) e amarelamento da pele e olhos (icterícia). Sangramentos e infecções bacterianas podem ser responsáveis por provocar a morte do indivíduo.

  • Sintomas da leishmaniose visceral canina

Alguns cães são considerados assintomáticos, uma vez que não apresentam manifestação clínica da doença. Os cães oligossintomáticos apresentam pelo opaco, pouca perda de peso e adenopatia linfoide. Os cães sintomáticos têm sintomas como alterações cutâneas, tais como úlceras e queda de pelos; espessamento e curvatura das unhas (onicogrifose); e emagrecimento e paresia (perda parcial da motricidade) dos membros.

Os cachorros, no ambiente urbano, são considerados as principais fontes de infecção.

Diagnóstico da leishmaniose visceral

A leishmaniose é diagnosticada em seres humanos por meio de análise dos sintomas e da realização de exames imunológicos e parasitológicos. O diagnóstico imunológico baseia-se na pesquisa de anticorpos por meio da realização de reação de imunofluorescência indireta e de testes rápidos. O diagnóstico parasitológico, por sua vez, baseia-se na identificação do protozoário em material obtido da medula óssea, do linfonodo ou do baço.

Leia mais: Doença de Chagas – doença provocada por um protozoário da espécie Trypanosoma cruzi

Tratamento da leishmaniose visceral

A leishmaniose visceral humana é uma doença que apresenta tratamento, entretanto, a escolha do medicamento levará em consideração fatores como a idade, presença de comorbidades e gravidez, por exemplo. O medicamento adequado para o tratamento será recomendado pelo médico.

No que diz respeito ao tratamento da leishmaniose visceral canina, até pouco tempo, todos os cachorros contaminados deveriam ser encaminhados para eutanásia, uma vez que representavam uma grande ameaça à saúde pública. Atualmente o tratamento da leishmaniose visceral canina é permitido, pois um medicamento específico para tratamento em cães foi aprovado pelo Ministério da Agricultura. O medicamento reduz a carga parasitária no sangue do cachorro, o que evita que o cachorro contribua para o avanço da doença.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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