Hepatite A
A hepatite A é uma doença viral aguda que geralmente não apresenta sintomas, mas, quando estes surgem, costumam aparecer entre 15 a 50 dias após a infecção. Ela é causada pelo HAV (vírus A), um vírus de RNA que pertence à família Picornaviridae e destaca-se por promover o acometimento do fígado. Essa doença é silenciosa, portanto, é fundamental a realização de exames periódicos. A seguir, conheceremos mais a respeito da hepatite A.
→ Transmissão
A hepatite A é uma doença contagiosa que apresenta transmissão fecal-oral, por contato de pessoa a pessoa, ou por alimentos ou água contaminados. Após a ingestão do vírus, este cai na corrente sanguínea e chega até os hepatócitos (células do fígado), onde se multiplica.
A transmissão da hepatite A está diretamente relacionada com as precárias condições de higiene da população, sendo comum em locais onde o saneamento básico é inadequado ou ainda inexistente, por exemplo.
De acordo com o Centro de Informação em Saúde para Viajantes (Cives), nos países em desenvolvimento, em que o saneamento básico, de maneira geral, é menos eficiente, a hepatite A afeta mais crianças. Dessa forma, os adultos em sua maioria são imunes. Já nos países desenvolvidos, o quadro é outro, sendo a grande parte da população adulta suscetível à doença.
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→ Sintomas
Observe alguns sintomas da hepatite A.
A hepatite A é uma doença que pode ser sintomática ou não. Geralmente, não apresenta sintomas, porém, quando esses surgem, os mais frequentes são:
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Enjoo
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Vômito
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Falta de apetite
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Febre
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Cansaço
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Dor abdominal
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Pele e olhos amarelados (icterícia)
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Fezes claras
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Urina escura
Vale ressaltar que essa doença pode ocasionar insuficiência hepática aguda grave e pode ser fulminante, porém, isso ocorre em menos de 1% dos casos.
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→ Diagnóstico
A hepatite A é diagnosticada por meio de exame de sangue. Esse exame visa detectar anticorpos anti-HAV no sangue do paciente. Quando identificados anticorpos da classe IgG, não é possível distinguir se a infecção é aguda ou se trata-se de uma infecção ocorrida anteriormente. A detecção de anticorpos anti-HAV da classe IgM permite confirmar uma infecção aguda.
O diagnóstico de hepatite A é feito por meio de exames de sangue.
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→ Tratamento
Não existe tratamento específico para a hepatite A, sendo esse baseado, principalmente, em repouso. O paciente não deve, de maneira alguma, ingerir álcool, e a dieta é aquela aceita pelo médico. Vale ressaltar que o consumo de álcool não deve ser realizado por um período mínimo de seis meses e deve manter-se por pelo menos um ano.
Normalmente o paciente fica curado em poucas semanas, desenvolvendo imunidade permanente contra essa doença. Lembrando que, apesar de normalmente apresentar cura rápida, essa doença pode agravar-se, sendo essencial, portanto, acompanhamento médico especializado.
Normalmente a recuperação da hepatite A é completa e o vírus é eliminado do corpo. É bom salientar que não há desenvolvimento para forma crônica. |
→ Prevenção
Para prevenir-se da hepatite A, algumas medidas simples, relacionadas principalmente com hábitos de higiene, podem ser tomadas, além, é claro, da vacinação. Veja a seguir algumas importantes dicas para a prevenção da doença.
Dicas de prevenção contra a hepatite A |
Lavar sempre as mãos, principalmente, antes de comer, preparar alimentos e ir ao banheiro ou trocar fraldas. |
Lavar sempre os alimentos que serão consumidos in natura utilizando água tratada ou fervida. |
Lavar adequadamente os objetos que serão utilizados na alimentação, como talheres e pratos. |
Comer alimentos bem cozidos. |
Lavar bem os banheiros, principalmente caso haja alguma pessoa com hepatite A na casa. A dica é que se utilize hipoclorito de sódio a 1,5% ou água sanitária para lavar esse ambiente. |
Vacinação. |
→ Vacina
A vacina contra hepatite A é uma importante forma de prevenção.
A vacinação contra hepatite A é uma importante forma de prevenção da doença. A vacina está disponível no SUS e nos Centros de Referências Imunobiológicos Especiais (Crie). No SUS, a vacina é fornecida para crianças com idade entre 15 meses a 5 anos incompletos.
Nos Crie, a vacina é disponibilizada, de acordo com o Ministério da Saúde, para “pessoas de qualquer idade que tenham: hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, incluindo os tipos B e C; coagulopatias; pessoas vivendo com HIV; portadores de quaisquer doenças imunossupressoras; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de órgãos cadastrados em programas de transplantes; pessoas com hemoglobinopatias.”
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