Cinismo
Origem do cinismo
Atribui-se a Antístenes de Atenas a criação do cinismo no período helenístico da Grécia Antiga. O filósofo aprendeu retórica com o sofista Górgias e foi discípulo de Sócrates. Após a morte do mestre, Antístenes fundou o cinismo como uma doutrina e um modo de vida, e não um sistema filosófico. Antístenes era filho de pai ateniense com uma escrava, o que não garantia a ele cidadania plena e impediu-o, por exemplo, de adquirir bens imóveis.
Diógenes de Sínope
Apesar de Antístenes ser o primeiro dos cínicos, não foi o mais importante e nem o mais conhecido, já que foi o filósofo Diógenes de Sínope quem levou ao extremo o modo de vida cínico e, por isso, ficou mais conhecido pela posteridade.
Diógenes pregou um modo de vida simples e viveu como tal. Em Atenas, esse pensador viveu por muitos anos como mendigo, pois defendia que o ser humano não deveria procurar mais que o necessário (alimento, água e o mínimo abrigo do Sol e do relento) para viver bem.
Para esse filósofo cínico, o ser humano não precisava procurar conhecimentos como os de Matemática, Física, Astronomia e nem da Metafísica, tampouco necessitaria de dinheiro, roupas e alimento em abundância. Em seus anos de mendicância, Diógenes abrigava-se em um barril. Sobre sua vida, contam-se muitas anedotas, sendo difícil determinar o que realmente aconteceu e o que foi inventado pelo imaginário popular, mas isso não deixa a história desse homem menos interessante. Conheça a seguir algumas dessas histórias:
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Diógenes sempre carregava consigo uma cuia para tomar água e outra para comer. Um dia, ao avistar um menino tomando água na fonte com as mãos, percebeu que não precisaria mais da cuia que o servia de copo e jogou-a fora;
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Certa vez, o Imperador Alexandre, o Grande, ao saber do filósofo, interessou-se por suas ideias e procurou-o. Colocando-se frente ao pensador, que descansava sob a luz solar, o Imperador anunciou-se e perguntou o que poderia fazer por aquele nobre homem. Diógenes, sem cerimônia alguma, respondeu apenas que não o tirasse o único bem valioso que uma pessoa poderia ter: um sereno repouso ao Sol;
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Um dia, Platão mencionou em uma conversa que o homem era como um galo depenado. No dia seguinte, Diógenes conseguiu um galo, tirou-lhe todas as penas e jogou o animal próximo a Platão dizendo-lhe: “Eis aqui o seu homem.”
A anedota do galo resume o modo de proceder cínico: um humor ácido e sarcástico que desestabiliza o debatedor. Os cínicos também tinham aversão a qualquer tipo de convenção social, desde a ciência e política até o comportamento em sociedade, que era tolhido pelas normas de etiqueta, pois elas seriam formas de tirar a liberdade humana. Em razão disso, os cínicos foram chamados de cães por serem despudorados (quem não tem pudor / desavergonhado) e viverem de acordo com a sua natureza.