Os desafios do pré-sal

As barreiras a serem superadas para atingir o pré-sal

As grandes reservas petrolíferas descobertas na camada pré-sal poderão triplicar a produção brasileira de petróleo, que, atualmente, é de 14 bilhões de barris. Entretanto, sua exploração necessita de grande aparato tecnológico, profissionais qualificados, investimentos financeiros, infraestrutura, entre outros aspectos, pois o “ouro negro” está localizado a 7 quilômetros abaixo do nível do mar.


Vários desafios devem ser superados na camada pré-sal. Apesar de confirmada a boa qualidade do produto, ainda não se sabe a quantidade de petróleo nessas reservas. Alguns pesquisadores (mais otimistas) estimam um volume de 200 bilhões de barris, no entanto, o Governo brasileiro trabalha com a possibilidade de 50 bilhões de barris.

Um fator complicador e que deve ser superado é a elaboração de um método para ultrapassar uma lâmina d’água de mais de 2 quilômetros, uma camada de mais de 1 quilômetro de sedimentos e outra superior a 2 quilômetros de sal para que se possa extrair o petróleo com segurança sem que haja acidentes ambientais e danificações dos materiais utilizados. As situações encontradas durante esse processo incluem: pressão da coluna de água, acidez e baixas temperaturas do ambiente.

Outro desafio, não menos importante, é o deslocamento rápido e eficaz de materiais, pessoas e equipamentos, visto que as reservas petrolíferas da camada pré-sal estão situadas a mais de 300 mil metros da porção continental.

Entretanto, a maior preocupação é com relação à questão ambiental. Os depósitos do pré-sal possuem uma concentração de dióxido de carbono bem superior à de reservas de águas rasas. Nesse sentido, sua exploração, de forma inadequada, contribuirá para o processo de aquecimento terrestre, pois o dióxido de carbono intensifica o efeito estufa. Outro fator refere-se a possíveis vazamentos de petróleo no oceano, fenômeno ocorrido no Golfo do México em 2010.

A Petróleo Brasil S/A (Petrobras), visando superar todos esses desafios, realizará um investimento de cerca de 600 bilhões de dólares no desenvolvimento de tecnologia, capacitação profissional, infraestrutura, entre outros aspectos pertinentes para a produção segura e eficiente do petróleo na camada pré-sal. O primeiro passo foi a criação do Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-sal (Prosal), que desenvolve pesquisas com o apoio de universidades.

Com tantos empecilhos e altos investimentos para a exploração de uma fonte energética que agride o meio ambiente e que irá se esgotar, fica uma pergunta: não seria melhor desenvolver tecnologias para a produção de energias renováveis?

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

Publicado por Wagner de Cerqueira e Francisco
Inglês
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