Crase facultativa

A crase pode ser usada de forma facultativa antes de pronomes possessivos femininos, nomes próprios femininos e após a preposição “até”.
Existem casos em português em que o uso da crase é facultativo.

A crase é facultativa em três casos principais: antes de pronomes possessivos femininos; nomes próprios femininos; e após a preposição “até”.

A crase, fusão da preposição “a” com o artigo feminino ou com alguns pronomes demonstrativos, é um tema importante no estudo da língua portuguesa. Seu uso é obrigatório em muitos casos, mas também há situações em que a crase é facultativa, ou seja, pode ser usada ou omitida sem comprometer a correção gramatical.

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Resumo sobre a crase facultativa

  • A crase é facultativa em três casos principais: antes de pronomes possessivos femininos; nomes próprios femininos; e após a preposição “até”.
  • O uso da crase antes de pronomes possessivos femininos, como “minha” e “tua”, é opcional.
  • Nomes próprios femininos, por não exigirem artigo, podem ser precedidos de crase de forma facultativa; quando há determinação, porém, a crase é obrigatória.
  • Após a preposição “até”, a crase é opcional antes de palavras femininas.
  • O uso correto da crase é importante para garantir clareza e coesão textual, mas é essencial identificar quando seu uso é facultativo.

Quando a crase é facultativa?

Existem três principais situações em que a crase é facultativa, isto é, de uso opcional. Para memorizá-las, podemos usar o recurso mnemônico PAN:

  • Possessivos (antes de pronomes possessivos femininos)
  • Até (após a preposição “até” antes de palavras femininas)
  • Nomes próprios (antes de nomes próprios femininos que não exigem artigo)

Esses três casos resumem as situações mais comuns de crase facultativa.

  • Crase antes de pronomes possessivos femininos

O uso da crase é facultativo antes dos pronomes possessivos femininos: minha, tua, sua, nossa e vossa. Isso acontece porque o uso do artigo definido feminino pode ser opcional em algumas construções. Vejamos alguns exemplos:

Entreguei o trabalho à sua professora.
– Entreguei o trabalho a sua professora.

Ambas as formas são gramaticalmente corretas.

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  • Crase após a preposição “até

Após a preposição “até”, a crase também é opcional quando essa preposição é seguida de palavras femininas. Assim, você pode optar por usá-la ou não, e ambas as opções são aceitas. Vejamos alguns exemplos:

Fui até à praia.
Fui até a praia.

  • Crase antes de nomes próprios femininos

A crase é facultativa antes dos nomes próprios femininos, os quais não exigem artigo. No entanto, se o nome for acompanhado de um adjetivo ou expressão que o determina, o uso da crase se torna obrigatório. Vejamos alguns exemplos:

  • Crase facultativa com nomes próprios femininos:

– Ofereci flores à Ana.
– Ofereci flores a Ana.

  • Crase obrigatória com nomes próprios femininos:

– Enviei uma carta à inteligente Ana.

Nesse caso, o uso da crase é obrigatório devido à determinação “inteligente”, que torna o nome específico e exige o artigo.

Exemplos de frases em que a crase é facultativa

  1. Dei o presente à minha amiga.
  2. Dei o presente a minha amiga.
  3. Fomos até à cachoeira.
  4. Fomos até a cachoeira.
  5. Entreguei os chocolates à Joana.
  6. Entreguei os chocolates a Joana.

Leia também: 10 dicas de gramática para não errar mais

Exercícios resolvidos sobre crase facultativa

Questão 1

Leia o trecho a seguir:

Fui até à escola conversar com a diretora.

O uso da crase está correto nesse contexto, pois:

a) A preposição “até” exige crase antes de qualquer palavra feminina.
b) A crase é obrigatória antes de palavras femininas.
c) O uso da crase após a preposição “até” é facultativo.
d) O pronome “à” sempre exige crase.

Gabarito: Letra C

Resolução: A crase é facultativa após a preposição “até” quando a palavra seguinte for feminina. No exemplo, tanto “até à escola” quanto “até a escola” estão corretos.

Questão 2

Assinale a alternativa em que o uso da crase é facultativo:

a) Refiro-me àquela decisão.
b) Enviei o relatório à minha chefe.
c) Ele respondeu à mensagem rapidamente.

Gabarito: Letra B

Resolução: O uso da crase é facultativo antes de pronomes possessivos femininos, como no caso de “à minha chefe”. Nas outras alternativas, o uso da crase é obrigatório.

Questão 3

Observe a frase a seguir:

Ela entregou o relatório ____ chefe no prazo estabelecido.

A expressão com pronome possessivo que preenche corretamente a lacuna acima é:

a) à sua
b) a sua
c) ambas as formas estão corretas

Gabarito: Letra C

Resolução: O uso da crase é facultativo antes do pronome possessivo “sua”. Portanto, ambas as formas “à sua chefe” e “a sua chefe” estão corretas.

Questão 4

Leia o trecho a seguir:

Ela se referiu à Joana como a melhor aluna da turma.

A crase é facultativa nessa frase porque:

a) O nome próprio feminino não exige o artigo definido.
b) O uso da crase é sempre obrigatório antes de nomes próprios femininos.
c) O nome “Joana” exige artigo definido em qualquer caso.
d) O uso da crase antes de nomes próprios é opcional, exceto quando há determinação.

Gabarito: Letra A

Resolução: A crase é facultativa antes de nomes próprios femininos que não exigem artigo. Nesse caso, o nome “Joana” não exige o artigo definido, tornando o uso da crase opcional.

Questão 5

Qual a forma que preenche a frase corretamente em “Ela ofereceu flores __ Marta em seu aniversário”?

a) à
b) a
c) ambas as formas estão corretas

Gabarito: Letra C

Resolução: O uso da crase é facultativo antes de nomes próprios femininos como “Marta”, portanto ambas as formas “à Marta” e “a Marta” estão corretas.

Fontes

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CEREJA, William; VIANNA, Carolina Dias. Gramática: texto, reflexão e uso. Volume único. São Paulo: Atual, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

KURY, Adriano da Gama. Português Básico e Essencial. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.

PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos: um guia completo e prático. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019.

Publicado por Walter Mendes
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