Independência da Bahia

A independência da Bahia foi um desdobramento da independência do Brasil que se concretizou em 2 de julho de 1823, quando Salvador foi capturada pelas tropas de d. Pedro I.
Praça da Piedade, em Salvador, palco de alguns conflitos que precederam à independência da Bahia.

A independência da Bahia ou independência do Brasil na Bahia foi a concretização do processo de independência do Brasil na província da Bahia. Isso aconteceu por conta dos conflitos travados contra as tropas coloniais portuguesas, concluindo-se em 2 de julho de 1823, quando a cidade de Salvador foi capturada.

A província da Bahia nutria uma enorme insatisfação com Portugal, e essa insatisfação se ampliou quando Madeira de Melo assumiu o comando das tropas locais. A metrópole havia ampliado o controle sobre a Bahia, fazendo com que os conflitos se iniciassem em fevereiro de 1822. Cidades do interior da Bahia, como Cachoeira, tiveram grande importância nesse evento.

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Resumo sobre a independência da Bahia

  • A independência da Bahia é como conhecemos a independência do Brasil na Bahia.

  • A Bahia era uma província bastante insatisfeita com a metrópole, inclusive sediando a Conjuração Baiana, em 1798.

  • A insatisfação da Bahia com Portugal se ampliou com a nomeação de Madeira de Melo para comandar as tropas locais e com a Revolução Liberal do Porto.

  • Os conflitos se iniciaram antes mesmo da declaração da independência do Brasil, em fevereiro de 1822.

  • A independência da Bahia se concretizou quando Salvador foi conquistada pelos colonos defensores da independência, em 2 de julho de 1823.

O que foi a guerra de independência na Bahia?

A independência da Bahia, também conhecida como Guerra de Independência na Bahia, foi um conflito que aconteceu dentro do contexto de independência do Brasil. Deu-se por conta do choque entre forças leais a Portugal e forças que defendiam a independência do Brasil e desejavam manter a integridade territorial do país.

Processo de independência do Brasil na Bahia

O processo de independência do Brasil se iniciou com a Revolução Liberal do Porto, em 1820. No entanto, é importante mencionar que existiam insatisfações com Portugal, mas elas eram regionalizadas, uma vez que, no começo do século XIX, ainda não existia o senso de identidade dos colonos enquanto brasileiros.

Essas insatisfações, inclusive, levaram à Conjuração Mineira e à Conjuração Baiana, no final do século XVIII, mas foram mantidas mais ou menos represadas durante o Período Joanino, iniciado quando a família real portuguesa chegou ao Brasil, em 1808. Nesse período, o Brasil passou por muitas mudanças, como a abertura comercial, o desenvolvimento artístico e cultural e o crescimento exponencial da cidade do Rio de Janeiro.

Nesse período, o único grande foco de insatisfação foi Pernambuco, mas a situação mudou drasticamente com a Revolução Liberal do Porto. Esse acontecimento, iniciado em Portugal, foi resultado da insatisfação da burguesia portuguesa com a condição do país e manifestou o desejo dessa burguesia de limitar o poder de d. João VI, além de querer reverter a abertura econômica e a autonomia conquistada pelo Brasil.

Foi no cenário que se construiu com a Revolução Liberal do Porto que ganhou força o movimento de independência do Brasil, principalmente por conta do choque de interesses entre a burguesia portuguesa e as elites no Brasil. Com o retorno de d. João VI, seu filho, Pedro de Alcântara, ficou com a regência do Brasil, e o afastamento com Portugal se ampliou drasticamente em sua regência.

Durante sua regência, Pedro de Alcântara desobedeceu às Cortes Gerais, decidindo permanecer no Brasil. Determinou que somente com o aval dele é que as medidas das Cortes Gerais teriam validade no Brasil, e quando a relação entre colônia e metrópole tornou-se insustentável, ele anunciou a independência do Brasil.

A independência da Bahia foi resultado de uma série de conflitos que ocorreram após a proclamação da independência do Brasil.

A partir daí, alguns conflitos se espalharam pelo Brasil porque algumas províncias anunciaram manter sua lealdade a Portugal. A Bahia foi um dos locais que viram conflitos acontecerem por conta da declaração da independência.

Importância da independência da Bahia para o Brasil

A agitação no cenário político do Brasil se repetia na Bahia, local que sentia uma enorme insatisfação com a metrópole por parte das camadas populares. A insatisfação na Bahia se ampliava porque era um local amplamente controlado por Portugal, pois era considerado estratégico para os interesses lusos na América no longo prazo.

Isso porque havia um interesse enorme de Portugal em manter o Norte e o Nordeste do Brasil, caso o movimento de independência avançasse no Rio de Janeiro. É importante mencionar que a insatisfação da Bahia com Portugal vinha de longo prazo, uma vez que ela havia sediado a Conjuração Baiana, no final do século XVIII.

Os conflitos entre colonos e portugueses aumentaram bastante na Bahia no início da década de 1820, e a situação se agravou após a Revolução Liberal do Porto à medida que o desgaste entre Brasil e Portugal aumentava, pela forma como agiam os parlamentares das Cortes Gerais. Para piorar, a metrópole enviou novos soldados para a Bahia e mudou o nome do comandante das tropas locais.

O antigo comandante, Manuel Pedro, foi substituído por Madeira de Melo, um homem visto com enorme antipatia pela população baiana. A nomeação acirrou os ânimos, principalmente porque as tropas portuguesas passaram a entrar em conflito constantemente com a população. Um dos conflitos mais significativos aconteceu na Praça da Piedade, em Salvador.

O grau de tensão na Bahia era tão grande que se entende que os conflitos entre os colonos e as tropas de Portugal se iniciaram em fevereiro de 1822, meses antes de d. Pedro declarar a independência do Brasil.

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Quando e como ocorreu a independência da Bahia?

A pintura mostra a entrada das tropas de d. Pedro I em Salvador, em 2 de julho de 1823, marcando a independência da Bahia.

Os conflitos que aconteciam na Bahia entre colonos brasileiros e autoridades e tropas portuguesas fizeram os deputados baianos que atuavam nas Cortes Gerais, em Portugal, questionarem os distritos na Bahia sobre a posição deles nesse conflito: se eram leais a Portugal ou a d. Pedro, regente do Brasil e cada vez mais distante dos interesses lusos.

A resposta de três vilas causou grande desconforto na época. São Francisco do Conde, Cachoeira e Santo Amaro anunciaram que sua lealdade estava com d. Pedro, e isso gerou uma resposta militar de Madeira de Melo. O comandante das tropas portuguesas enviou uma embarcação militar para atacar Cachoeira.

Uma grande reação dos colonos aconteceu, e, em 28 de junho de 1822, três dias depois da embarcação ir para Cachoeira, ela foi cercada e capturada por eles. Os conflitos também aconteciam em Salvador, forçando a popular a fugir para o Recôncavo Baiano e aumentando a insatisfação das cidades dessa região para com as autoridades coloniais de Portugal.

Portugal enviou mais soldados para a Bahia, e, depois do 7 de setembro, d. Pedro organizou a montagem emergencial de tropas para lutarem pela independência do Brasil. Com isso, tropas foram enviadas para o Nordeste, desembarcando em Maceió e marchando até Salvador, capturando a cidade em 2 de julho de 1823. Isso pôs fim na resistência lusa na Bahia e assegurou o controle dessa região para d. Pedro.

Fontes

DOMINGUES, Joelza Ester. Independência do Brasil na Bahia. Ensinar História. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/linha-do-tempo/independencia-da-bahia/

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MIGALHAS. Antes da independência do Brasil, a independência da Bahia. Migalhas, 5 set. 2022. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/370641/antes-da-independencia-do-brasil-a-independencia-da-bahia

SILVEIRA, Evanildo da. Por que a Bahia comemora a independência em 2 de julho. BBC News Brasil, 1 jul. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-62007314

SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

VALIM, Patrícia. Maria Quitéria vai à guerra. In.: FIGUEIREDO, Luciano (org.). História do Brasil para ocupados: os mais importantes historiadores apresentam de um jeito original os episódios decisivos e os personagens fascinantes que fizeram o nosso país. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013, pp. 393-398.

Publicado por Daniel Neves Silva
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