Imperialismo
O imperialismo é o nome dado para o conjunto de políticas que teve como objetivo promover a expansão territorial, econômica e/ou cultural de um país sobre outros. Esse termo pode ser usado para fazer menção a acontecimentos modernos, mas é comumente utilizado para se referir à política de expansão territorial e econômica promovida pelos países europeus em boa parte do planeta no século XIX.
Esse último uso do termo imperialismo também é conhecido por neocolonialismo, pois foi um novo processo de colonização — dessa vez da África, Ásia e Oceania. Como o próprio nome já sugere, o imperialismo foi responsável pela formação de gigantes impérios ultramarinos. O historiador Eric Hobsbawm aponta que durante o ciclo neocolonialista, cerca de 25% das terras do planeta foram ocupadas por alguma potência imperialista|1|.
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Resumo sobre o imperialismo
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Imperialismo é o conjunto de políticas que buscou a expansão e o domínio de um país sobre outros.
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Foi causado pelo desenvolvimento do capitalismo, já que as nações industrializadas buscavam novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores.
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A África foi um dos continentes mais afetados pelo imperialismo.
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São consequências do imperialismo:
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demarcação de fronteiras artificiais entre os países colonizados;
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problemas étnicos nos locais afetados pelas ações imperialistas;
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exploração intensa das colônias, levando-as à pobreza extrema.
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Causas do imperialismo
O imperialismo é fruto do desenvolvimento do capitalismo, que nasceu com as transformações causadas pela Revolução Industrial. Essa revolução iniciou de maneira pioneira na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e foi responsável por inúmeras mudanças. Consolidou o modo de produção industrial como predominante em detrimento da produção manufatureira.
Junto à Revolução Industrial surgiram novas máquinas, novos meios de transporte, novos meios de comunicação, novas formas de explorar a produção e utilização de energia etc. A Revolução Industrial também trouxe inúmeras alterações nas relações de trabalho e na forma como o mercado internacional funcionava.
A Revolução Industrial marcou o desenvolvimento das indústrias e foi responsável pelo surgimento de economias globais. A concorrência econômica gerou nas nações industrializadas uma intensa necessidade de obter fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores para adquirir as mercadorias produzidas.
A obtenção de novos mercados consumidores é apontada por Eric Hobsbawm como o grande fator que empurrou as nações industrializadas — não só as europeias — para a ocupação de novos territórios. Segundo ele, naquela época, acreditava-se que a superprodução de mercadorias era algo solucionado por meio da obtenção de novos mercados consumidores|2|. Assim, a ocupação de novos territórios era vista como a solução para garantir o desenvolvimento de suas próprias economias.
Imperialismo na África
Um dos lugares mais afetados pelo imperialismo foi o continente africano, exatamente o local no qual foi iniciado o surto neocolonialista, na segunda metade do século XIX. O surto imperialista no continente africano deu-se por manifestação de três países, segundo afirma o historiador Valter Roberto Silvério|3|:
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O interesse dos belgas sobre o Congo, localizado na África Central.
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As expedições portuguesas com o intuito de expandir seus domínios no interior de Moçambique.
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A política expansionista francesa sobre a África.
Com a corrida sobre o continente africano, foi organizada em Berlim, por Otto von Bismarck, primeiro-ministro alemão, a Conferência de Berlim. Essa conferência, organizada entre 1884 e 1885, tinha como objetivo organizar questões relativas à navegação dos rios Congo e Níger, além de organizar a divisão dos territórios conforme os interesses de cada país, entre outros pontos.
A ocupação do continente africano, mas não só a dele, foi justificada como missão civilizatória, e por meio dela as nações desenvolvidas levariam um modo de vida civilizado para os locais “atrasados” e “selvagens”. As justificativas também eram baseadas em ideais racistas que partiam do pressuposto de que o homem branco era naturalmente “superior”.
Essas justificativas utilizadas pelas nações imperialistas, no entanto, eram utilizadas para encobrir o real interesse, que era o de promover a exploração econômica dos locais ocupados. É importante mencionar que o processo imperialista na África foi acompanhado de movimentos de resistência que foram organizados pelas populações locais.
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Consequências do imperialismo
O imperialismo foi muito intenso entre 1884 e 1914, mas até a segunda metade do século XX existiam colônias europeias nos continentes mencionados. Entre as consequências deixadas pelo imperialismo, destacam-se:
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Demarcação de fronteiras artificiais que atualmente é motivo de tensão entre diversos países. Além disso, a criação de nações artificiais contribuiu para sua instabilidade política após conquistarem sua independência.
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Problemas étnicos surgidos por conta da política imperialista nesses locais. Destaca-se o caso de tutsis e hutus, no antigo Congo Belga e atual Ruanda, que resultou em um massacre em Ruanda, em 1994.
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Violência da administração colonial dos europeus sobre as populações nativas. Novamente o Congo Belga é um destaque, pois a administração colonial dos belgas foi responsável pela morte de 10 milhões de pessoas.
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Exploração intensa que legou à África uma pobreza severa.
Ademais, o historiador Hobsbawm também estipula, em dados estatísticos, quanto de território algumas das potências imperialistas conquistaram|4|:
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Inglaterra: aumentou seu território em 10 milhões de km2.
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França: aumentou seu território em 9 milhões de km2.
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Alemanha: aumentou seu território em 2,5 milhões de km2.
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Bélgica e Itália: aumentaram seu território em cerca de 2 milhões de km2.
O imperialismo mudou totalmente a organização do mapa da Terra. Impérios existentes nos continentes ocupados foram destruídos, e suas populações foram colocadas sob uma cruel exploração de seu trabalho. O funcionamento do sistema imperial baseado na intensa exploração das colônias e suas populações levou muitos a criticarem intensamente esse sistema, entre os quais está George Orwell, escritor e jornalista britânico, ao afirmar que:
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Notas
|1| HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p. 97.
|2| HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p. 108.
|3| SILVÉRIO, Valter Roberto. Síntese da coleção História Geral da África: século XVI ao século XX. Brasília: UNESCO, MEC, UFSCar, 2013, p. 341.
|4| HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p. 97.
|5| ORWELL, George. O caminho para Wigan Pier. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Créditos da imagem
[1] Everett Historical / Shutterstock
Fontes
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
SILVÉRIO, Valter Roberto. Síntese da coleção História Geral da África: século XVI ao século XX. Brasília: UNESCO, MEC, UFSCar, 2013.