Guerra do Ópio
As Guerras do Ópio foram conflitos envolvendo China e Grã-Bretanha por causa do comércio e do consumo de ópio por parte dos chineses. O ópio é uma droga, e, no começo do século XIX, era muito consumido pelos chineses, pois causa dependência.
Para restabelecer a ordem social, os chineses proibiram o comércio lucrativo da droga e os britânicos reagiram de forma violenta. Os dois conflitos aconteceram entre 1839 e 1860, sendo ambos vencidos pela Grã-Bretanha, que manteve livre na China o comércio dos seus produtos.
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Antecedentes da Guerra do Ópio
Logo após o fim da Era Napoleônica, a Grã-Bretanha se tornou a nação mais desenvolvida economicamente da Europa. No começo do século XIX, o país já estava na segunda fase da Revolução Industrial, e isso exigiu matéria-prima e maior mercado consumidor. As atenções dos britânicos se voltaram para o Oriente, em especial a China e a Índia.
Ambos os países ofereciam matéria-prima a preço baixo, e a grande população era potencial consumidor dos produtos feitos pelas indústrias britânicas. Os indianos eram abertos ao comércio estrangeiro, o que favoreceu a aproximação com a Grã-Bretanha. No entanto, a China se mantinha fechada para a entrada de produtos estrangeiros.
Contudo, havia uma brecha nesse fechamento chinês para o mercado europeu. O ópio, um entorpecente oriundo da papoula e que causa dependência química, ganhava cada vez mais espaço entre os chineses. Essa droga tem ação analgésica, narcótica e hipnótica. Britânicos aumentaram o comércio ilegal da droga na China. O ópio entrava pelo porto de Cantão, ao sul do território chinês.
Causas das Guerras do Ópio
O comércio do ópio era lucrativo, mas as reações ao consumo dessa droga estavam provocando problemas sociais e econômicos para a China. Apesar das várias tentativas de se barrar esse comércio ilegal, o número de dependentes do ópio aumentava. Em 1839, o governo chinês decidiu aprofundar as restrições ao comércio e consumo da droga, destruindo 20 mil caixas do entorpecente, que pertenciam aos britânicos.
É claro que esse prejuízo não seria ignorado pela Grã-Bretanha. Um aldeão chinês foi assassinado por britânicos, e os assassinos se recusaram a se apresentar no tribunal para o julgamento. Navios de guerra britânicos foram enviados para a China e destruíram o bloqueio comercial, no rio das Pérolas, próximo a Hong Kong.
Conflitos
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Primeira Guerra do Ópio (1839-1842)
A Primeira Guerra do Ópio começou quando os britânicos enviaram uma força expedicionária para a cidade chinesa de Cantão e ocuparam a região. O governo da China enviou suas tropas, dando início à guerra. Nessa primeira fase da Guerra do Ópio, os britânicos derrotaram os chineses. Logo após o fim do conflito, os dois países assinaram, em 1842, o Tratado de Nanjing, que obrigou a China a pagar indenizações e entregar Hong Kong aos britânicos e abrir seus portos ao livre comércio. No ano seguinte, outro tratado, o de Humen, foi assinado e deu aos britânicos o direito de serem julgados pelos tribunais da Grã-Bretanha.
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Segunda Guerra do Ópio (1856-1860)
Os britânicos venceram a Primeira Guerra do Ópio e impuseram sua presença no território chinês, ampliando o comércio de seus produtos. A China reagiu à tentativa inglesa de expandir seu domínio sobre o território e, em 1856, dava-se início à Segunda Guerra do Ópio. Os chineses enviaram tropas para lutar contra os navios ingleses, mas também destruíram as fábricas que produziam produtos estrangeiros. Dessa vez, a Grã-Bretanha contou com o apoio da França, e, em 1860, novamente saiu vencedora de mais um conflito contra a China.
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Consequências da Guerra do Ópio
As consequências da Guerra do Ópio foram a presença dos ingleses no Oriente e a abertura dos portos chineses para a entrada de produtos externos na economia da China. A ilha de Hong Kong pertenceu à Grã-Bretanha até 1997, quando foi devolvida aos chineses. Dava-se início à colonização da Ásia por parte das nações europeias que desenvolviam seus parques industriais e necessitavam de matéria-prima barata e mercado consumidor.
Resumo das Guerras do Ópio
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A expansão da Grã-Bretanha no Oriente aconteceu no começo do século XIX, quando passava pela segunda fase da Revolução Industrial e precisava de matéria-prima e mercado consumidor.
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A China se mantinha fechada ao comércio externo, mas o consumo do ópio abriu uma brecha nesse bloqueio, e os ingleses aproveitaram-se disso para investir no comércio ilegal, porém lucrativo.
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As duas Guerras do Ópio aconteceram entre Grã-Bretanha e China. Os britânicos queriam abrir a economia oriental para seus produtos, e os chineses, afastar a presença estrangeira.
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Os britânicos venceram as guerras, ampliaram seu domínio sobre a região, e a economia chinesa foi aberta ao livre mercado.
Exercícios resolvidos
Questão 1 - Ao fim da Primeira Guerra do Ópio, em 1842, uma série de sanções foi imposta ao Império Chinês pela Coroa Britânica. Essas sanções foram legitimadas por meio do:
A) Pacto Londres-Hong Kong
B) Tratado de Nanquim
C) Tratado de Versalhes
D) Protocolo de Pequim
Resolução
Alternativa B. O Tratado de Nanquin foi assinado por britânicos e chineses em 1842 e tratava das atividades comerciais e do controle dos territórios, algo que foi benéfico para a Grã-Bretanha.
Questão 2 - (Cesgranrio) A Primeira Guerra do Ópio (1840-1842) teve como uma de suas consequências:
A) a maior penetração do imperialismo inglês na China.
B) fechamento dos portos da China ao comércio ocidental.
C) a eliminação da influência colonialista francesa na China.
D) a queda do sistema de mandarinato na China.
Resolução
Alternativa A. Após a Primeira Guerra do Ópio, os britânicos ampliaram o comércio dos seus produtos na China e dominaram parte do território, como a ilha de Hong Kong. O imperialismo inglês começava a colonizar a Ásia.