Ambiguidade

A ambiguidade está associada à semântica e estilística da linguagem e é entendida como o processo de duplicidade de sentidos que pode haver em um texto.
A ambiguidade é um dos mistérios cotidianos que, muitas vezes, precisamos desvendar.

A ambiguidade ou anfibologia é quando ocorre uma duplicidade de sentido em um texto. Ela pode ser entendida de duas formas: a primeira delas é como um recurso de construção, muito comum em textos de humor, por exemplo; a segunda é como um problema de construção fruto de uma má organização das ideias. Diferentemente da polissemia, a ambiguidade tem sua compreensão comprometida mesmo quando temos um contexto bem definido.

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Resumo sobre ambiguidade

  • A ambiguidade ou anfibologia é entendida como algo que pode ter mais de um significado.

  • Ela se apresenta em dois tipos distintos: como recurso de construção e como problema de construção.

  • A ambiguidade como problema de construção pode ocorrer pelo uso indevido do pronome possessivo, pela colocação inadequada de palavra e pela falha na organização das ideias.

  • A ambiguidade é diferente da polissemia. O processo de construção da ambiguidade é de criação (proposital ou não) dos significados que, independentemente do contexto, não somos capazes de compreender. Por outro lado, a polissemia compreende palavras cristalizadas no idioma com uma multiplicidade significativa e esclarecida pelo contexto no qual ela se insere.

Videoaula sobre ambiguidade

O que é ambiguidade?

A ambiguidade, ou anfibologia, é compreendida como a duplicidade de sentidos que pode haver em determinado texto. Assim, ela pode ser empregada intencionalmente ou não. No primeiro caso, a ambiguidade e seu emprego intencional pode funcionar como um recurso de expressão. Já no segundo caso, a ambiguidade pode ser resultado de uma má organização das ideias, do emprego inadequado de determinadas palavras ou de certa inadequação ao contexto no qual ela está inserida.

Tipos de ambiguidade

A ambiguidade, conforme mencionado, pode ser caracterizada em dois tipos distintos: a ambiguidade como recurso de construção e a ambiguidade como problema de construção. No primeiro caso, isto é, como recurso de construção, ela funciona de maneira proposital para evidenciar determinada ideia ou provocar certo efeito de humor. Porém, no segundo caso, como problema de construção, a ambiguidade é fruto de certas inadequações. Veja alguns exemplos:

  • Uso indevido de pronome possessivo

João pediu a Carlos para pegar seus livros.
(Ambiguidade: os livros são de João ou de Carlos?)

  • Colocação inadequada de palavras

A mulher nervosa reclamou da demora no atendimento.
(Ambiguidade: a mulher está sempre nervosa ou só está nervosa por conta da demora no atendimento?)

Exemplos de ambiguidade

A ambiguidade pode ocorrer de diversas formas. A seguir, alguns exemplos que podemos encontrar no cotidiano.

Alguém viu o cachorro do meu irmão?
(Ambiguidade: o irmão tem um cachorro ou foi comparado a um cachorro?)

Viu o amigo dançando.
(Ambiguidade: quem estava dançando? A pessoa que viu ou o amigo?)

Ambiguidade x polissemia

Polissemia não deve ser confundida com ambiguidade. A primeira refere-se a quando uma palavra pode assumir mais de um significado, fato constante em nossa língua. A palavra “manga”, por exemplo, pode estar relacionada a uma parte da roupa ou a uma fruta. Isso é o que se convencionou a chamar de polissemia. Assim, nós identificamos os significados de palavras polissêmicas com base no contexto em que elas estão inseridas.

Por outro lado, a ambiguidade não está diretamente associada a um termo específico com múltiplos significados. Ela pode, como vimos, ser usada como uma construção proposital para se atingir determinados efeitos ou como um problema de construção.

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Exercícios resolvidos sobre ambiguidade

Questão 1

(UFPR) Todas as sentenças abaixo apresentam ambiguidades. Assinale a alternativa em que a ambiguidade não pode ser desfeita com a simples alteração na ordem das palavras.

a) As crianças comeram bolo e sorvete de chocolate.

b) Ele viu a moça com um binóculo.

c) Ela saiu da loja de roupa.

d) As crianças esconderam os brinquedos que encontraram no porão.

e) Acabaram de roubar o banco da entrada da universidade.

Resolução:

A alternativa E. Ela é a única opção em que uma simples alteração na posição das palavras não modifica o significado. Para acabar com a ambiguidade, seria necessário trocar, por exemplo, a palavra “banco” por “assento”, caso queira se referir ao objeto, ou, ainda, “agência bancária”, para se referir a um banco financeiro.

Questão 2

(Enem) No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE

A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:

a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase.

b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de campanha.

c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência.

d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase.

e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.

Resolução:

Alternativa E. A notícia tem como objetivo mostrar a campanha do governo contra a violência nas cidades. Assim, ao entendermos do que se trata a manchete, vemos que a alternativa E é a mais adequada. Nela, temos de maneira esclarecida que o Estado tem se posicionado contra a violência e não que ele a comete.

Publicado por Rafael Camargo de Oliveira
Química
Cigarro eletrônico, faz mal assim mesmo?
Dispositivos amplamente difundidos hoje e sem relatos concretos sobre os seus malefícios são os cigarros eletrônicos. Por mais que não saibamos de maneira clara o quão fazem mal a saúde é claro e evidente que não fazem bem! Vamos entender o seu funcionamento e desvendar o motivo pelo qual com certeza ele fazem mal a saúde.
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