Dissertação

A dissertação é um tipo textual que se organiza no intuito de apresentar ou argumentar sobre determinado tema. Para isso, o texto se estrutura em introdução, desenvolvimento e conclusão. Cada parte apresenta diferentes assuntos, dados e ideias, que contribuem para a compreensão geral do texto. Seu conteúdo pode diferenciar-se entre expositivo e argumentativo.

O expositivo visa apenas informar o leitor sobre o tema. Já o argumentativo propõe-se a defender um ponto de vista sobre o assunto. Independentemente de qual tipo, toda dissertação exige uma pesquisa e organização prévias, para que o texto seja relevante, organizado e compreensível.

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Características de uma dissertação

A dissertação visa expor e/ou argumentar sobre algum tema, organizando assuntos, dados e ideias relevantes e que se relacionam para a composição final do texto. Ela pode ter um caráter expositivo, visando apresentar informações relevantes e atualizadas sobre algum tópico; ou caráter argumentativo, visando defender um ponto de vista.

Assim, a dissertação organiza-se em uma estrutura dividida em três partes principais:

  • introdução;

  • desenvolvimento; e

  • conclusão.

A introdução apresenta as informações iniciais sobre o tema, aproximando e contextualizando o leitor. Ela pode também indicar a tese do autor, em casos de dissertações argumentativas.

O desenvolvimento é a segunda parte da estrutura e apresenta o aprofundamento do texto. Pode indicar as informações novas sobre o conteúdo ou argumentos e provas que justificam e fundamentam a tese apresentada na introdução. O desenvolvimento costuma apresentar informações de outros textos, como citações de autoridade, dados estatísticos, pesquisas científicas e outros.

A conclusão apresenta o encerramento do texto e pode fazer uma retomada dos pontos principais, encaminhando para as conclusões e considerações finais. Em casos de dissertações argumentativas, a conclusão também pode indicar possíveis soluções aos problemas evidenciados.

Em relação ao trabalho com a linguagem, a dissertação deve priorizar a organização sintática na ordem direta, facilitando a compreensão das ideias apresentadas. A língua deve estar adequada à variedade padrão, bem como deve vir acompanhada de conectivos e operadores argumentativos que auxiliem no encadeamento e organização do texto.

Como fazer uma dissertação?

Uma boa dissertação exige um trabalho cuidadoso de estudo e pesquisa, contribuindo para a qualidade do texto.

Para fazer uma boa dissertação, o trabalho deve iniciar antes do texto, pois o autor deve realizar uma boa pesquisa a respeito do tema. Informações atualizadas e seguras são essenciais para que o texto tenha relevância e seja atraente aos leitores.

A pesquisa pode incluir a coleta de outros textos, para serem referenciados na dissertação. É possível apresentar, por exemplo, gráficos, tabelas, imagens, dados estatísticos e até fragmentos de textos, desde que eles tenham relevância para o tema e que respeitem os direitos autorais, incluindo fazer a referência explícita no texto, sempre que necessário.

Na fase de estudo, é o momento de selecionar e organizar esses dados, inclusive determinando a parte do texto em que cada referência será utilizada. Após a fase de pesquisa, é importante construir um roteiro, uma espécie de “esqueleto” do texto, que vai ajudar a manter as informações organizadas e bem relacionadas.

Assim, faça um rascunho estrutural, separando os três blocos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Em cada bloco, elenque as ideias e referenciais que serão apresentados, bem como palavras-chaves sobre tópicos que deseja desenvolver. Ao final desse exercício, você terá uma organização para guiar sua escrita.

Com isso, basta iniciar a primeira versão do texto, considerando as anotações feitas no roteiro. A introdução deve conter a apresentação temática e a tese argumentativa. Em sequência, os desenvolvimentos devem apresentar os tópicos de aprofundamento, bem como os argumentos e, por fim, na conclusão, os desfechos e considerações finais, acompanhados, se necessário, de uma proposta de melhoria.

Ao término da primeira versão, o autor deve aguardar um tempo para realizar a releitura do texto. Essa releitura deve ser analítica e avaliar se as ideias foram bem construídas e desenvolvidas, se o sentido está claro e se os argumentos estão bem defendidos. Feitas as correções, produz-se uma nova versão, agora com a linguagem e a estrutura melhoradas.

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Exemplos

Como dito anteriormente, a dissertação apresenta dois tipos primordiais: o expositivo e o argumentativo. Abaixo segue um exemplo de cada tipo e os elementos que caracterizam o tipo textual.

  • Dissertativo expositivo

A laranjeira é uma árvore da família Rutaceae. Dela, surge a laranja, seu fruto. A história da sua origem indica um nascimento ocorrido a partir de um cruzamento entre cimboa e tangerina, assim sendo, a fruta seria um fruto híbrido.

Em relação ao seu sabor, varia entre o doce e o ácido, aspecto que pode ter interferência do nível de maturidade da fruta, bem como da qualidade da safra.

Seu consumo é possível de modo direto, descascando e cortando a laranja, ou como ingrediente de sucos, bolos, doces e outras comidas. Sua casca também pode ser utilizada para a produção de chás.

Em suas características nutricionais, entre outras, a laranja contém: vitamina C, potássio, cálcio, fósforo e magnésio.

 

No exemplo acima, o pequeno texto apresenta a laranja como o assunto central. A introdução apresenta informações sobre a origem do fruto, contextualizando o leitor. Nos parágrafos intermediários, o texto apresenta informações adicionais da laranja, como características do sabor, dicas para o consumo e informações nutricionais. A linguagem se concentra em expor informações sobre o tema, sem, no entanto, apresentar qualquer juízo de valor.

  • Dissertativo argumentativo

A laranja é um fruto popularmente conhecido e utilizado em lanches e receitas. Cheirosa e suculenta, a fruta é atraente ao paladar da maioria das pessoas. Entretanto, muita gente não deseja consumi-la, a não ser como sabor de balas e doces industriais.

Entretanto, esse tipo de consumo não é adequado. Os valores nutricionais são reduzidos ou aniquilados, quando inseridos em processos industriais, por isso é necessário consumir a laranja de modo natural ou com receitas saudáveis.

Para algumas pessoas, seu sabor cítrico pode ser um desafio. No entanto, a laranja contém um presente sabor adocicado, desde que plantada, colhida e comprada com rigor e qualidade.

De qualquer modo, algum teor cítrico se fará presente e, caso seja insuportável lidar com esse aspecto, o consumidor pode optar por consumir a laranja por outras vias, como sucos e chás, que também contribuem para a saúde do indivíduo.

A importância da laranja é reiterada quando consideramos seus aspectos nutricionais. Citando somente alguns de seus benefícios, está o aumento da vitamina C, potássio, cálcio, fósforo e magnésio.

Apesar de nem sempre parecer agradável, é indispensável repensar o consumo dessa fruta. Seus benefícios para a saúde são inúmeros, e sua adaptação ao consumo permite uma diversidade de receitas. Portanto, não há motivos para evitar a oferta na feira ou mercado, laranja faz bem à saúde!

 

No segundo exemplo, o assunto do texto é o mesmo: a laranja. Entretanto, diferentemente, esse exemplo aponta para um teor argumentativo, tendo em vista que o autor deseja convencer os leitores sobre a importância de consumir a fruta. A introdução já indica um caráter crítico quando aponta para o não consumo como problema. O desenvolvimento tenta fundamentar os benefícios do uso, e a conclusão reafirma a tese de que a laranja faz bem à saúde.

Sendo assim, apesar das semelhanças entre os tipos, percebe-se que aspectos funcionais diferenciam o trabalho com a língua e com a organização do texto. No expositivo, predomina a informação; no argumentativo, a defesa de um ponto de vista.

Publicado por Talliandre Matos
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