Ku Klux Klan
A Ku Klux Klan (KKK) ou Klan é uma organização terrorista que foi fundada em uma pequena cidade do Tennessee, Estados Unidos, entre os anos de 1865 e 1866. Essa organização, que se pauta pelo supremacismo branco, promovia e promove atos terroristas contra pessoas negras e simpatizantes dos direitos dos negros.
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Resumo sobre a Ku Klux Klan
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Ku Klux Klan é o nome de uma organização supremacista que surgiu nos Estados Unidos.
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Surgiu inspirando-se em ideais supremacistas brancos e promovia atentados contra negros e contra brancos que defendiam os direitos dos negros.
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O ressentimento dos sulistas, defensores da manutenção do trabalho escravo nos EUA, com a vitória dos nortistas, abolicionistas, levou ao surgimento de organizações terroristas como a KKK.
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A Ku Klux Klan passou por três fases em sua história e hoje se encontra enfraquecida.
Videoaula sobre a Ku Klux Klan
O que é a Ku Klux Klan?
A Ku Klux Klan (KKK, na sigla) ou simplesmente Klan surgiu nos Estados Unidos, na segunda metade do século XIX. Originou-se tendo como inspiração os ideais supremacistas brancos, muito fortes no sul dos EUA. O aparecimento da KKK está diretamente relacionado com o desfecho da Guerra Civil Americana (1861-1865).
Essa organização é classificada como de extrema-direita, em razão dos ideais supremacistas, e terrorista, haja vista a forma como agia. Ela promovia atentados contra negros, recém-libertos pela 13ª Emenda Constitucional dos Estados Unidos, e também contra brancos que faziam a defesa dos direitos dos negros.
As vítimas da Klan podiam ser espancadas até a morte ou mesmo ser enforcadas em vias públicas. As motivações para essas ações sempre partiam de acusações vagas e falsas que colocavam os negros em posição de seres bestiais. Os membros da Klan apresentavam-se como os protetores dos bons costumes, conforme analisaram os historiadores Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinícius de Morais|1|.
Acredita-se que o nome desse grupo terrorista tenha resultado da fusão de duas palavras. A expressão Ku Klux faz menção à palavra grega “kyklos”, que significa “círculo” e que transmite a ideia de uma sociedade secreta. O termo “Klan” deriva de “clan”, palavra em inglês que corresponde a “clã” no idioma português.
A história da Ku Klux Klan foi dividida em três fases, e nelas seus membros disseminaram o terror sobre os negros e judeus (a partir do século XX) nos Estados Unidos. Entre 1867 e 1871, por exemplo, estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham sido vítimas do terror promovido por esse grupo|1|.
Fases da Ku Klux Klan
A Ku Klux Klan existe até hoje, embora sua atuação nos Estados Unidos esteja bem enfraquecida em comparação com o poder e influência do passado.
Vejamos um resumo das três fases da Klan.
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Primeira fase: ocorreu de 1865 até 1871 (há divergências sobre essa datação). Foi responsável por disseminar violência no sul dos Estados Unidos e sofreu intensa repressão do governo norte-americano, destacando-se o Third Enforcement Act of 1871, lei que ampliou os poderes do governo para reprimir a Klan.
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Segunda fase: iniciou-se em 1915, quando a Klan reapareceu na Geórgia, sul dos Estados Unidos. Centenas de ações violentas dos membros da Klan foram organizadas, e essa organização terrorista alcançou o seu auge, possuindo quatro milhões de membros nos Estados Unidos e conquistando influência inclusive nos meios políticos. Foi nessa fase que a cruz em chamas transformou-se em um símbolo da Klan.
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Terceira fase: iniciou-se a partir da década de 1950 e foi considerada uma reação de brancos racistas contra o crescimento das manifestações e ações promovidas pelos negros que lutavam contra o racismo e a segregação. Essa fase se estende até os dias atuais.
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Como surgiu a Ku Klux Klan?
Como mencionado, o surgimento da Klan tem relação com o desfecho da Guerra Civil nos Estados Unidos. A organização foi fundada entre os anos de 1865 e 1866, na pequena cidade de Pulaski, no interior do Tennessee, estado do sul dos Estados Unidos. Os fundadores da Klan eram antigos soldados que pertenciam ao Exército Confederado (que lutou pelo sul na Guerra Civil).
O cenário do sul no pós-guerra foi decisivo para que organizações terroristas e supremacistas — como a Klan — surgissem nessa região dos Estados Unidos. Primeiramente, a guerra foi causada por uma divergência de interesses entre os estados do norte e os estados do sul na questão relativa à escravidão no país.
Na época, debatia-se a expansão dos Estados Unidos para novos territórios adquiridos a oeste. Os estados nortistas desejavam reduzir a escravidão a apenas um pequeno bloco de estados do sul e não queriam que os novos territórios tivessem escravos. Os sulistas, por sua vez, queriam expandir a escravidão para os novos territórios.
Esse desentendimento, mais a eleição de Abraham Lincoln (considerado um abolicionista radical pelos sulistas), em 1860, fez os estados sulistas declararem secessão (separação) da União. A guerra foi uma resposta da União contra a separação dos confederados. No fim da guerra, o sul estava derrotado, destruído, e a escravidão foi abolida nos EUA.
Depois da guerra e da derrota sulista, o cenário para o sul era desalentador, e foram iniciadas as medidas para a reinserção dos estados sulistas na União. Além disso, era necessário reconstruir o sul, montar novos governos e conduzir as mudanças que seriam causadas pela abolição do trabalho escravo. Debates intensos aconteceram na política e sociedade norte-americana acerca da dimensão dos direitos que os negros teriam no país.
Nesse cenário, muitos defendiam a ideia de que os negros tinham direito à propriedade privada, ao voto, enfim, eles deveriam ser dotados de cidadania como qualquer pessoa branca. Esse cenário de ampliação dos direitos dos negros gerou uma reação da sociedade sulista, como o surgimento de organizações supremacistas.
Esse tipo de organização era formado principalmente por brancos pobres ressentidos com a ampliação dos direitos dos negros. Em suma, o racismo era (e ainda é) o combustível dos grupos supremacistas. Outro tipo de reação comum no sul foi a promulgação de extensa legislação segregacionista, isto é, que separava os negros dos brancos.
Na prática, essas leis segregacionistas transformavam os negros em cidadãos de segunda categoria. Entre elas estão os Black Codes (Códigos Negros), que estabeleciam restrições para a liberdade dos negros e forçavam-nos a aceitar trabalhar em condições tachadas como “escravidão disfarçada”|2|, e as Leis Jim Crow, que estabeleceram o cenário de segregação que se estendeu até a década de 1960.
Como mencionado, a criação de organizações terroristas para aterrorizar e assassinar negros foi uma das reações da sociedade sulista. No caso da Klan, a fundação ocorreu quando seis ex-soldados confederados se reuniram para criar a organização. Esses soldados eram: James Crowe, John Lester, Frank McCord, John Kennedy, Calvin Jones e Richard Creed.
A vestimenta dos membros da Klan era um lençol branco com um capuz branco sobre o rosto. O objetivo dessa caracterização era amedrontar os negros libertos, e o capuz servia para o propósito de esconder as identidades dos membros da organização terrorista. Os fundadores da Klan só permitiam que homens brancos e protestantes se tornassem membros.
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Ku Klux Klan atualmente
Como dito, ainda existem células da Ku Klux Klan. Grupos extremistas, como o caso da Klan, são acompanhados por entidades específicas nos Estados Unidos. A Southern Poverty Law Center (SPLC) é um desses grupos, e segundo essa entidade, a Klan se enfraqueceu bastante da década de 1970 em diante.
Esse enfraquecimento é atribuído a dissidências internas entre as lideranças dos supremacistas e à ação governamental de investigação e punição dos envolvidos em organizações desse tipo. A SPLC também afirma que muitos membros da Klan procuraram outras estratégias para sua ideologia supremacista, divulgando-a como uma “luta pelos direitos do homem branco”|3|.
Estima-se que atualmente existam 8 mil pessoas vinculadas a diferentes organizações que se baseiam nos princípios e que se autointitulam como Klan. As diferentes células da Klan se espalham por diversos estados dos Estados Unidos|3|.
Notas
|1| FERNANDES, Luiz Estevam e MORAIS, Marcus Vinícius de. Os EUA no século XIX. in.: KARNAL, Leandro (org.). História dos Estados Unidos. São Paulo: Contexto, 2018, p. 146.
|2| Idem, p. 142.
|3| SPLC. Ku Klux Klan. Disponível em: https://www.splcenter.org/fighting-hate/extremist-files/ideology/ku-klux-klan [em inglês].
Créditos da imagem
[1] Everett Collection / Shutterstock
Fontes
FERNANDES, Luiz Estevam e MORAIS, Marcus Vinícius de. Os EUA no século XIX. in.: KARNAL, Leandro (org.). História dos Estados Unidos. São Paulo: Contexto, 2018, p. 99-172.
HEAD, Tom. Timeline History of the Ku Klux Klan. Disponível em: https://www.thoughtco.com/the-ku-klux-klan-history-721444
LEWIS, Femi. The Jim Crow Era. Disponível em: https://www.thoughtco.com/what-is-jim-crow-45387.
NITTLE, Nadra Kareem. The Black Codes and Why They Still Matter Today. Disponível em: https://www.thoughtco.com/the-black-codes-4125744.
SLPC. Ku Klux Klan — A History of Racism and Violence. Disponível em: https://www.splcenter.org/sites/default/files/Ku-Klux-Klan-A-History-of-Racism.pdf
SPLC. Ku Klux Klan. Disponível em: https://www.splcenter.org/fighting-hate/extremist-files/ideology/ku-klux-klan