Braille
Braille é um sistema de escrita utilizado para garantir que pessoas cegas ou com baixa visão possam ler. Esse sistema surgiu no século XIX, na França, e foi criado por um jovem estudante chamado Louis Braille. Atualmente, é padrão no mundo, sendo utilizado por milhões de pessoas cegas. Chegou ao Brasil em 1854, por meio de um estudante chamado José Álvares de Azevedo.
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Como foi criado o Braille?
O sistema Braille foi criado pelo jovem francês Louis Braille. Ele nasceu em Coupvray, na França, no dia 4 de janeiro de 1809, e era filho de Monique e Simon-René. Um acidente ainda na infância mudou radicalmente sua vida. Quando tinha três anos de idade, enquanto brincava com as ferramentas de seu pai, acidentalmente uma sovela atingiu seu olho.
O olho esquerdo de Braille foi severamente ferido e os pais dele procuraram todo tipo de atendimento médico, mas nada adiantou, e ele perdeu a visão desse olho. Uma infecção iniciada no olho ferido se espalhou para o olho direito, assim Braille ficou cego dos dois olhos.
Os pais de Braille iniciaram a educação de seu filho e o desempenho escolar dele, mesmo cego, era tão bom que ele conquistou uma bolsa em um colégio para cegos, o Instituto Nacional para Jovens Cegos, localizado em Paris. Esse colégio tinha sido criado por Valentin Haüy e lá era implementado um método de alfabetização para os alunos cegos.
Esse método de alfabetização consistia em imprimir letras em alto-relevo para que os cegos pudessem distingui-las por meio do tato. Esse sistema, no entanto, era complexo e muitos dos estudantes cegos tinham dificuldades para se adaptar a ele.
Isso começou a mudar quando o jovem Louis Braille conheceu, em 1821, Charles Barbier de La Serre, um oficial francês que foi à escola em que Braille estudava para apresentar um código que ele havia desenvolvido no exército francês. O código criado por Barbier foi um pedido de Napoleão Bonaparte para que os soldados franceses pudessem ler as ordens recebidas no escuro.
Esse sistema de comunicação de Barbier usava pontos e traços e era conhecido como “escrita noturna”. O sistema não vingou no exército francês porque os soldados o achavam muito complexo, já que utilizava uma grande quantidade de sinais e tinha uma decifração muito lenta.
Braille conheceu o método de Barbier aos 12 anos de idade. Ele dedicou os anos seguintes de sua vida a estudá-lo e, em 1824, quando tinha 15 anos, apresentou um método alternativo. Ele se inspirou na criação de Barbier, mas resolveu melhorá-la. Surgia então o Braille.
O método de Barbier se baseava nos sons e, portanto, não permitia a soletração; tinha uma combinação de símbolos muito grandes e não tinha símbolos de números, letras com acentos e notas musicais, por exemplo. Braille reformulou esse modelo e criou um sistema que se baseava nas letras do alfabeto francês e nos números. Ao todo o sistema desenvolvido por Braille permitia um total de 63 combinações em relevo.
Em 1826, Braille começou a ensinar o método que ele criou para os seus colegas. Em 1829, publicou um livro explicando o método e, em 1837, publicou uma revisão.
Na época, o diretor do Instituto Nacional para Jovens Cegos era o Dr. Pignier, que decidiu utilizar o método de Braille, embora ainda não tivesse sido oficializado. O Dr. Pignier acabou demitido da função pela insistência em utilizar o método de Braille. Nessa altura, Louis Braille era professor do Instituto Nacional para Jovens Cegos e tentava obter o reconhecimento para seu método.
Louis Braille faleceu em 1852, vítima de uma tuberculose, quando tinha 43 anos. Seu método só foi oficializado dois anos depois. A partir de 1854, o Braille se popularizou e tornou-se o método mais utilizado na alfabetização dos cegos na França. O sistema Braille começou a ganhar o mundo quando foi apresentado na Exposição Internacional, que aconteceu em Paris, no ano de 1855.
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Braille no Brasil
O Braille foi oficialmente introduzido no Brasil em 1854. Isso resultou do esforço de José Álvares de Azevedo para que fosse criada uma instituição que fornecesse educação para jovens cegos. José Álvares de Azevedo era cego e aprendeu o Braille na França, local ao qual foi enviado por sua família ainda na adolescência.
Ele retornou para o Brasil disposto a introduzir esse sistema aqui. Em 1850, conseguiu uma audiência com o imperador D. Pedro II e dele obteve autorização para fundar uma escola para a educação de cegos. Em 1854, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, mas, na ocasião, o jovem José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil, já havia falecido, vítima de tuberculose.
O sistema Braille, introduzido no Brasil por essa instituição, é até hoje utilizado no país, embora tenha passado por algumas atualizações para adaptá-lo à realidade da língua portuguesa. O Imperial Instituto dos Meninos Cegos é atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant.
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