Efeito Cherenkov
O efeito Cherenkov ocorre quando partículas carregadas, como elétrons, movem-se em algum meio com velocidades superiores à velocidade da luz e parte da sua energia cinética é dissipada por causa do contato com o meio, transformando-se em luz visível.
Tal efeito é comum em reatores nucleares. Em volta de seus núcleos, forma-se um tênue brilho azulado, que pode ser mais luminoso de acordo com a intensidade das reações de fissão nuclear. O fenômeno também é observado quando raios cósmicos de altas velocidades entram na atmosfera terrestre. Essas partículas – que geralmente são núcleos metálicos provenientes do Sol e de outras estrelas, mas também de novas e supernovas (estrelas em estágios finais) – comumente chegam até nós com velocidades muito próximas à da luz. Durante sua entrada nas camadas superiores da atmosfera, sua velocidade é maior que a da própria luz.
Importância da refração para o efeito Cherenkov
A velocidade da luz no meio é medida pelo seu índice de refração, propriedade física determinada por meio da razão entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio. A radiação eletromagnética apresenta sua maior velocidade no vácuo. Portanto, o índice de refração absoluto (entre o vácuo e o meio) sempre terá valores maiores que 1. O índice de refração pode ser calculado por meio da seguinte razão:
n = c
v
Se o índice de refração de um meio é bastante elevado, a velocidade da luz em seu interior será muito menor que a velocidade da luz no vácuo. Nesse caso, dizemos que o meio tem alta refringência, característica de alguns materiais como o diamante. Seu índice de refração chega a 2,4 – isso significa que, no vácuo, a luz propaga-se 2,4 vezes mais depressa que no interior de um diamante.
Como funciona a radiação Cherenkov?
A resposta a essa pergunta rendeu um prêmio Nobel para três físicos, em 1958, entre eles o seu descobridor, o russo Pavel Cherenkov. De maneira similar às ondas de choque formadas pelos aviões supersônicos, que surgem porque essa aeronave move-se mais rápido que a perturbação sonora gerada por ela mesma, os elétrons emitidos pelas reações nucleares, em meios como a água, movem-se mais rápido que a luz. Dessa forma, por causa dessa desaceleração, eles produzem uma luz de tons predominantemente azuis.