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Automação da produção industrial

A automação industrial é o processo de implantação dos recursos tecnológicos oriundos da Terceira Revolução Industrial.
A produção de automóveis é o principal exemplo atual da automação industrial
A produção de automóveis é o principal exemplo atual da automação industrial

Durante as duas primeiras revoluções industriais, que, juntas, vão da segunda metade do século XVIII ao início do século XX, as instituições fabris, no contexto do sistema capitalista, conheceram formas de ampliar e massificar a sua produção de mercadorias, através da mecanização na fabricação de seus produtos. Assim, as classes que dominavam os meios de produção adquiriram formas de ampliar os seus lucros e intensificar o processo de acumulação de capitais.

Além disso, com o predomínio do sistema fordista, os trabalhadores desenvolviam a maior quantidade de produtos possíveis, com trabalhos geralmente repetitivos e alienados na linha de produção. O que permitia o aumento da lucratividade, desde que essa produção em massa fosse acompanhada de igual consumo em massa.

No entanto, atualmente, assiste-se a uma nova tendência, que vem sendo implementada no setor secundário da economia desde o início da Terceira Revolução Industrial: a automação da produção industrial. Agora, em muitas fábricas, não são mais os trabalhadores que realizam determinadas atividades, mas sim modernos maquinários. Assim, um serviço, que antes era executado por dezenas de pessoas, passa a ser agora operado por apenas um responsável por manter e operar os softwares que irão guiar toda a linha produtiva.

Como consequência dessa relação, há a possibilidade de se flexibilizar a produção, isto é, adequar a quantidade de mercadorias fabricadas de acordo com as oscilações de consumo, característica do sistema Toyotista. Além disso, os donos dos meios de produção intensificam os seus lucros, uma vez que diminuem os seus gastos com salários e direitos trabalhistas.

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O outro lado dessa história é o principal motivo das frequentes críticas direcionadas a esse novo modelo, pois ele gera o agravamento do desemprego estrutural, do tipo permanente. Assim, há uma consequente redução do consumo, haja vista que a classe trabalhadora perde boa parte de sua capacidade de compra.

Observe o gráfico abaixo, nele temos um demonstrativo de como a fabricação de bens de consumo passou a estar concentrada nas mãos de uma quantidade cada vez menor de trabalhadores.

Transformações na produtividade industrial por operário entre 1992 e 2002
Transformações na produtividade industrial por operário entre 1992 e 2002 *

Outra consequência da substituição do homem pela máquina no meio industrial – e que também acontece no meio rural – é o fenômeno chamado de terciarização da economia, pois a maior parte dos trabalhadores passa a se concentrar no setor terciário (serviços e comércio).  

Portanto, observamos que a automação industrial visa ampliar a acumulação de capitais por parte das classes dominantes e sua tendência é a desregulamentação da força de trabalho, bem como a ampliação da exploração da classe trabalhadora, o que contribui para o agravamento dos índices de concentração de renda.

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* Fonte dos dados: BOLIGIAN, L.; ALVES, A. Geografia: espaço e vivência. São Paulo: Atual, 2010.p.151.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena

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