Explosão demográfica
Explosão demográfica é um fenômeno caracterizado pelo crescimento elevado e acelerado da população de um determinado local ou do mundo. Esse crescimento pode ser provocado por diversos motivos, variando de acordo com o período e o contexto histórico. Esse fenômeno foi observado, principalmente, em países subdesenvolvidos após o ano de 1950, quando se elevou em um bilhão o número de pessoas na Terra em apenas 35 anos.
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Resumo sobre explosão demográfica
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Explosão demográfica é o crescimento elevado e acelerado da população de uma determinada localidade ou do mundo todo.
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Esse fenômeno foi observado, principalmente, em países subdesenvolvidos após o ano de 1950, após a Segunda Guerra Mundial.
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A principal causa da explosão demográfica está atrelada aos avanços tecnológicos proporcionados pela Revolução Industrial, que afetaram vários aspectos da sociedade.
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A transformação das relações de trabalho e dos modos de produção e o aumento da expectativa de vida são exemplos de alguns desses impactos gerados na sociedade que levaram à explosão demográfica.
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Suas principais consequências são a intensificação dos impactos ambientais e o agravamento dos problemas sociais.
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O Brasil viveu um momento de explosão demográfica por volta de 1940. As taxas de crescimento começaram a declinar a partir da década de 1960.
O que é explosão demográfica?
Explosão demográfica é um fenômeno caracterizado pelo crescimento acelerado e elevado da população de uma determinada localidade ou do mundo todo. Os avanços tecnológicos proporcionados pela Revolução Industrial são a principal causa desse fenômeno, uma vez que esses avanços afetaram vários aspectos da sociedade, como as relações de trabalho e dos modos de produção.
A explosão demográfica passou a ser observada a partir da década de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando países subdesenvolvidos, principalmente, passaram a apresentar um elevado crescimento populacional.
Causas da explosão demográfica
O planeta atingiu o número de oito bilhões de habitantes no dia 15 de novembro de 2022, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com essa organização, apesar de existirem tendências de diminuição nas taxas de crescimento, o mundo ganha cerca de 84 milhões de habitantes a cada ano. Esse acréscimo populacional é visto, principalmente, em países subdesenvolvidos, que apresentam, geralmente, as maiores taxas de crescimento demográfico.
Uma das principais causas da explosão demográfica foram os avanços tecnológicos proporcionados pela Revolução Industrial. Após o início desse período, observou-se um acentuado processo de migração do campo para as zonas urbanas. Além disso, novas técnicas foram inseridas nas práticas agropecuárias, melhorando a produtividade e garantindo maior disponibilidade de alimentos.
Houve também transformação das relações de trabalho e dos modos de produção. A revolução trouxe ainda avanços tecnológicos que alcançaram a medicina, proporcionando a redução dos índices de mortalidade por meio da vacinação e do controle de epidemias. Assim, ocorreu um aumento da expectativa de vida. A população mundial que, em 1750, era em torno de 760 milhões de habitantes cresceu para 1 bilhão no ano de 1800.
Explosão demográfica após a Segunda Guerra Mundial
Foi a partir da Segunda Guerra Mundial, especificamente a partir do ano de 1950, que a população mundial cresceu consideravelmente. Esse crescimento foi observado, principalmente, em países subdesenvolvidos. Muitos desses países dobraram sua população em menos de três décadas. A população mundial, no início do século XX, era de 1,6 bilhão de pessoas. Ao final desse mesmo século, atingiu 6,1 bilhões de habitantes.
O que explica essa explosão demográfica após a Segunda Guerra Mundial é o fato de que, principalmente, os países subdesenvolvidos conseguiram controlar algumas doenças que assolavam suas populações. O avanço na medicina permitiu o desenvolvimento de vacinas capazes de erradicar algumas doenças. Além disso, houve um maior acesso a medicamentos, como antibióticos. Essas conquistas fizeram com que as taxas de mortalidade nesses países diminuíssem consideravelmente, propiciando o aumento da população.
A partir de 1950, a população mundial elevou-se de 2,5 bilhões de habitantes para 8 bilhões no ano de 2022. Esse crescimento foi visto, principalmente, nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, que concentram, atualmente, cerca de 80% da população do planeta.
Consequências da explosão demográfica
O crescimento acelerado da população mundial trouxe consequências para o meio ambiente, como desmatamento e esgotamento de solos, e também ampliou problemas sociais, como a fome, uma preocupação mundial que está associada à distribuição de riquezas.
Muitos estudiosos acreditam que conter as taxas de natalidade nos países subdesenvolvidos é um caminho para diminuir os impactos ambientais. Repensar o modelo de desenvolvimento econômico pautado na exploração máxima dos recursos naturais visando ao lucro também é apontado como alternativa para reduzir os impactos negativos na natureza.
Implosão demográfica e explosão demográfica
Nos países desenvolvidos, apresentou-se um fenômeno com características contrárias às da explosão demográfica. A chamada implosão demográfica iniciou-se no começo do século XXI com a estabilização do crescimento populacional. Esse fenômeno indica taxas de crescimento em torno de 0% ao ano, sendo que alguns países apresentaram crescimento negativo. Esse fato fez com que alguns estudiosos da dinâmica do crescimento populacional denominassem esse fenômeno de implosão demográfica.
Estimativas da ONU sugerem que a população mundial atingirá um número de nove bilhões de habitantes em 2050 e, a partir desse ano, entrará em estágio de declínio. Esse decrescimento será consequência do envelhecimento da população e da redução das taxas de fecundidade, decorrentes da urbanização, da maior inserção da mulher no mercado de trabalho e dos avanços na saúde, que proporcionaram, por exemplo, o desenvolvimento de métodos contraceptivos.
Teoria da transição demográfica e explosão demográfica
Em alguns países subdesenvolvidos, é notável o declínio das taxas de natalidade a partir do século XX. A modernização da economia, a urbanização e a melhoria das condições médico-sanitárias, proporcionadas pelo que ficou conhecido como Revolução Médico-Sanitária, são fatores que influenciam essa desaceleração. Nos países desenvolvidos, é visível, desde o início do século XIX, uma estabilidade demográfica. Houve também uma redução das taxas de natalidade a partir do final do século XIX. Como consequência, aumentou-se, consideravelmente, o número de idosos nesses países.
Devido a essa tendência de redução do crescimento da população, muitos autores e estudiosos da demografia veem a explosão demográfica como uma das quatro fases da teoria da transição demográfica, uma teoria que analisa a evolução populacional. Elaborada em 1929 pelo demógrafo Frank Notestein, a teoria da transição demográfica afirma que todos os países tendem a estabilizar seu crescimento em um dado momento. Para saber mais sobre a teoria da transição demográfica, clique aqui.
Explosão demográfica no Brasil
O Brasil apresentava cerca de 17 milhões de habitantes há pouco mais de um século. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira corresponde a 207.750.291 milhões de habitantes atualmente.
O crescimento populacional no Brasil elevou-se por volta do ano de 1940, quando as taxas de mortalidade apresentaram declínio em decorrência de melhorias na qualidade vida e avanços na medicina.
A partir de 1960, as taxas de crescimento começaram a declinar, motivadas pelo intenso processo de urbanização, que modificou o modo de viver das famílias, e também pela redução da taxa de fecundidade, que caiu de 6,2 filhos em 1960 para 1,9 filho em 2010, segundo dados do IBGE.
Fontes
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