Hotspots mundiais
Nos estudos ambientais, entende-se por hotspot toda área natural cuja preservação é prioridade em níveis mundiais em razão de suas elevadas ameaças de extinção. Por definição, é considerada como hotspot toda área com pelo menos 1500 espécies endêmicas (que só existem naquela região) e que já perdeu mais de ¾ de sua vegetação original. No Brasil, dois domínios naturais são classificados como tal: o Cerrado e a Mata Atlântica.
A expressão hotspot é utilizada em várias áreas do conhecimento, da Tecnologia da Informação à Genética, e quer dizer, em tradução livre, “pontos quentes”. Nas ciências ambientais, o conceito foi desenvolvido pelo ecólogo inglês Norman Myers, em 1988, com o objetivo de delimitar as áreas de preservação urgente no planeta Terra.
Em seu estudo, Myers inicialmente classificou dez domínios naturais como hotspots, incluindo notadamente as florestas tropicais. No Brasil, nesse momento, incluiu-se apenas a Mata Atlântica. Dentre outras dessas áreas, destacam-se o espaço natural de Madagascar e os Andes, esse último na América do Sul.
Entre os anos de 1996 e 1999, o primatólogo estadunidense Russell Mittermeier realizou estudos que foram capazes de ampliar o número de hotspots mundiais para um total de 25 espaços naturais. Já em 2005, a organização Conservation Internacional atualizou os estudos e outras regiões foram incorporadas, alcançando os 34 hotspots ambientais atuais. No mapa a seguir, você pode conferir cada um deles, com destaque para os hotspots brasileiros.
Mapa da distribuição dos hotspots em todo o mundo *
Embora o avanço nos estudos e a intensificação das atividades humanas sobre o meio natural tenham contribuído para o aumento do número de hotspots em todo o mundo, segundo dados da Conservation Internacional, a soma de todas as suas áreas recobre apenas 2,3% da superfície terrestre. No entanto, mesmo com esse espaço delimitado, esses domínios abrigam 50% das espécies vegetais e 42% de todos os vertebrados conhecidos no planeta Terra.
* Créditos da imagem: Conservation Internacional / Wikimedia Commons