A regência verbal constituída de pronomes relativos
Sabemos que na Língua Portuguesa há verbos que por si só possuem sentido completo, mas também sabemos que há aqueles que, para serem compreendidos, necessitam de complementos. É como se disséssemos mais ou menos assim:
Eu li...
Preciso...
Ora, eu li o quê?
Como se não bastasse, preciso exatamente do quê?
Constatou o fato? Pois bem, tais exemplos serviram-nos de base para que possamos, antes de tudo, compreender o que é regência verbal. Ela nada mais é do que a relação existente entre o verbo e seus respectivos complementos.
Como nosso objetivo não é citar todos os casos que se relacionam a tal aspecto, voltemos nosso olhar para um caso, também de singular importância, referente aos casos de regência em que os pronomes relativos se fazem presentes. E, acredite, trata-se de uma recorrência à qual devemos dedicar nossa inteira atenção, pois não se encontra adequada ao padrão formal da linguagem. Assim, de modo a constatá-la, verifiquemos alguns casos que a representam:
Atendo-nos ao segundo e ao último exemplo, sobretudo no sentido estrito das palavras, parece que ela, em vez de almejar ao cargo, vai simplesmente cheirá-lo. Já não falando do restaurante que, por sua vez, foi o prato do cliente. No mínimo muito estranho, não é verdade?
Desse modo, no intuito de “corrigirmos” alguns possíveis erros, por vezes cometidos nas interlocuções cotidianas, verifiquemos como realmente deveriam ser expressos tais exemplos:
Gostamos imensamente do filme a que assistimos.
A diretoria é o cargo a que ela aspira.
Minha irmã é a pessoa em que confio.
O nome da rua em que moro faz alusão a um fato histórico.
O restaurante em que comi é um dos mais bem conceituados da cidade.