Site, saite e sítio
Site, saite e sítio... estamos diante de três vocábulos que nos convidam a discorrer acerca de um importante fato – a questão dos estrangeirismos. Há de se convir que eles, por fatores distintos, são inevitáveis, tornando-se presentes cada vez mais no nosso idioma. Fatores esses relacionados a aspectos históricos, políticos, socioculturais, modismos e, principalmente, ao avanço tecnológico, o qual se encontra em plena ascendência nos dias atuais.
A título de exemplificarmos a presente afirmação, tomaremos como base algumas palavras por nós já conhecidas. Entre elas podemos citar:
Abajur, originária do francês abat-jour, relativo à luminária.
Baguete, também do francês baguette, representando um pão no formato fino e longo.
Blecaute, do inglês black-out, fazendo referência à interrupção noturna no fornecimento de energia elétrica, entre tantos outros.
Ao evidenciá-los, percebemos que ao se incorporarem na língua portuguesa passam por um processo fonológico (relacionado ao som), como também por um processo gráfico (relacionado à grafia). É bom mencionar que os vocábulos acima já se encontram retratados no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa). Partindo dessa premissa, citamos o caso de saite, embora ainda não tenha sido oficializado pelo então documento. Prova disso é que quase não vemos ninguém escrevê-lo de tal forma.
Partimos agora para o termo site, ora representando um vocábulo estrangeiro cujo sentido se atém a um conjunto de páginas virtualmente localizado em algum ponto da Web. Sendo assim, tornou-se frequente em nosso vocabulário, mantendo-se intacto. Mas, e a palavra sítio? Ora, para nós trata-se de uma pequena propriedade rural destinada ao lazer ou ao cultivo de alguma plantação. Resumindo em breves palavras, temos que sítio seria aquele lugar, digamos assim... menor que a fazenda, compreende? Assim, tanto em Portugal, quanto no Brasil, “sítio” faz referência a um determinado local, como bem verificamos nos sítios paleontológicos e arqueológicos.
Portanto, quais das formas são corretas? A bem da verdade, resta-nos concluir que todas elas podem se aplicar perfeitamente. Cada escolha que fizermos revelará tão somente atitudes distintas em relação ao nosso idioma.