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Verbos intransitivos

Verbos intransitivos não precisam de complemento. Quando um verbo intransitivo apresenta complementos, é possível tratar-se de adjunto adverbial ou predicativo do sujeito.
Quadro negro em que está escrito “Verbos intransitivos”.
Verbos intransitivos podem formar sozinhos o predicado da oração.

Verbos intransitivos são aqueles que não precisam de complemento para serem compreendidos no enunciado. Assim, um verbo intransitivo pode compor todo o predicado por si só. Embora não precise, é comum que ele seja acompanhado de complementos, porém estes não funcionam como objeto, podendo ser adjunto adverbial ou predicativo do sujeito.

Leia mais: Adjunto adnominal — caracteriza um substantivo na sentença, especificando ou qualificando esse nome

Resumo sobre verbos intransitivos

  • Verbos intransitivos não precisam de complemento para que sua ação verbal seja entendida.

  • Mesmo assim, podem vir acompanhados de adjunto adverbial ou predicativo do sujeito.

  • Diferem-se dos verbos transitivos, que necessitam do complemento para terem sua ação verbal entendida na oração.

Videoaula sobre verbos intransitivos

O que são verbos intransitivos?

Verbos intransitivos são aqueles que não precisam de complemento, já que o significado da ação verbal é completo sozinho. O verbo intransitivo é, por si só, o próprio predicado da oração, já que não precisa de nenhum elemento ou complemento. Veja:

Eu dormi.

Nesse caso, o verbo “dormir” não precisa de complemento, já que o significado da sua ação é completo por si só. Ainda que se acrescente um elemento, ele não é essencial para que se entenda o sentido da oração.

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Lista de exemplos de verbos intransitivos

Alguns verbos intransitivos são:

Verbos intransitivos

aparecer

errar

nascer

bastar

escorregar

parar

brincar

explodir

sobrar

chegar

morar

sumir

dormir

morrer

viver

Verbos intransitivos e adjuntos adverbiais

Como o verbo intransitivo não necessita de objetos para ser compreendido, os demais elementos funcionam como adjuntos adverbiais ou, ainda, como predicativos do sujeito. Veja:

Eu dormi muito.

A palavra “muito”, apesar de especificar a intensidade com que a ação do verbo foi realizada, não é essencial para se entender o ato de dormir, portanto, trata-se de um adjunto adverbial.

Diferenças entre verbos intransitivos e verbos transitivos

Enquanto os verbos intransitivos não precisam de complemento, os verbos transitivos precisam de complemento, que pode ou não ser acompanhado de preposição, de acordo com cada caso.

Assim, os verbos transitivos apresentam um objeto, que explica a ação verbal.

Verbo intransitivo: Eu apareço um dia...

Verbo transitivo: Eu falei com ela sobre você.

No primeiro caso, o verbo “aparecer” é intransitivo. Embora existam outros elementos no predicado, é possível perceber que o verbo “apareço” não deixa de ficar compreensivo se for retirado o elemento “um dia”. Já no segundo caso, o verbo “falar” pede complemento, ou seja, objeto para a ação verbal.

Leia mais: Vozes verbais — costumam ser divididas em ativa, passiva e reflexiva

Exercícios resolvidos sobre verbos intransitivos

Questão 1

(UFMG)

Assinale a alternativa em que o verbo destacado é intransitivo, não vem acompanhado de complemento.

A) Os alimentos desperdiçados constituem-se em grandes prejuízos para a humanidade.

B) Maria desfaleceu, depois de receber a tão esperada notícia.

C) Há um momento em que uma pessoa pratica ações decisivas em sua vida.

D) Numa das primeiras atividades, Ana pensou no tempo e conseguiu terminar o serviço.

Resposta

Alternativa B. O verbo “desfalecer” é o único intransitivo, com um significado completo. Os demais verbos não podem ser classificados como intransitivos.

Questão 2

(Vunesp)

Leia o texto para responder à questão.

A moléstia conservou durante muitos dias — dias angustiosos e terríveis — um caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio. Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:

— Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura — de Fadinha. Agora que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral, entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo; Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

— Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.

(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de contos, 2014. Adaptado)

Evanildo Bechara, em sua Moderna Gramática Portuguesa, ensina que “os verbos que apresentam significado lexical referente a realidades bem concretas não necessitam de outros signos léxicos. A tradição gramatical chama intransitivos a tais verbos”. O exposto pelo autor está corretamente exemplificado pelo verbo destacado em:

A) ...que lhe faltava dantes.

B) Ficou boa, mas desfigurada...

C) Só havia um obstáculo à minha felicidade...

D) Fadinha [...] teve a existência por um fio.

E) Ainda vivem.

Resposta

Alternativa E. O verbo “viver” é intransitivo, já que sua ação verbal pode ser compreendida por si só.

Publicado por Guilherme Viana

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