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Richard Nixon

Richard Nixon foi um político norte-americano que deslanchou sua carreira política na década de 1940, após ser dispensado do serviço militar. Foi vice-presidente durante a administração de Dwight E. Eisenhower e foi eleito presidente em 1968. Sua administração ficou marcada pelo escândalo Watergate. Renunciou à presidência para evitar o impeachment em 1974.

Acesse também: A disputa que levou o homem à Lua na década de 1960

Juventude

Richard Milhous Nixon nasceu em Yorba Linda, na Califórnia, no dia 9 de janeiro de 1913. Seus pais se chamavam Hannah Milhous Nixon e Francis Anthony Nixon e ambos praticavam a fé Quaker. Richard foi o segundo de cinco filhos — todos homens — desse casal.

Local onde Nixon nasceu e passou parte de sua infância, em Yorba Linda, Califórnia.[1]
Local onde Nixon nasceu e passou parte de sua infância, em Yorba Linda, Califórnia.[1]

A juventude de Nixon foi marcada pela criação religiosa, pela pobreza e pela tragédia, uma vez que dois de seus irmãos morreram vítimas da tuberculose. Ainda na sua infância, a família de Nixon se mudou para a cidade de Whittier, local onde Nixon concluiu o correspondente ao Ensino Fundamental e Médio.

Na década de 1930, Nixon iniciou os seus estudos universitários e obteve graduação em História, pelo Whittier College, e graduou-se em Direito pela Duke University Law School. No final da mesma década, começou a trabalhar na área do Direito, mas, em 1942, mudou-se para Washington, onde passou a trabalhar em uma repartição pública chamada Office of Price Administration.

Quando se mudou para a capital dos Estados Unidos, ele estava casado com Thelma Catherine Nixon, comumente conhecida como Patricia Nixon. Ele a conheceu durante os ensaios de uma peça de teatro amador que ambos participaram. Eles namoraram por dois anos e então se casaram, em 21 de junho de 1940. Do casamento de Nixon e Patricia nasceram duas filhas: Tricia e Julie.

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Carreira militar e política

Ainda enquanto estava em Washington, Richard Nixon decidiu ingressar na Marinha dos Estados Unidos para servir o país durante a Segunda Guerra Mundial. Vale lembrar que a entrada do país nesse conflito foi motivada pelo ataque surpresa realizado pelo Japão contra a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, em dezembro de 1941.

Durante esse conflito, Richard Nixon sempre realizou trabalho técnico e chegou a ser nomeado para funções responsáveis pela logística de operações na frente de batalha no Sudoeste do Pacífico, inclusive a da Batalha de Guadalcanal, que se estendeu de 1942 a 1943.

Na Marinha norte-americana, chegou a alcançar a patente de capitão-tenente. Em 1946 foi dispensado do serviço ativo e permaneceu na reserva da Marinha até 1966, quando se aposentou do Exército. Depois de ser dispensado da Marinha, Nixon foi convidado a se candidatar para um cargo no Congresso norte-americano, chamada de US House of Representatives no idioma inglês. Esse foi o início de sua carreira política.

Em 1950, ele foi eleito senador pelo estado da Califórnia. Em 1952, foi convidado por Dwight E. Eisenhower, candidato à presidência dos Estados Unidos, para compor a chapa dele como vice-presidente. Na eleição de 1952, o resultado foi uma vitória expressiva dos republicanos, e Richard Nixon tornou-se vice-presidente dos Estados Unidos.

Ele permaneceu na posição de vice até 1961 (eles foram reeleitos em 1956). Em 1960, decidiu lançar-se como presidente pelo Partido Republicano, mas foi derrotado pelo candidato democrata, John F. Kennedy, no colégio eleitoral. Ele também se candidatou para a disputa do governo da Califórnia em 1962, mas foi derrotado novamente, dessa vez por Pat Brown.

Leia também: Origem do sistema presidencialista nos Estados Unidos

Presidência

Em 1967, Nixon tentou a disputa presidencial mais uma vez. Ele se impôs nas primárias presidenciais do Partido Republicano e escolheu o governador de Maryland, Spiro Agnew, como seu vice-presidente. Na eleição, o candidato democrata foi Hubert Humprey. O resultado determinou a vitória de Nixon, que obteve quase 32 milhões de votos e 301 votos no Colégio Eleitoral.

Em 1968, Richard Nixon foi eleito presidente dos Estados Unidos.[2]
Em 1968, Richard Nixon foi eleito presidente dos Estados Unidos.[2]

Durante sua presidência, Richard Nixon herdou o envolvimento do seu país na Guerra do Vietnã. A participação dos Estados Unidos nessa guerra era extremamente impopular e protestos se espalhavam por todo o país. O desgaste aumentava à medida que vidas americanas eram perdidas e que os horrores realizados pelos norte-americanos na guerra eram divulgados.

Durante o governo de Nixon, a participação estadunidense no conflito foi reduzida drasticamente. O presidente também reforçou relações com a China, uma ação histórica, se levarmos em consideração o contexto da Guerra Fria. Além disso, foi durante seu governo que o homem pisou na Lua pela primeira vez, e uma ampla legislação em defesa do meio ambiente avançou. A administração de Nixon também foi responsável por articulações golpistas na América Latina, como a que ocorreu no Chile, em 1973.

Apesar disso, Nixon deu algumas demonstrações de autoritarismo, as quais foram cruciais para a sua queda. Segundo os cientistas políticos Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, Nixon “via oponentes públicos e a imprensa como inimigos e ele e sua equipe justificavam atividades ilícitas reivindicando que seus oponentes domésticos […] representavam uma ameaça para a nação ou para a ordem constitucional”|1|.

Foi essa disposição autoritária e por ações ilegais que resultou em um dos maiores escândalos da história política dos Estados Unidos da América.

  • Escândalo Watergate

O Complexo Watergate abrigou o escândalo que resultou na renúncia de Nixon, em 1974.
O Complexo Watergate abrigou o escândalo que resultou na renúncia de Nixon, em 1974.

O escândalo Watergate estourou em 17 de junho de 1972, quando cinco homens foram pegos pela polícia tentando grampear o escritório do Partido Democrata em Washington. Investigações realizadas pela imprensa na época descobriram que os cinco homens presos tinham envolvimento com um comitê que atuava pela reeleição de Richard Nixon.

As ações de espionagem visavam garantir informações privilegiadas que poderiam ser usadas na eleição presidencial de 1972 — o oponente de Nixon era o democrata George McGovern. Mesmo com o caso de Watergate, o presidente Nixon conseguiu se reeleger com muita folga (seu oponente só venceu em Maryland e no Distrito de Columbia).

As investigações contra Nixon seguiram e chegaram ao Senado, onde um comitê especial foi formado sob a liderança do senador democrata Sam Ervin. O serviço de investigação norte-americano, o FBI, também se engajou no caso. Durante as investigações, foi descoberto que Nixon gravava todas as conversas que aconteciam no Salão Oval da Casa Branca.

O Senado exigiu a liberação das gravações, mas Nixon rejeitou. O Supremo Tribunal dos EUA interveio na situação e forçou a disponibilização das gravações. Por meio dessas gravações, constatou-se que Nixon esteve envolvido diretamente em ações para obstruir a Justiça. Um processo de impeachment seria realizado contra Nixon e, para impedir isso, ele renunciou, em 8 de agosto de 1974. Caso queira saber mais sobre esse escândalo político, sugerimos o acesso a este link: Escândalo Watergate.

Acesse também: Augusto Pinochet, ditador que contou com o apoio de Nixon

Últimos anos

Depois da renúncia, Nixon foi perdoado pelos seus crimes por Gerald Ford, presidente dos Estados Unidos que assumiu após Nixon renunciar. Assim, Nixon aposentou-se da política, embora tenha mantido sua posição como figura pública. Ele chegou a escrever um livro de memórias e atuou como conselheiro político. Faleceu no dia 22 de abril de 1994, aos 81 anos de idade.

Notas

|1| LEVITSKY, Steven e ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018, p. 138.

Créditos das imagens:

[1] Pamela Brick e Shutterstock

[2] mark reinstein e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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