Ataque a Pearl Harbor
O ataque a Pearl Harbor foi realizado de surpresa pela Marinha Japonesa, no dia 7 de dezembro de 1941, contra essa base norte-americana localizada no Havaí. Essa ofensiva foi responsável pela entrada dos americanos na Segunda Guerra Mundial e pelo início do conflito entre Estados Unidos e Japão, só encerrado em setembro de 1945.
Contexto
Após a Restauração Meiji, o Japão, que historicamente foi um país fechado a qualquer tipo de influência estrangeira, realizou uma grande abertura de fronteiras, modernizou sua economia e iniciou um rápido processo de industrialização durante a segunda metade do século XIX. Durante esse processo de modernização, surgiu no Japão um forte discurso nacionalista que visava defender os valores e os interesses internos, ao mesmo tempo em que manifestava um culto à personalidade do imperador.
À medida que as mudanças políticas e econômicas aconteciam, uma verdadeira doutrinação da população era realizada, e os interesses do Japão, que, a princípio, ligavam-se a assuntos internos, foram progressivamente expandidos para as regiões próximas, surgindo, assim, um forte impulso imperialista sobre as nações vizinhas, principalmente a China. A vitória japonesa na Guerra russo-japonesa (1904-1905) somente fortaleceu esse discurso nacionalista e imperialista, o qual prosperou durante o reinado de Hirohito e foi fundamental para o Japão lançar-se na Segunda Guerra Mundial.
Rivalidade com os Estados Unidos
A rivalidade do Japão com os Estados Unidos remontava ao final da Primeira Guerra Mundial, em que japoneses viram seus interesses imperialistas, principalmente sobre a China, barrados por pressão internacional dos norte-americanos. Durante a década de 1920, apareceram os primeiros discursos no Japão contra os Estados Unidos.
Em um clima de forte doutrinação nacionalista, essas expressões de rivalidade logo encontraram terreno fértil para multiplicar-se. Assim, após iniciada a Segunda Guerra, a pressão para que o Japão atacasse os Estados Unidos era muito grande, principalmente por causa dos embargos econômicos impostos pelos norte-americanos a partir de 1941. Somente poucos membros do exército e marinha do Japão eram contrários a um ataque.
Ataque
Uma vez expressa a ordem para o plano de ataque aos Estados Unidos, o responsável por elaborá-lo, o almirante Yamamoto, sabia que seria necessária uma investida eficaz, de maneira a neutralizar o inimigo e evitar represálias. Yamamoto era um dos que defendiam uma saída diplomática para o conflito e argumentava que os Estados Unidos possuíam recursos ilimitados para manutenção da guerra, o que tornava impossível ao Japão resistir a longo prazo no confronto – previsão que se mostrou acertada no futuro.
O encouraçado USS Arizona, afundado após o ataque do dia 7 de dezembro de 1941
As forças japonesas, compostas por seis porta-aviões e mais de 400 navios, pegaram a frota norte-americana desprevenida, e o ataque à base americana de Pearl Harbor foi um verdadeiro massacre que resultou em mais de 2 mil mortos e em cinco encouraçados afundados e muitos outros danificados do lado norte-americano. Apesar do considerável estrago, esse ataque foi considerado um fracasso, pois não neutralizou o inimigo, apenas retardou a reação das forças norte-americanas. O poder naval dos Estados Unidos era tão grande que:
na semana seguinte ao ataque, os estaleiros americanos lançaram treze navios de guerra e nove navios mercantes, arautos de uma vasta armada em construção, a entrar em atividade nos dois anos seguintes. O país estava produzindo quinze encouraçados, onze porta-aviões, 54 cruzadores, 193 contratorpedeiros e 73 submarinos|1|.
A resposta dos Estados Unidos foi imediata com a declaração de guerra divulgada no dia 8 de dezembro de 1941. Esse conflito estendeu-se por quase quatro anos e gerou milhares de mortes e uma destruição muito grande ao Japão, que saiu derrotado em 1945.
|1| HASTINGS, Max. O mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p.214.