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Moedas do Brasil

As moedas do Brasil começaram a circular ainda no período colonial. A primeira ficou conhecida como réis. Outras foram introduzidas antes do real, que entrou em vigor em 1994.
Cédulas de cem em diferentes moedas do Brasil.
Cruzado, cruzeiro e cruzado novo foram algumas moedas do Brasil que antecederam o real.

A história das moedas do Brasil teve início no período colonial e é marcada por uma sucessão de moedas até a implantação do real. São elas: os réis, o cruzeiro, o cruzeiro novo, o cruzado, o cruzado novo e o cruzeiro real.

Essa trajetória culminou na introdução do real em 1994, representando um marco de estabilidade após o sucesso do Plano Real.

Leia também: Inflação no Brasil — histórico, picos e baixas, como é calculada e como está hoje

Resumo sobre as moedas do Brasil

  • Atualmente, a moeda oficial do Brasil é o real, introduzido em 1994.

  • Antes da adoção do real, o Brasil utilizou as seguintes moedas: os réis, o cruzeiro, o cruzeiro novo, o cruzado, o cruzado novo e o cruzeiro real.

  • Desde os réis até o real, as moedas refletem as mudanças econômicas e os esforços para estabilizar a economia.

  • Cada uma dessas moedas enfrentou desafios econômicos, hiperinflação e reformas monetárias em busca de estabilidade.

  • O real marca uma era de maior estabilidade monetária. Sua duradoura vigência reflete o sucesso do Plano Real em estabelecer uma moeda forte e confiável.

Qual é a moeda atual do Brasil?

O Brasil tem uma história rica quando se trata de moedas, que evoluíram ao longo dos séculos. As moedas do país são variadas e refletem as diferentes fases da sua história econômica. Atualmente, a moeda oficial do Brasil é o real (BRL).

Nota de duzentos reais lançada pelo Banco Central em 2020.
Nota de duzentos reais lançada pelo Banco Central em 2020.

Essa moeda foi introduzida por meio do Plano Real, que buscou controlar a hiperinflação e estabilizar a economia, marcando uma mudança radical na abordagem monetária do país. A palavra "real" nas moedas representava não apenas a unidade monetária, mas também a estabilidade almejada.

Ao contrário de suas predecessoras, o real não estava atrelado diretamente a moedas estrangeiras, buscando uma política de câmbio flutuante. Isso proporcionou uma maior flexibilidade e adaptabilidade à economia brasileira, resultando em um período prolongado de estabilidade econômica.

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Quais foram as moedas do Brasil antes do real?

  • Réis (1500-1942): a primeira moeda utilizada no Brasil colonial. Seu valor estava inicialmente atrelado ao real espanhol e, posteriormente, aos mil réis. Durante o Império, o Brasil emitiu moedas de ouro, prata e cobre, representando diferentes valores. O câmbio variava em relação à libra esterlina e ao dólar americano, mas essas informações podem ser difíceis de precisar devido à instabilidade econômica.

Cédula de um conto de réis, do real brasileiro, com homenagem a D. Pedro I e à Independência do Brasil.
Cédula de um conto de réis, do real brasileiro, com homenagem a D. Pedro I e à Independência do Brasil.
  • Cruzeiro (1942-1967): foi instituído como parte de um processo de reforma monetária durante a Segunda Guerra Mundial. Seu valor estava atrelado ao dólar americano. No entanto, as mudanças econômicas globais e nacionais levaram a desvalorizações ao longo dos anos.

Cédula de um cruzeiro, uma das antigas moedas do Brasil.
Cédula de um cruzeiro.
  • Cruzeiro novo (1967-1970): foi uma reformulação do cruzeiro devido à inflação crescente. Seu valor também estava vinculado ao dólar, mas as instabilidades econômicas persistentes resultaram em uma desvalorização significativa durante seu curto período de circulação.

Santos Dumont em uma nota de dez mil cruzeiros. Um carimbo na nota identificava a mudança para o valor do cruzeiro novo.
Santos Dumont em uma nota de dez mil cruzeiros. Um carimbo na nota identificava a mudança para o valor do cruzeiro novo.
  • Cruzeiro (1970-1986): após a extinção do cruzeiro novo, o Brasil reintroduziu o cruzeiro, mas a hiperinflação continuou a impactar sua estabilidade. O valor do cruzeiro em relação ao dólar e à libra esterlina era altamente volátil durante esse período.

  • Cruzado (1986-1989): o Plano Cruzado foi implementado para combater a inflação, introduzindo o cruzado como nova moeda. No entanto, a estabilidade não durou muito tempo, e a moeda foi substituída após um período curto.

Rosto de Machado de Assis em nota de mil cruzados.
Machado de Assis em nota de mil cruzados.[2]
  • Cruzado novo (1989-1990): uma tentativa de estabilizar a economia levou à criação do cruzado novo. Infelizmente, a hiperinflação persistiu, levando à desvalorização dessa moeda também.

O ecologista brasileiro Augusto Ruschi em nota de quinhentos cruzados novos.
O ecologista brasileiro Augusto Ruschi em nota de quinhentos cruzados novos.
  • Cruzeiro (1990-1993): diante das dificuldades econômicas, o Brasil reintroduziu o cruzeiro, mas a hiperinflação continuou a prejudicar sua estabilidade.
  • Cruzeiro real (1993-1994): como parte do Plano Real, o cruzeiro real foi introduzido para estabilizar a economia e controlar a inflação. Seu valor estava atrelado ao dólar dos Estados Unidos, marcando uma nova fase na estabilidade monetária do Brasil.
Cédula de cinco mil cruzeiros reais.
A imagem de um gaúcho estampava frente e verso de uma cédula de cinco mil cruzeiros reais.

Saiba mais: Ciclos econômicos do Brasil — da descoberta do pau-brasil à extração da  borracha

Curiosidades sobre as moedas do Brasil

  • Diversidade de materiais: as moedas do Brasil, ao longo de sua história, exibiram uma notável diversidade de materiais. Durante o período colonial, as moedas de réis eram cunhadas em ouro, prata e cobre, refletindo a riqueza mineral do país. A variedade de metais não apenas destacava a diversidade econômica, mas também criava desafios na padronização das moedas devido ao desgaste diferenciado e à manipulação dos materiais ao longo do tempo.
  • Reformas monetárias frequentes: o Brasil é conhecido por suas frequentes reformas monetárias ao longo da história. Desde os réis até o real, o país passou por diversas moedas em resposta a desafios econômicos, inflação e instabilidade. As reformulações refletem a busca incessante por uma moeda estável e confiável, como evidenciado pelas sucessivas introduções de cruzeiros, cruzados e outros, até a estabilização alcançada com o Plano Real em 1994.
  • Influência externa nas taxas de câmbio: a história das moedas do Brasil está entrelaçada com a influência externa nas taxas de câmbio. Ao longo de diferentes períodos, a vinculação de moedas brasileiras ao dólar americano e à libra esterlina demonstra a interconexão entre a economia brasileira e os eventos globais. Isso ressalta a importância das relações comerciais e financeiras internacionais na evolução das moedas brasileiras.
  • Elementos culturais nas cédulas e moedas: uma característica notável das moedas brasileiras, especialmente as do real, é a incorporação de elementos culturais em seus designs. Diferentes cédulas e moedas apresentam representações de figuras históricas, fauna, flora e símbolos nacionais. Essa prática não apenas celebra a rica diversidade cultural e natural do Brasil, mas também cria uma conexão simbólica entre a moeda e a identidade nacional.
  • Cunhagem de moeda brasileira na Inglaterra: uma curiosidade fascinante sobre a história das moedas do Brasil é o período em que parte da cunhagem das moedas brasileiras aconteceu na Inglaterra. Durante o reinado de D. Pedro II, entre 1831 e 1889, o Brasil enfrentou desafios na produção local de moedas devido a limitações tecnológicas e instalações inadequadas. Como solução, contratos foram firmados com casas da moeda britânicas, como a Royal Mint, para a cunhagem de algumas das moedas brasileiras. Essa prática não apenas destaca a dependência tecnológica da época, mas também evidencia a influência econômica e industrial da Inglaterra no Brasil durante o século XIX. As moedas cunhadas na Inglaterra apresentavam características distintas, como o uso de tecnologia avançada para a época e, hoje, são testemunhos históricos dessa colaboração peculiar entre as duas nações.

Créditos das imagens

[1] Wikimedia Commons

[2] Wikimedia Commons

Fontes

AMATO, Claudio Patrick; NEVES, Irlei Soares das. O Livro das Moedas do Brasil, 15ª Edição. Editora Record

MALDONADO, Rodrigo. Moedas Brasileiras: livro oficial. MBA Editores, 2020

Publicado por Tiago Soares Campos

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