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Escambo

Escambo era uma forma de transação comercial muito utilizada na Antiguidade e que precedeu a monetarização das economias.
O escambo era uma transação comercial sem o envolvimento de moeda e uma troca de serviços e/ou mercadorias.
O escambo era uma transação comercial sem o envolvimento de moeda e uma troca de serviços e/ou mercadorias.

O escambo foi uma modalidade de transação comercial em que duas partes iniciavam um negócio que era concluído com a troca de mercadorias. Essa modalidade foi muito comum na Antiguidade e precedeu a monetarização da economia, embora tenha existido também em economias monetarizadas.

Acesse também: Comércio triangular na América do Norte

Resumo sobre escambo

  • Foi um tipo de transação comercial em que um negócio era fechado sem o envolvimento de moeda.

  • Nele, mercadorias ou serviços poderiam ser trocados entre as partes.

  • Precedeu a monetarização das economias.

  • No Brasil, o caso mais simbólico foi o realizado entre portugueses e índios durante a exploração do pau-brasil.

História do escambo

O escambo foi um sistema de transação comercial, e acredita-se que tenha sido muito utilizado na Antiguidade. Esse sistema teria precedido a monetarização da economia, momento em que as transações comerciais passaram a ser majoritariamente realizadas pelo uso de papel-moeda, isto é, dinheiro em forma de papel ou moeda.

Com base nisso, pode-se definir o escambo como uma transação comercial realizada sem a utilização de dinheiro. Nela, as duas partes envolvidas negociavam uma troca de mercadorias, de forma que essa troca atendesse aos interesses de ambas as partes. Entretanto, os historiadores têm certa dificuldade para reconstituir como de fato se dava esse processo, uma vez que existem poucas evidências sobre ele.

Por meio do escambo, a troca de mercadorias poderia acontecer com itens de necessidade básica. Um lado então teria algo de sobra e estaria à procura de uma mercadoria que outro povo teria em abundância. Desse modo, determinado comerciante poderia, por exemplo, trocar madeira por sal.

É claro que cada povo da Antiguidade poderia desenvolver suas práticas específicas de comércio. Os egípcios, por exemplo, utilizavam uma unidade de valor chamada de deben, sendo que 1 deben correspondia a, aproximadamente, 90 gramas de cobre. Acontece que as transações comerciais não precisavam necessariamente envolver as 90 gramas de cobre.

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Isso porque se as duas partes envolvidas em uma negociação não tivesse uma mercadoria que valesse 1 deben, a troca não poderia acontecer porque os produtos não teriam o mesmo valor no mercado. Os romanos tinham um sistema parecido conhecido cuja unidade era conhecida como aes rude, que correspondia a 324 gramas de bronze. Entretanto, o sistema romano é mais entendido como uma etapa que antecedeu a monetarização da economia, pois o bronze era utilizado como uma moeda corrente.

Por volta do século V a.C., uma série de povos da Antiguidade já faziam uso de moedas em transações comerciais. Povos como os gregos, etruscos, persas e egípcios faziam a cunhagem das próprias moedas nesse período; os romanos aderiram a esse processo a partir do século IV a.C.; os celtas, por sua vez, passaram a fazê-lo no século III a.C.

Uma interpretação tradicional entende que a monetarização se deu para facilitar as transações, principalmente porque, a partir da evolução do comércio, determinadas mercadorias se tornaram muito valiosas e requeriam muitos produtos em troca para serem negociadas. Ainda assim, apesar da monetarização da economia, o escambo continuou porque muitos lugares não tinham quantidade significativa de moeda circulante.

O crescimento dos domínios de Roma e a urbanização que existia neles contribuíram abertamente para que a moeda se tornasse o principal meio de efetivação de transações comerciais. O declínio dos romanos, a partir do século V d.C., e a ruralização que se estabeleceu na Europa Ocidental fizeram com que a moeda perdesse força e o escambo se estabelecesse como principal meio de transação comercial.

A partir da Baixa Idade Média, o comércio recuperou sua força e as moedas começaram a circular em maiores quantidades. Atualmente, o escambo ainda existe e é utilizado por povos que adotam estilos de vida considerados rústicos. Em momentos de crise, como na Grande Depressão, foi comum que pessoas realizassem escambo devido à falta de dinheiro.

Acesse também: Negras forras e o comércio urbano colonial no Brasil

História do escambo no Brasil

O escambo também foi praticado no Brasil, e o caso mais simbólico desse modelo de transação comercial se deu no período da chegada dos portugueses à América. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, identificaram que uma árvore poderia ser explorada e trazer algum retorno econômico para o Reino de Portugal.

Essa árvore era o pau-brasil, e o interesse por ela se deu porque os portugueses não haviam encontrado ouro e prata na América e não tinham a intenção de explorar o território para tanto. Isso porque a prioridade deles naquele momento era continuar com a comercialização das especiarias obtidas na Índia.

Assim, explorar o pau-brasil era um jeito de manter uma mínima presença portuguesa na América e ainda obter algum ganho econômico com a terra. Foi quando os portugueses realizaram o escambo, pois passaram a utilizar a mão de obra dos índios para obterem as toras da árvore. O grande valor do pau-brasil não era a sua madeira, mas sim a resina presente nela, que permitia a fabricação de corantes.

Com isso, os indígenas aceitaram fazer o trabalho de localização, derrubada e transporte das toras para as feitorias portuguesas. Em troca, os colonizadores ofereciam facas, machados e outros objetos metálicos considerados valiosos pelos nativos. Essa troca pode ser caracterizada como um escambo entre índios e portugueses.

  • Videoaula sobre exploração do pau-brasil

Publicado por Daniel Neves Silva

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