Whatsapp icon Whatsapp

Faraó

Faraó era o título dado ao governante do Egito Antigo. Os faraós eram líderes políticos e religiosos, além de representantes do divino.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon.

Os faraós foram os líderes supremos e governantes do Antigo Egito. Ocupavam uma posição divina e absoluta, agindo como intermediários entre deuses e súditos. Sua história abrange milênios, com períodos de expansão e declínio, enquanto desempenhavam papéis multifacetados.

Além de governar, tinham responsabilidades religiosas e administrativas, mantendo a ordem e a harmonia cósmica. Suas vidas envolviam rituais religiosos, administração do reino, construção de monumentos e preparação para a vida após a morte. Alguns faraós notáveis foram: Hatshepsut, Ramsés II e Cleópatra, cada um com um legado significativo.

Leia também: Deuses do Egito — as divindades da religiosidade dos egípcios antigos

Resumo sobre os faraós

  • Os faraós eram os governantes supremos do Antigo Egito, considerados intermediários entre os deuses e o povo.
  • Sua história abrange milênios, desde o Período Pré-Dinástico até a Conquista Muçulmana, com épocas de expansão e declínio.
  • Seu poder era absoluto e divino, com influência sobre política, religião e economia, embora houvesse limites práticos para sua autoridade.
  • Sua função incluía liderança política, religiosa e administrativa, mantendo a ordem e a harmonia cósmica (maat).
  • Sua vida envolvia rituais religiosos, administração do reino, construção de monumentos e planejamento para a vida após a morte.
  • Faraós importantes foram: Hatshepsut, Ramsés II e Cleópatra, cada um com contribuições significativas para a história egípcia.

Quem eram os faraós?

Os faraós foram os governantes supremos do Antigo Egito, desempenhando um papel central na civilização egípcia por cerca de 3000 anos. Considerados divinos e detentores de autoridade absoluta, eles eram vistos como intermediários entre os deuses e o povo.

Os faraós exerciam controle sobre a política, economia e religião do Egito, sendo comumente identificados por seus títulos e nomes, que refletiam sua soberania. Também eram responsáveis por empreendimentos monumentais, como a construção de pirâmides, templos e túmulos, que serviam tanto a fins religiosos quanto funerários.

História dos faraós

A história dos faraós se confunde com a própria história egípcia. Dentro da historiografia especializada, é comum se referir à história antiga do Egito como “história faraônica”. Dentro desse longo período, pode-se destacar as seguintes épocas e acontecimentos:

  1. Período Pré-Dinástico (~3100 a.C. - ~3100 a.C.):
    • Surgimento das primeiras comunidades no vale do Nilo.
    • Desenvolvimento da agricultura e domesticação de animais.
    • Desenvolvimento de escrita hieroglífica primitiva.
  2. Antigo Império (~2686 a.C. - ~2181 a.C.):
    • Fundação da primeira dinastia, por Menés (~3100 a.C.).
    • Construção das primeiras pirâmides, em Saqqara.
    • Era das Grandes Pirâmides, com destaque para a Pirâmide de Quéops.
    • Criação do sistema administrativo e religioso centralizado.
  3. Primeiro Período Intermediário (~2181 a.C. - ~2055 a.C.):
    • Desintegração do poder centralizado.
    • Fome, desordem social e invasões estrangeiras.
    • Divisão do Egito em estados rivais.
  4. Médio Império (~2055 a.C. - ~1650 a.C.):
    • Reunificação do Egito sob Mentuhotep II.
    • Expansão do comércio e do império.
    • Aumento do poder dos faraós em Tebas.
    • Desenvolvimento da literatura e arte, como os Contos de Sinué.
  5. Segundo Período Intermediário (~1650 a.C. - ~1550 a.C.):
    • Invasões hicsas e domínio estrangeiro sobre o Egito.
    • Faraós locais resistem ao domínio estrangeiro.
  6. Novo Império (~1550 a.C. - ~1077 a.C.):
    • Expulsão dos hicsas por Amósis I.
    • Expansão territorial sob Tutmés III e Ramsés II.
    • Conquistas, incluindo Canaã e o Império Hitita.
    • Reinado de Akhenaton e a introdução do monoteísmo.
    • Construção de templos e túmulos em Luxor e Karnak.
    • Declínio gradual do império devido a invasões e instabilidade interna.
  7. Terceiro Período Intermediário (~1077 a.C. - ~664 a.C.):
    • Divisões e conflitos internos enfraqueceram o poder central.
    • Invasões assírias e líbias.
  8. Baixa Época (~664 a.C. - 332 a.C.):
    • Domínio estrangeiro, incluindo os persas e os gregos.
    • Alexandre, o Grande conquistou o Egito em 332 a.C.
    • Fundação da cidade de Alexandria.
  9. Período Ptolemaico (332 a.C. - 30 a.C.):
    • Dinastia ptolemaica de origem grega governou o Egito.
    • Era helenística com influências gregas na cultura.
  10. Domínio Romano (30 a.C. - 641 d.C.):
    • Egito se tornou uma província romana em 30 a.C.
    • Declínio gradual da cultura faraônica em favor da cultura romana e do cristianismo.
  11. Conquista Muçulmana (641 d.C.):
    • Egito foi conquistado pelos muçulmanos árabes.
    • Início da islamização e arabização do país.
As pirâmides de Saqqara, símbolo do poder dos primeiros faraós.[1]
As pirâmides de Saqqara, símbolo do poder dos primeiros faraós.[1]

O poder dos faraós

O poder dos faraós no Antigo Egito era considerado divino e absoluto, fundamentado na crença de que eles eram intermediários entre os deuses e o povo. Como monarcas teocráticos, os faraós eram vistos como encarnações de Hórus, o deus-falcão, e detinham autoridade suprema sobre todos os aspectos da vida egípcia, incluindo política, religião e economia.

Roupa característica de um faraó.
A nemês (touca) de um Faraó simbolizava seu poder.[2]

Embora fossem teoricamente onipotentes, os faraós não governavam sozinhos e contavam com uma burocracia de funcionários e sacerdotes para ajudar na administração do reino. Seu poder também tinha limites práticos, como a necessidade de manter a ordem e a prosperidade do Egito, pois a má gestão poderia levar à revolta.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Os faraós exerciam seu poder via construção de monumentos impressionantes, expansão territorial, regulamentação de rituais religiosos e controle sobre a produção agrícola, garantindo a subsistência do povo e a estabilidade do reino.

O Templo de Abu Simbel, construído pelo faraó Ramsés II.[3]
O Templo de Abu Simbel, construído pelo faraó Ramsés II.[3]

Função dos faraós

A principal função dos faraós no Antigo Egito foi exercer o papel de governantes supremos e líderes religiosos. Eles eram considerados intermediários entre os deuses e o povo, encarnando a autoridade divina na Terra.

Os faraós desempenharam um papel crucial na manutenção da ordem, justiça e prosperidade do reino, garantindo a gestão eficaz dos recursos, a construção de monumentos e templos, e a defesa do Egito contra ameaças externas. Além disso, promoveram a adoração dos deuses egípcios e a realização de rituais religiosos, contribuindo para a coesão cultural e espiritual da sociedade.

A vida dos faraós

As vidas dos faraós foram repletas de cerimônias religiosas, administração e responsabilidades políticas. Pela manhã, eles costumavam participar de rituais religiosos, demonstrando seu papel como intermediários entre os deuses e o povo. Grande parte de seus dias era dedicada à administração do reino, onde trabalhavam com uma corte de funcionários e escribas para gerenciar impostos, leis e projetos de construção. Além disso, supervisionavam projetos monumentais, como a construção de pirâmides.

A morte era uma parte importante de suas jornadas, pois eles passavam anos planejando seus túmulos e a vida após a morte. Suas reputações após a morte dependiam da forma como governavam, o que enfatizava a importância de manterem a ordem durante seus reinados.

Leia também: Pirâmides egípcias — a história dessas grandiosas construções

Faraós mais importantes da história

Nos mais de 3000 anos de história antiga egípcia, houve diversos faraós importantes. Dentre eles, pode-se destacar:

  • Narmer (Menes), I dinastia
    • Creditado por unificar o Alto e o Baixo Egito, marcando o início da primeira dinastia.
  • Hatshepsut (1507 a.C. - 1458 a.C.), XVIII dinastia
    • Uma das poucas mulheres faraós, conhecida por suas expedições comerciais e pelo Templo de Deir el-Bahri.
  • Tutmés III (1479 a.C. - 1425 a.C.), XVIII dinastia
    • Expandiu o Império Egípcio por meio de conquistas militares, alcançando a Síria.
  • Amenhotep IV (Akhénaton), XVIII dinastia
    • Introduziu o monoteísmo, adorando o deus Aton, e mudou a capital para Amarna.
  • Tutancâmon (1341 a.C. - 1323 a.C.), XVIII dinastia
    • Ficou conhecido por seu túmulo rico em artefatos, proporcionando descobertas e pesquisas sobre o Antigo Egito.
  • Ramsés II (1303 a.C. - 1213 a.C.), XIX dinastia
    • Notável por sua construção de monumentos, incluindo Abu Simbel, e pelo tratado de paz com os hititas.
  • Cleópatra VII (69 a.C. - 30 a.C.), dinastia ptolomaica
    • A última faraó do Egito, famosa por seus relacionamentos com Júlio César e Marco Antônio e pelo colapso do Egito como uma potência independente.

Curiosidades sobre os faraós

Uma curiosidade notável sobre os faraós do Antigo Egito é a possibilidade de mulheres assumirem o papel de faraós. Embora fosse incomum, algumas mulheres, como Hatshepsut, Nefertiti e Cleópatra, desafiaram as normas de gênero e governaram como faraós. Hatshepsut, por exemplo, se autodenominou faraó e ficou conhecida por suas realizações, incluindo expedições comerciais e a construção do magnífico Templo de Deir el-Bahri.

Outra curiosidade envolve a construção das pirâmides, ícones da civilização egípcia. Embora as Grandes Pirâmides de Gizé tenham sido construídas durante o Antigo Império, por volta de 2500 a.C., essas estruturas tornaram-se menos comuns com o tempo, à medida que os recursos e o foco da arquitetura funerária mudaram.

No lugar das pirâmides, túmulos subterrâneos, como os Vales dos Reis, se tornaram populares. Esse declínio na construção de pirâmides refletiu mudanças na crença e na prática funerárias, com ênfase crescente na preservação do corpo e na vida após a morte em túmulos decorados e elaborados.

Créditos das imagens

[1] Wikimedia Commons

[2] Wikimedia Commons

[3] Wikimedia Commons

Fontes:

CARDOSO, Ciro. O Antigo Egito. São Paulo: Brasiliense, 1989.

PINSKI, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 1995.

Publicado por Tiago Soares Campos
Assista às nossas videoaulas

Artigos Relacionados

A morte no Egito Antigo
Sabia como os antigos egípcios encaravam a morte.
Aton, o Deus único do Egito
Saiba mais sobre Aton, o Deus único do Egito, e modo como ele foi alçado a essa condição na época do faraó Amenófis IV.
Deuses do Egito
Saiba mais acerca dos deuses do Egito, as divindades que faziam parte da religiosidade no Egito Antigo. Veja quais foram os principais deuses, e confira algumas de suas histórias.
Egito
Saiba mais sobre a história da civilização egípcia. Veja dados geográficos, demográficos e econômicos do Egito e leia sobre a diversidade cultural dos egípcios.
Egito Antigo
Clique aqui e conheça os principais elementos da história do Egito Antigo, uma das civilizações mais antigas do mundo.
Escrita Egípcia
A utilidade e os tipos de escrita desenvolvidos pela civilização egípcia.
Teocracia
Clique aqui, entenda o que é teocracia e conheça suas principais características e consequências.
video icon
Escrito"O que você precisa saber sobre o ProUni 2024" sobre a ilustração colorida de uma página de um website.
Enem
O que você precisa saber sobre o ProUni 2024
O ProUni, Programa Universidade para Todos, oferece bolsas de estudo em instituições de ensino superiores particulares de todo o Brasil. As inscrições são abertas duas vezes, no início de cada semestre. Assista ao vídeo e fique por dentro de como utilizar o programa!

Outras matérias

Biologia
Matemática
Geografia
Física
Vídeos
video icon
Pessoa com as pernas na água
Saúde e bem-estar
Leptospirose
Foco de enchentes pode causar a doença. Assista à videoaula e entenda!
video icon
fone de ouvido, bandeira do reino unido e caderno escrito "ingles"
Gramática
Inglês
Que tal conhecer os três verbos mais usados na língua inglesa?
video icon
três dedos levantados
Matemática
Regra de três
Com essa aula você revisará tudo sobre a regra de três simples.