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Faraó

Faraó era o título dado ao governante do Egito Antigo. Os faraós eram líderes políticos e religiosos, além de representantes do divino.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon.
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon.

Os faraós foram os líderes supremos e governantes do Antigo Egito. Ocupavam uma posição divina e absoluta, agindo como intermediários entre deuses e súditos. Sua história abrange milênios, com períodos de expansão e declínio, enquanto desempenhavam papéis multifacetados.

Além de governar, tinham responsabilidades religiosas e administrativas, mantendo a ordem e a harmonia cósmica. Suas vidas envolviam rituais religiosos, administração do reino, construção de monumentos e preparação para a vida após a morte. Alguns faraós notáveis foram: Hatshepsut, Ramsés II e Cleópatra, cada um com um legado significativo.

Leia também: Deuses do Egito — as divindades da religiosidade dos egípcios antigos

Resumo sobre os faraós

  • Os faraós eram os governantes supremos do Antigo Egito, considerados intermediários entre os deuses e o povo.
  • Sua história abrange milênios, desde o Período Pré-Dinástico até a Conquista Muçulmana, com épocas de expansão e declínio.
  • Seu poder era absoluto e divino, com influência sobre política, religião e economia, embora houvesse limites práticos para sua autoridade.
  • Sua função incluía liderança política, religiosa e administrativa, mantendo a ordem e a harmonia cósmica (maat).
  • Sua vida envolvia rituais religiosos, administração do reino, construção de monumentos e planejamento para a vida após a morte.
  • Faraós importantes foram: Hatshepsut, Ramsés II e Cleópatra, cada um com contribuições significativas para a história egípcia.

Quem eram os faraós?

Os faraós foram os governantes supremos do Antigo Egito, desempenhando um papel central na civilização egípcia por cerca de 3000 anos. Considerados divinos e detentores de autoridade absoluta, eles eram vistos como intermediários entre os deuses e o povo.

Os faraós exerciam controle sobre a política, economia e religião do Egito, sendo comumente identificados por seus títulos e nomes, que refletiam sua soberania. Também eram responsáveis por empreendimentos monumentais, como a construção de pirâmides, templos e túmulos, que serviam tanto a fins religiosos quanto funerários.

História dos faraós

A história dos faraós se confunde com a própria história egípcia. Dentro da historiografia especializada, é comum se referir à história antiga do Egito como “história faraônica”. Dentro desse longo período, pode-se destacar as seguintes épocas e acontecimentos:

  1. Período Pré-Dinástico (~3100 a.C. - ~3100 a.C.):
    • Surgimento das primeiras comunidades no vale do Nilo.
    • Desenvolvimento da agricultura e domesticação de animais.
    • Desenvolvimento de escrita hieroglífica primitiva.
  2. Antigo Império (~2686 a.C. - ~2181 a.C.):
    • Fundação da primeira dinastia, por Menés (~3100 a.C.).
    • Construção das primeiras pirâmides, em Saqqara.
    • Era das Grandes Pirâmides, com destaque para a Pirâmide de Quéops.
    • Criação do sistema administrativo e religioso centralizado.
  3. Primeiro Período Intermediário (~2181 a.C. - ~2055 a.C.):
    • Desintegração do poder centralizado.
    • Fome, desordem social e invasões estrangeiras.
    • Divisão do Egito em estados rivais.
  4. Médio Império (~2055 a.C. - ~1650 a.C.):
    • Reunificação do Egito sob Mentuhotep II.
    • Expansão do comércio e do império.
    • Aumento do poder dos faraós em Tebas.
    • Desenvolvimento da literatura e arte, como os Contos de Sinué.
  5. Segundo Período Intermediário (~1650 a.C. - ~1550 a.C.):
    • Invasões hicsas e domínio estrangeiro sobre o Egito.
    • Faraós locais resistem ao domínio estrangeiro.
  6. Novo Império (~1550 a.C. - ~1077 a.C.):
    • Expulsão dos hicsas por Amósis I.
    • Expansão territorial sob Tutmés III e Ramsés II.
    • Conquistas, incluindo Canaã e o Império Hitita.
    • Reinado de Akhenaton e a introdução do monoteísmo.
    • Construção de templos e túmulos em Luxor e Karnak.
    • Declínio gradual do império devido a invasões e instabilidade interna.
  7. Terceiro Período Intermediário (~1077 a.C. - ~664 a.C.):
    • Divisões e conflitos internos enfraqueceram o poder central.
    • Invasões assírias e líbias.
  8. Baixa Época (~664 a.C. - 332 a.C.):
    • Domínio estrangeiro, incluindo os persas e os gregos.
    • Alexandre, o Grande conquistou o Egito em 332 a.C.
    • Fundação da cidade de Alexandria.
  9. Período Ptolemaico (332 a.C. - 30 a.C.):
    • Dinastia ptolemaica de origem grega governou o Egito.
    • Era helenística com influências gregas na cultura.
  10. Domínio Romano (30 a.C. - 641 d.C.):
    • Egito se tornou uma província romana em 30 a.C.
    • Declínio gradual da cultura faraônica em favor da cultura romana e do cristianismo.
  11. Conquista Muçulmana (641 d.C.):
    • Egito foi conquistado pelos muçulmanos árabes.
    • Início da islamização e arabização do país.
As pirâmides de Saqqara, símbolo do poder dos primeiros faraós.[1]
As pirâmides de Saqqara, símbolo do poder dos primeiros faraós.[1]

O poder dos faraós

O poder dos faraós no Antigo Egito era considerado divino e absoluto, fundamentado na crença de que eles eram intermediários entre os deuses e o povo. Como monarcas teocráticos, os faraós eram vistos como encarnações de Hórus, o deus-falcão, e detinham autoridade suprema sobre todos os aspectos da vida egípcia, incluindo política, religião e economia.

Roupa característica de um faraó.
A nemês (touca) de um Faraó simbolizava seu poder.[2]

Embora fossem teoricamente onipotentes, os faraós não governavam sozinhos e contavam com uma burocracia de funcionários e sacerdotes para ajudar na administração do reino. Seu poder também tinha limites práticos, como a necessidade de manter a ordem e a prosperidade do Egito, pois a má gestão poderia levar à revolta.

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Os faraós exerciam seu poder via construção de monumentos impressionantes, expansão territorial, regulamentação de rituais religiosos e controle sobre a produção agrícola, garantindo a subsistência do povo e a estabilidade do reino.

O Templo de Abu Simbel, construído pelo faraó Ramsés II.[3]
O Templo de Abu Simbel, construído pelo faraó Ramsés II.[3]

Função dos faraós

A principal função dos faraós no Antigo Egito foi exercer o papel de governantes supremos e líderes religiosos. Eles eram considerados intermediários entre os deuses e o povo, encarnando a autoridade divina na Terra.

Os faraós desempenharam um papel crucial na manutenção da ordem, justiça e prosperidade do reino, garantindo a gestão eficaz dos recursos, a construção de monumentos e templos, e a defesa do Egito contra ameaças externas. Além disso, promoveram a adoração dos deuses egípcios e a realização de rituais religiosos, contribuindo para a coesão cultural e espiritual da sociedade.

A vida dos faraós

As vidas dos faraós foram repletas de cerimônias religiosas, administração e responsabilidades políticas. Pela manhã, eles costumavam participar de rituais religiosos, demonstrando seu papel como intermediários entre os deuses e o povo. Grande parte de seus dias era dedicada à administração do reino, onde trabalhavam com uma corte de funcionários e escribas para gerenciar impostos, leis e projetos de construção. Além disso, supervisionavam projetos monumentais, como a construção de pirâmides.

A morte era uma parte importante de suas jornadas, pois eles passavam anos planejando seus túmulos e a vida após a morte. Suas reputações após a morte dependiam da forma como governavam, o que enfatizava a importância de manterem a ordem durante seus reinados.

Leia também: Pirâmides egípcias — a história dessas grandiosas construções

Faraós mais importantes da história

Nos mais de 3000 anos de história antiga egípcia, houve diversos faraós importantes. Dentre eles, pode-se destacar:

  • Narmer (Menes), I dinastia
    • Creditado por unificar o Alto e o Baixo Egito, marcando o início da primeira dinastia.
  • Hatshepsut (1507 a.C. - 1458 a.C.), XVIII dinastia
    • Uma das poucas mulheres faraós, conhecida por suas expedições comerciais e pelo Templo de Deir el-Bahri.
  • Tutmés III (1479 a.C. - 1425 a.C.), XVIII dinastia
    • Expandiu o Império Egípcio por meio de conquistas militares, alcançando a Síria.
  • Amenhotep IV (Akhénaton), XVIII dinastia
    • Introduziu o monoteísmo, adorando o deus Aton, e mudou a capital para Amarna.
  • Tutancâmon (1341 a.C. - 1323 a.C.), XVIII dinastia
    • Ficou conhecido por seu túmulo rico em artefatos, proporcionando descobertas e pesquisas sobre o Antigo Egito.
  • Ramsés II (1303 a.C. - 1213 a.C.), XIX dinastia
    • Notável por sua construção de monumentos, incluindo Abu Simbel, e pelo tratado de paz com os hititas.
  • Cleópatra VII (69 a.C. - 30 a.C.), dinastia ptolomaica
    • A última faraó do Egito, famosa por seus relacionamentos com Júlio César e Marco Antônio e pelo colapso do Egito como uma potência independente.

Curiosidades sobre os faraós

Uma curiosidade notável sobre os faraós do Antigo Egito é a possibilidade de mulheres assumirem o papel de faraós. Embora fosse incomum, algumas mulheres, como Hatshepsut, Nefertiti e Cleópatra, desafiaram as normas de gênero e governaram como faraós. Hatshepsut, por exemplo, se autodenominou faraó e ficou conhecida por suas realizações, incluindo expedições comerciais e a construção do magnífico Templo de Deir el-Bahri.

Outra curiosidade envolve a construção das pirâmides, ícones da civilização egípcia. Embora as Grandes Pirâmides de Gizé tenham sido construídas durante o Antigo Império, por volta de 2500 a.C., essas estruturas tornaram-se menos comuns com o tempo, à medida que os recursos e o foco da arquitetura funerária mudaram.

No lugar das pirâmides, túmulos subterrâneos, como os Vales dos Reis, se tornaram populares. Esse declínio na construção de pirâmides refletiu mudanças na crença e na prática funerárias, com ênfase crescente na preservação do corpo e na vida após a morte em túmulos decorados e elaborados.

Créditos das imagens

[1] Wikimedia Commons

[2] Wikimedia Commons

[3] Wikimedia Commons

Fontes:

CARDOSO, Ciro. O Antigo Egito. São Paulo: Brasiliense, 1989.

PINSKI, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 1995.

Publicado por Tiago Soares Campos
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