Júlio César
Júlio César é uma das figuras mais importantes do período da república romana, sendo conhecido por ser um grande militar e político, embora também tenha atuado como advogado durante certo período. Pertencia a uma família da baixa aristocracia e foi conquistando influência ao longo de sua vida.
Ingressou no exército bastante jovem por conta da perseguição que sofreu do ditador Sula. Se envolveu com a política romana e foi conquistando influência, muito com a ajuda de Crasso. Fez parte do primeiro triunvirato, formado também por Pompeu e Crasso. Tornou-se ditador perpétuo com o fim do triunvirato e foi assassinado em 44 a.C.
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Resumo sobre Júlio César
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Júlio César foi um militar, político e advogado romano de grande influência no período final da República romana.
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Ingressou no exército bem jovem ao exilar-se de Roma pela perseguição que sofria de Sula.
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Tornou-se político e conquistou inúmeros cargos com a ajuda de Crasso.
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Foi o responsável pela conquista da Gália, controlando todas as tribos gaulesas.
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Fez parte do primeiro triunvirato, tornou-se ditador perpétuo com o fim dessa aliança e foi assassinado por um grupo de senadores em 44 a.C.
Origens de Júlio César
Caio Júlio César nasceu em Roma no dia 13 de julho de 100 a.C., mas existem algumas divergências sobre a data de nascimento dele, pois alguns defendem que ele pode ter nascido em 12 de julho e no ano 102 a.C. na verdade. Pertencia à família dos Julii, um dos grupos da aristocracia romana, embora sua família tivesse pouca influência. A família de Júlio César acreditava descender diretamente da deusa Vênus.
Mesmo com uma família de pouca influência política, o pai dele, também chamado Caio Júlio César, tinha um cargo importante e governava a província romana da Ásia. Não há muitas informações a respeito da infância de Júlio César, mas sabe-se que um ponto importante de sua vida foi a morte de seu pai, em 85 a.C. Por causa desse fato, Júlio César tornou-se chefe de sua família aos 16 anos.
Júlio César no exército
Ao tornar-se chefe de sua família, Júlio César foi nomeado alto sacerdote de Júpiter, um cargo religioso extremamente importante. Essa nomeação se deu por influência de Lúcio Cornélio Cina e Caio Mário, e para sua efetivação, Júlio César precisou casar-se com Cornélia, aristocrata filha de Lúcio Cina.
Uma guerra entre Caio Mário e Sula se iniciou, e, vitorioso, Sula se tornou ditador sobre Roma. Os aliados de seu inimigo Caio Mário passaram a ser perseguidos. Além disso, Sula também perseguiu os partidários dos Populares, ideologia política da república romana que defendia a realização de medidas que beneficiassem a população de plebeus.
Sula voltou-se contra Júlio César por ele ser casado com a filha de Lúcia Cina e por ele ser adepto dos Populares. Ele teve os seus bens confiscados, incluindo o dote que ele recebeu por ter se casado com Cornélia. Júlio César também perdeu seu cargo como alto sacerdote e, então, decidiu fugir para preservar sua vida.
Ao exilar-se de Roma, Júlio César ingressou no exército e esteve sob o comando de dois generais que atuavam na Ásia. Recebeu uma condecoração por sua atuação em batalha e quando Sula morreu, em 78 a.C., decidiu retornar a Roma. Em Roma, trabalhou durante certo período como advogado, ganhando notoriedade pelos casos em que atuou.
Júlio César na política
A notoriedade conquistada por Júlio César como advogado e como militar permitiu que ele se envolvesse com a política romana. Ele foi eleito para importantes cargos, como o de tribuno militar e o de questor, sendo enviado para a Hispânia para exercer essa função. Depois de certo tempo, passou a conquistar mais espaço na política, devido à sua aliança com Crasso.
Crasso era um dos homens mais ricos e influentes de Roma, e graças ao apoio financeiro de Crasso, César conseguiu se eleger para o cargo de edil. Posteriormente, conseguiu se eleger pontífice máximo da religião romana, pretor, e depois foi nomeado governador da Hispânia, trazendo estabilidade política e econômica para a região e controlando tribos que eram hostis aos romanos.
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Início do primeiro triunvirato
Um dos momentos mais significativos da vida de Júlio César foi a formação do primeiro triunvirato, em 60 a.C. Esse triunvirato foi, na verdade, um acordo político entre três homens — Júlio César, Pompeu e Crasso —, com o objetivo de que o poder romano fosse dividido.
No mesmo ano, Júlio César conseguiu ser eleito para o cargo de cônsul, o mais importante da política romana, dando a ele maiores poderes. Nessa função, Júlio César realizou uma medida muito polêmica e impopular entre os aristocratas romanos: conduziu uma distribuição de terras para beneficiar camadas da população mais empobrecida.
Ao final do seu mandato de cônsul, Júlio César temia ser processado, por isso decidiu ir para a Gália atuar como governador da província, mas também para realizar campanhas militares contra os gauleses. A ida dele à Gália também se deu pela necessidade de conquistar mais prestígio e de arrecadar dinheiro para pagar suas dívidas com Crasso.
Em 52 a.C., Júlio César conseguiu derrotar em definitivo as tribos gaulesas, e isso aconteceu na Batalha de Alésia. Nessa batalha, os gauleses liderados por Vercingetórix foram derrotados pelas tropas de Júlio César, o que fez com que a Gália fosse inteiramente colocada sob domínio romano. Essa conquista liderada por Júlio César trouxe a ele enormes ganhos.
Esses ganhos foram muito além do aspecto financeiro, uma vez que a conquista da Gália tornou Júlio César uma figura extremamente popular com a população romana; deu a ele um grande prestígio político, tornando-o uma figura influente; como citado, permitiu que ele enriquecesse; e, por fim, garantiu a ele a fidelidade de suas tropas.
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Fim do primeiro triunvirato
Durante o período em que Júlio César esteve na Gália, a aliança dele com Crasso e Pompeu começou a desmoronar, a começar pelo fato de que Pompeu e Crasso nunca tiveram uma boa relação, questão que se findou com a morte de Crasso em batalha, em 53 a.C. Além disso, a relação de Júlio César e Pompeu estava abalada desde que Júlia, irmã de Júlio César e esposa de Pompeu, faleceu em 54 a.C.
Com o fim da campanha da Gália, Crasso mobilizou o Senado para que Júlio César fosse convocado a retornar para Roma, mas antes ele deveria dispensar seus soldados. César temia ser processado se retornasse sem os seus soldados, então recusou-se a retornar e partiu para a ofensiva. Cruzou o rio Rubicão (que separava a Gália da Itália), e isso iniciou uma guerra civil em Roma.
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Ditadura de Júlio César e seu assassinato
Com o início da guerra civil, Pompeu fugiu de Roma e acabou sendo assassinado no Egito em 48 a.C. Júlio César então consolidou seu poder em Roma, se tornando ditador perpétuo da república romana. Ele realizou uma série de outras medidas durante o seu governo, como a elaboração de uma nova Constituição, de um novo calendário e, novamente, uma distribuição de terras.
O governo de Júlio César foi impopular entre os senadores, que temiam as medidas populares tomadas por ele, mas temiam também o acúmulo de poder do militar romano. Com isso, uma conspiração passou a ser organizada com o objetivo de assassiná-lo. Essa conspiração foi conduzida por Marco Júnio Bruto e Caio Cássio Longino.
Júlio César foi assassinado em 15 de março de 44 a.C., quando ele estava na cúria de Pompeu. Um grupo de senadores cercou Júlio César, surpreendendo-o com golpes de faca. Estima-se que ele tenha recebido 23 facadas. O assassinato de Júlio César enfureceu a população romana, e os conspiradores precisaram fugir da cidade.
Um novo triunvirato se formou, e dois de seus membros — Otávio e Marco Antônio — procuraram se vingar de César lutando contra Bruto e Longino. Os líderes da conspiração contra César foram mortos em batalha.