Metalismo
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Sistema mercantilista
Durante cerca de três séculos (em alguns casos, esse tempo ora se estendeu, ora se abreviou), isto é, séc. XVI a séc. XVIII, a atividade econômica das modernas nações europeias esteve vinculada ao sistema mercantilista. Cada nação possuía um modo próprio de exercer o seu mercantilismo, de modo que seria arbitrário dizer que ele era um sistema exatamente igual em todos os casos. De modo geral, podemos dizer que o mercantismo apresentou quatro características:
- Balança comercial favorável: o Estado deveria exportar mais produtos que importar. Não deveria depender demais de outras nações. Quanto maior fosse a exportação, maior seria o equilíbrio da balança comercial;
- Protecionismo: as nações procuravam obstruir a entrada de produtos de fora em seu território e no território de suas colônias por meio dos altos impostos alfandegários. Isso garantia o consumo dos produtos da própria nação, no mercado interno, em detrimento dos produtos estrangeiros;
- Exclusivo colonial: as nações europeias dos séculos XVI ao XVIII estavam direta ou indiretamente envolvidas com a exploração de colônias no “Novo Mundo”, isto é, o continente americano e, depois, a Oceania. Essa exploração era controlada administrativa e militarmente. Em muitas dessas colônias, a produção era exclusivamente destinada à Metrópole colonizadora. Os colonos, portanto, ficavam impedidos de negociar com outras nações.
- Metalismo: o metalismo consistia na medida utilizada para se saber o quanto uma nação estava rica ou não. O acúmulo de metais era sinal dessa riqueza. Vejamos mais detalhes:
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Metalismo ou bulionismo
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O metalismo teve como um dos seus fundamentos teóricos principais a doutrina do bulionismo. O termo bulionismo deriva da palavra inglesa bullion, que significa “pequenos lingotes de ouro”. A doutrina do bulionismo aconselhava um Estado a ter em seus cofres a maior quantidade de metais nobres, ouro e prata, possível. A crença era a de que isso daria estabilidade econômica à nação, haja vista que esses metais representam uma riqueza não perecível.
Movidas por essa doutrina, nações como Portugal e Espanha procuravam em suas colônias esses metais nobres. Outras nações, como Holanda, Inglaterra e França, que não tiveram o pioneirismo das nações ibéricas no que se refere às grandes navegações, acabaram por contratar piratas, chamados de corsários, para assaltar os navios alheios. Muitos navios espanhóis tiveram o ouro roubado por corsários.
A ideia do metalismo, ou bulionismo, só passou a ser refutada no século XVIII. Primeiro com os fisiocratas – que defendiam ser os bens naturais, como aqueles advindos da agricultura, a real fonte da riqueza das nações. Depois, o liberalismo clássico refutou de vez não só a doutrina do metalismo, como também todo o edifício do mercantilismo, apresentando como contraponto a defesa da liberdade econômica e do fim do protecionismo, do monopólio etc.