Antero de Quental
Antero de Quental, escritor português, nasceu em 18 de abril de 1842, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. Mais tarde, fez faculdade de Direito em Coimbra. Nessa cidade, foi um dos autores que fizeram parte da polêmica Questão Coimbrã, que colocava em lados opostos os realistas e os românticos.
O autor, que se matou em 11 de setembro de 1891, também possui obras de caráter romântico, apesar de ser mais associado ao realismo português. Foi integrante da geração de 70, que se opunha ao romantismo. Quental produziu uma poesia marcada pelo pensamento filosófico e pela crítica sociopolítica.
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Biografia de Antero de Quental
Antero de Quental nasceu em 18 de abril de 1842, na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, região dos Açores. Em 1859, o escritor foi para Coimbra, onde iniciou o curso de Direito, concluído em 1864. No ano seguinte, fez parte das discussões literárias que ficaram conhecidas como a Questão Coimbrã, que opôs os jovens defensores do realismo e do naturalismo aos escritores românticos.
O poeta e filósofo se mudou para Lisboa em 1866, e, no ano seguinte, decidiu viver em Paris, onde trabalhou como tipógrafo. Ficou na Cidade Luz por pouco tempo, mas teve contato com a classe operária, além de assistir a algumas aulas no Collège de France. Em seguida, viajou aos Estados Unidos e Canadá, em 1868.
A partir de 1870, passou a atuar mais ativamente em questões políticas. Ajudou a criar associações operárias em Portugal. Foi um dos fundadores do jornal A República, que se autodenominava “jornal da democracia portuguesa”. Além disso, em 1871, foi um dos idealizadores das Conferências do Casino ou Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, que tinham o objetivo de pensar em uma renovação política, econômica e social.
Nessa ocasião, o autor deixou bem claro o seu pensamento anticlerical, o que levou a uma proibição das conferências. Tal atitude estatal foi vista, pelos participantes, como um ataque à liberdade de expressão. Três anos depois, em 1874, o escritor adquiriu uma doença que os médicos não conseguiram identificar, o que alterou sua rotina produtiva. Apesar disso, no ano seguinte, foi um dos fundadores da Revista Ocidental.
Entre 1878 e 1879, esteve na França para tratar de sua misteriosa doença. Ao regressar a Portugal, foi candidato a deputado de Lisboa pelo Partido Socialista. Adotou as duas pequenas filhas de seu amigo Germano Meireles, morto em 1877, e foi morar em Vila do Conde. Em 1891, voltou a viver em sua cidade natal, Ponta Delgada, onde cometeu suicídio, em 11 de setembro daquele ano.
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Características da obra de Antero de Quental
Antero de Quental faz parte da chamada geração de 70, que, na segunda metade do século XIX, foi uma influência não só literária, mas também política em Portugal. Essa geração, de característica antirromântica, foi a introdutora do realismo no país. No entanto, alguns estudiosos apontam marcas do romantismo na poesia de Quental.
Assim, o poeta apresenta a utopia romântica, que evolui para um realismo político e se encerra na introspecção filosófica. Por isso, em suas obras, é possível identificar a busca pela forma perfeita do soneto, mas também o pessimismo, a melancolia e a obsessão pela morte. Além disso, o autor possui poesias marcadas por idealização amorosa e misticismo, mas, também, dispõe de uma produção caracterizada pela crítica sociopolítica.
Obras de Antero de Quental
- Sonetos de Antero (1861)
- Beatrice e Fiat lux (1863)
- Odes modernas (1865)
- Bom senso e bom gosto (1865)
- A dignidade das letras e as literaturas oficiais (1865)
- Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX (1865)
- Portugal perante a Revolução de Espanha (1868)
- Causas da decadência dos povos peninsulares (1871)
- Primaveras românticas (1872)
- Considerações sobre a filosofia da história literária portuguesa (1872)
- A poesia na atualidade (1881)
- Os sonetos completos (1886)
- A filosofia da natureza dos naturistas (1886)
- Tendências gerais da filosofia na segunda metade do século XIX (1890)
- Raios de extinta luz (1892)
Crédito da imagem
[1] Porto Editora (reprodução)