Berílio
O berílio é o elemento químico de número atômico (Z) igual a 4 e seu único isótopo natural encontrado na Terra é o 49Be. Mas existem também outros cinco isótopos: 46Be, 47Be, 48Be, 410Be e 411Be. O berílio-10 é radioativo e possui meia-vida de 1.600.000 anos, sendo formado pela colisão de raios cósmicos com a atmosfera superior. O berílio-9 não é radioativo.
O átomo de berílio possui quatro prótons e cinco nêutrons
Na natureza, ele é encontrado na forma de seus minérios; inclusive, a sua descoberta ocorreu por Vauquelin, em 1798, quando ele analisava dois minérios, o berilo e a esmeralda. O berílio foi obtido através do berilo e o elemento recebeu esse nome graças a esse minério que lhe deu origem.
Vauqueli mostrou também que tanto o berilo como a esmeralda são, na verdade, quimicamente idênticos, sendo formados por silicatos duplos de berílio e alumínio, Be3Al2(SiO3)6. A única diferença é que a esmeralda é verde porque possui também cerca de 2% de cromo (Cr). Existe também uma versão azul desse minério, conhecido como água-marinha:
Minérios do berílio: berilo, esmeralda e água-marinha
Apesar de existirem esses minérios de berílio, ele é um metal raro na Terra, sendo que há apenas 2 ppm nos solos e rochas, ou seja, há apenas 2 g em cada 1 000 000 g (ou 1 t). No mar, há menos de um grama de berílio em cada 1.000.000 de toneladas de água.
O berílio é um elemento altamente tóxico, sendo que se a pessoa aspirar os seus sais, ela poderá sentir calafrios, febre e tosse dolorosa. Nos casos mais graves, ele pode causar inflamação nos pulmões, falta de ar e levar a uma doença que não tem cura, chamada de beriliose ou granulomatose pulmonar crônica, que pode levar à morte. Os que enfrentam maiores riscos de desenvolver essa doença são garimpeiros e lapidadores de água-marinha, berilo e esmeralda, bem como trabalhadores de indústrias que usam ligas de berílio.
O berílio é um elemento bem leve que possui ponto de fusão relativamente alto (aproximadamente (1 278 ± 5) ºC) e, por isso, ele é usado na produção de giroscópios e guias inerciais de mísseis e foguetes. Mas a sua principal aplicação é na fabricação de ligas de cobre-berílio, que são usadas em reatores nucleares. Esse metal absorve nêutrons, que são usados para partir os átomos e realizar fissões, gerando energia nuclear. Além disso, em uma mistura de rádio e berílio, as partículas alfa do rádio provocam a desintegração do berílio, produzindo nêutrons.
Por isso, a liga de cobre-berílio também é usada como moderadores e refletores de nêutrons, bem como no fabrico de ferramentas que não produzem faíscas.