Osama bin Laden
Osama bin Laden foi um terrorista saudita conhecido como um dos fundadores e líder da Al-Qaeda e também por ter sido um dos idealizadores dos atentados de 11 de setembro de 2001, um dos maiores da história. Por conta de seu envolvimento com esses eventos, foi caçado pelo governo norte-americano e morto em 2011.
Osama bin Laden era oriundo de uma família riquíssima que atuava no ramo da construção. Iniciou sua jornada no fundamentalismo islâmico na luta contra os soviéticos na Guerra do Afeganistão de 1979. Por suas críticas à monarquia saudita, foi expulso do país, em 1991, e teve sua nacionalidade retirada em 1994.
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Resumo sobre Osama bin Laden
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Osama bin Laden foi um terrorista saudita que ganhou projeção internacional.
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Foi um dos fundadores da Al-Qaeda e líder dessa organização terrorista.
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Nasceu em uma família riquíssima que atuava no ramo da construção.
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Iniciou sua trajetória no fundamentalismo por meio da Guerra do Afeganistão de 1979.
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Foi um dos idealizadores dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Nascimento e juventude de Osama bin Laden
Osama bin Laden nasceu na cidade de Riad, Arábia Saudita, em 10 de março de 1957. Documentos do FBI, no entanto, afirmam que ele teria nascido em Jiddah. Veio de uma família bilionária, sendo filho de Muhammad bin Awad bin Laden, um iemenita que migrou para a Arábia Saudita na década de 1930 e enriqueceu como empreiteiro, mantendo laços muitos estreitos com a família real saudita.
Assim, Bin Laden teve acesso a tudo que a riqueza poderia pagar, crescendo em um ambiente sunita e tendo acesso a uma boa educação. Sua mãe era Hamida al-Attas, a décima esposa de Muhammad. Bin Laden foi, portanto, um dos mais de 50 filhos atribuídos a Muhammad. Entretanto, Muhammad e Hamida se divorciaram poucos anos depois do nascimento de Bin Laden.
Bin Laden estudou nas escolas mais caras da Arábia Saudita e, durante a sua juventude, ingressou em uma universidade na cidade de Jiddah, para estudar Administração e Economia.
Osama bin Laden: um adepto do fundamentalismo islâmico
Ao longo de sua juventude, Osama bin Laden foi se radicalizando e aderindo aos ideais fundamentalistas islâmicos. Primeiramente, ele passou a consumir a leitura de um teórico islâmico chamado Sayyid Qutb, autor de escritos que defendiam uma jihad violenta para combater o avanço do modo de vida ocidental e secular.
Acreditava que era necessário impor a Sharia, a lei islâmica, para estabelecer as coisas da forma como o islamismo ditava. Além disso, um dos professores de Bin Laden foi Abdullah Azzam, que também tinha posições radicalizadas e era adepto de uma jihad violenta. A aproximação com o fundamentalismo fez Bin Laden abandonar a universidade, em 1979.
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Osama bin Laden na Guerra do Afeganistão
Em 1979, Bin Laden foi para o Afeganistão para participar do conflito iniciado com a invasão do território afegão pelo exército soviético. Essa invasão aconteceu porque o governo soviético foi dar apoio ao governo socialista do Afeganistão, que procurava realizar algumas reformas, mas sofria com a oposição de rebeldes islâmicos.
Esses rebeldes islâmicos eram chamados de mujahidin e eram contra as mudanças em curso no país. Bin Laden foi para o Afeganistão junto de Abdullah Azzam e lá fundaram a MAK, sigla de Maktab al Khidmat lil Mujahidin al-Arab. Essa organização atuava no recrutamento de jovens que desejavam ir ao Afeganistão para lutar contra os soviéticos.
Esses jovens eram recebidos pela MAK, além de receber treinamento e equipamentos militares. Essa organização era mantida com a fortuna de Bin Laden, e também contou com apoio do exército paquistanês e do serviço de inteligência norte-americano. Receberam de ambos armas e dinheiro, e treinamento militar do exército paquistanês. Os campos de treinamento da MAK ficavam no território paquistanês.
Fundação da Al-Qaeda e o conflito entre Osama bin Laden e os Estados Unidos
À medida que os soviéticos foram se enfraquecendo no conflito, Osama bin Laden passou a dar maior atenção para os negócios de sua família na Arábia Saudita, ao mesmo tempo que passou a cultivar a ideia de levar a jihad para fora do Afeganistão. Ele queria defender os muçulmanos em todo o planeta, em especial no Oriente Médio.
Para isso, Bin Laden, Azzam e Ayman al-Zawahiri fundaram, entre 1988 e 1989, a Al-Qaeda, reconhecida atualmente como uma das mais bem-sucedidas organizações terroristas do planeta. Na década de 1990, a Al-Qaeda transformou-se em uma grande inimiga do governo norte-americano e isso teve relação com a Guerra do Golfo.
Depois de retornar à Arábia Saudita, em 1989, Bin Laden se indispôs seguidas vezes com a família real saudita. Um desses desentendimentos estava relacionado com a Guerra do Golfo, conflito que se iniciou quando o Iraque invadiu o Kuwait, em 1990. O governo saudita solicitou ajuda norte-americana para se proteger em uma eventual invasão de seu território pelos iraquianos.
Osama bin Laden não concordava com a presença norte-americana em território saudita, considerado sagrado por ele. Além disso, ele ofereceu ajuda para garantir a proteção da Arábia Saudita, o que foi negado pela monarquia saudita. Osama bin Laden passou a criticar a família real saudita e essas críticas não foram bem recebidas.
Por conta disso, Bin Laden foi expulso da Arábia Saudita, em 1991, e perdeu sua nacionalidade, em 1994, tornando-se um apátrida.
→ Videoaula sobre Osama bin Laden e a Al-Qaeda
Qual foi o papel de Osama bin Laden nos atentados de 11 de setembro?
O envolvimento dos Estados Unidos com a Guerra do Golfo e a presença deles em território saudita fizeram com que Bin Laden passasse a odiar o país. Depois que foi expulso da Arábia Saudita, refugiou-se no Sudão, mas também foi expulso de lá por pressão norte-americana e saudita. Em 1996, retornou ao Afeganistão, anunciando uma guerra contra os norte-americanos.
A partir disso, a Al-Qaeda organizou diversos atentados contra os Estados Unidos, e o mais famoso deles foi realizado em 11 de setembro de 2001, quando terroristas treinados pela Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais, lançando-os sobre o World Trade Center e o Pentágono. O quarto avião seria lançado contra o Capitólio, mas caiu antes de chegar a seu alvo.
Estima-se que cerca de três mil pessoas morreram nesses atentados organizados pela Al-Qaeda. Bin Laden foi um de seus idealizadores. Após os ataques, o governo norte-americano declarou guerra contra a Al-Qaeda, invadindo o Afeganistão para derrubar o Talibã do poder daquele país (por dar abrigo a Bin Laden) e capturar Bin Laden.
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Perseguição e morte de Osama bin Laden
Os últimos anos da vida de Bin Laden ficaram marcados pela perseguição que sofreu dos Estados Unidos. Acredita-se que, durante 10 anos, ele tenha transitado entre esconderijos localizados no Afeganistão e no Paquistão.
Em agosto de 2010, a inteligência norte-americana localizou-o em uma casa muito bem vigiada que ficava em Abbottabad, perto da capital do Paquistão, Islamabad. Em 2 de maio de 2011, uma operação militar foi realizada, o esconderijo de Bin Laden foi invadido e o terrorista foi morto. Seu corpo foi lançado no oceano.
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