Piolho (pediculose)

O piolho é um inseto ectoparasita que estabelece uma relação desarmônica com os seres humanos. Alimentando-se do nosso sangue, o piolho é responsável por desencadear uma doença chamada pediculose. Três tipos de pediculose são reconhecidos: a da cabeça, a do corpo e a da região pubiana. A pediculose da cabeça é uma doença muito comum em crianças em idade escolar e destaca-se por ser o mais conhecido tipo de pediculose, sendo assim, maior ênfase será dada a ela neste texto.

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O que é o piolho

O piolho é um inseto áptero (sem asas) que se alimenta de sangue e parasita os seres humanos. Ele pode ser encontrado na cabeça, no corpo e na região pubiana. Os piolhos da cabeça desenvolvem-se nessa região e apresentam nome científico Pediculus humanus capitis. São, sem dúvidas, os mais conhecidos. O piolho do corpo é chamado de Pediculus humanus corporis, e seu nome popular é “muquirana”. Por fim, o piolho da região pubiana recebe o nome de Phthirus pubis e popularmente é conhecido como “chato”.

O piolho é um inseto que não apresenta asas, sendo transmitido por contato ou objetos pessoais.
  • Ciclo de vida do piolho da cabeça

Durante o desenvolvimento, o piolho passa por três estágios: ovo, ninfa e adulto. Os ovos, conhecidos como lêndeas, são depositados pelo piolho da cabeça bem próximo da região da raiz dos cabelos. Esses ovos apresentam um espécie de cola, o que lhes garante maior aderência aos fios. Durante sua vida, um piolho fêmea pode produzir cerca de 300 ovos.

Após eclodirem, cerca de sete a 10 dias após a deposição, surge a ninfa. Ela se desenvolve e, após, aproximadamente, 12 dias, atinge a fase adulta. A fase adulta é mais difícil de ser visualizada, uma vez que, geralmente, os piolhos adultos são pouco numerosos. Eles são encontrados com maior frequência na região occipital e auricular posterior, ou seja, na parte de trás da cabeça.

Transmissão do piolho

Os piolhos são transmitidos por meio do contato direto com uma pessoa que os tenha. No caso do piolho da cabeça, você pode adquiri-lo, por exemplo, encostando sua cabeça na de outra pessoa. Além disso, emprestar objetos de uso pessoal também pode garantir a transmissão. Escovas de cabelo, prendedores, lenços, bandanas, capacetes, chapéus e bonés, por exemplo, podem proporcionar a disseminação da doença.

A pediculose da cabeça é muito comum em crianças em fase escolar, uma vez que elas costumam ter contato próximo com os colegas, o que facilita o contágio. Um fato curioso é que algumas crianças não sentem a coceira característica causada pelo piolho, o que pode favorecer ainda mais a disseminação. É importante deixar claro que a transmissão do piolho não está relacionada com falta de higiene.

No caso do piolho de corpo, esse pode ser transmitido por compartilhamento de roupas. A pediculose pubiana, por sua, vez pode ser adquirida por contato sexual.

Sintomas da pediculose

Na pediculose da cabeça, é possível observar facilmente a presença dos ovos do parasita próximo da raiz do cabelo.

A pediculose pode causar alguns sintomas, sendo o principal deles a coceira intensa, desencadeada por substâncias anestésicas e anticoagulantes liberadas pelo parasita no momento de sua alimentação. No caso da pediculose de cabeça, a região geralmente mais acometida é a parte de trás dessa parte do corpo. Além da coceira, pontos avermelhados podem surgir, bem como ferimentos, devido ao ato de coçar, o que pode conduzir a infecções secundárias. Ínguas na região da nuca e atrás das orelhas podem também se desenvolver nesses casos.

Nas pediculoses do corpo e pubiana, a coceira está também presente. Pequenas lesões hemorrágicas e pápulas podem ser observadas no tronco, abdome e glúteo de pessoas com pediculose de corpo. No caso da pediculose pubiana, pode-se observar na região manchas violáceas e escoriações. Assim como na pediculose da cabeça, nas pediculoses pubiana e do corpo também podem ser observadas infecções secundárias.

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Tratamento da pediculose

O tratamento da pediculose da cabeça envolve o uso de shampoos especiais e a retirada, com pente fino ou manualmente, dos piolhos e lêndeas. Em alguns casos, a medicação oral pode ser recomendada pelo médico. Vale destacar que, mesmo após o uso de shampoos, loções ou medicamento oral, deve-se retirar as lêndeas, pois esses produtos não as eliminam.

As lêndeas podem ser retiradas utilizando-se uma mistura de água e vinagre na proporção de 1:1 (partes iguais). O uso do vinagre ajuda a soltá-las dos fios. Para a retirada, pode-se embeber os cabelos com a mistura, aguardar por meia hora, e depois usar o pente fino ou mesmo as mãos. Pode-se, também, molhar o algodão na mistura e ir passando nos fios de cabelo, da região da raiz até as pontas.

A retirada de piolhos e lêndeas manualmente é uma forma de tratar a pediculose.

Todas as pessoas que têm contato com o indivíduo com pediculose da cabeça devem fazer o tratamento. É por isso que as escolas devem estar atentas a essa questão, pois um aluno com a doença pode ser responsável por uma infestação.

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Prevenção da pediculose

As principais maneiras de prevenir-se as diversas formas de pediculose são: evitando o contato com pessoas infectadas pelo piolho e não compartilhando objetos de uso pessoal. É importante que os responsáveis de crianças em idade escolar façam com frequência a observação do couro cabeludo delas e, se possível, realizem com frequência a passagem do pente fino.

É importante lembrar que a pediculose da cabeça é uma questão que deve ser comunicada às escolas e creches, pois, mesmo que uma pessoa faça o tratamento de uma criança, ela pode recontaminar-se caso não seja feito um esforço coletivo para barrar o problema.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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