Leucipo e Demócrito

Demócrito e Leucipo foram dois filósofos pré-socráticos pluralistas da Escola de Abdera. Ambos são conhecidos por terem formulado a primeira teoria atomista.
Demócrito foi discípulo de Leucipo e aperfeiçoou a sua teoria sobre os átomos.

Leucipo e Demócrito estão inscritos na história como filósofos pré-socráticos. Os filósofos pré-socráticos ficaram conhecidos por procurarem a possível origem racional de todo o Universo e da natureza. Demócrito foi o último dos pré-socráticos. Ele e seu mestre, Leucipo, apresentaram uma teoria cosmológica que definia como princípio de tudo (arché) o que eles chamaram de átomos (aquilo que não pode ser dividido).

Os escritos deixados por esses pensadores encabeçam as teorias da chamada Escola de Abdera, fundada por Leucipo. Entre os pré-socráticos, classificamos esses dois pensadores como pluralistas, pois eles não apresentaram apenas um elemento como origem fundadora de tudo, mas basearam a sua arché em múltiplos elementos (os átomos).

As teorias de Leucipo e Demócrito deram origem à Química como estudo sistemático dos elementos que compõem a natureza. E não podemos separar o pensamento de um do outro, pois ambos se complementam na teoria atomista como proposta para a origem natural.

Biografia

Leucipo nasceu em 500 a.C. na cidade de Mileto (mesma cidade jônica em que nasceu e viveu o primeiro filósofo Tales). Especula-se que ele tenha falecido em 420 a.C. e que, por volta de 430 a.C., tenha conhecido o seu principal discípulo, Demócrito. Em 435 a.C., Leucipo teria fundado a Escola de Abdera.

Demócrito nasceu em Abdera no ano de 460 a.C. e morreu em 360 a.C. Foi o mais destacado discípulo de Leucipo na Escola de Abdera e ajudou-o a formular a teoria dos átomos. Demócrito ficou conhecido pelos historiadores e filósofos antigos como "o filósofo sorridente", pelo seu bom humor.

Demócrito foi considerado o último filósofo pré-socrático e também o último pluralista. A Filosofia desses dois pensadores atomistas, assim como as teorias dos demais pluralistas, visava resolver o embate entre Parmênides e Heráclito. Nessa querela, o primeiro defendia a existência do ser uno e imóvel como fator indiscutível (o que significava que não houve origem, mas que as coisas sempre existiram), e o segundo defendia a mutabilidade constante do Universo desde a sua origem no fogo.

Saiba mais: O poema sobre a natureza, de Parmênides

Principais ideias

Para Leucipo, existiam seres invisíveis por serem microscópicos, indivisíveis e conhecidos apenas pelo raciocínio. Esses seres eram, na verdade, os verdadeiros elementos que formavam tudo o que existe por meio da agregação. Demócrito, que estudou com Leucipo na Escola de Abdera, foi o responsável por nomear e dar maiores detalhes à proposta de seu mestre. Segundo Demócrito, a palavra que melhor definia a teoria de Leucipo era átomo, que significa, a rigor, indivisível.

Para os antigos, o átomo seria a menor partícula possível e, segundo Demócrito, o agregado de átomos formaria tudo o que existe. Para o pensador atomista, os átomos juntavam-se por afinidade. Nesse sentido, objetos de uma determinada cor eram formados por átomos daquela cor, ou objetos com um determinado formato seriam formados por átomos com aquele formato.

O Átomo para Leucipo e Demócrito

A teoria atomística de Leucipo e Demócrito é bastante rudimentar. Comparada com os modernos modelos atômicos, como o de Rutherford e Bohr, a teoria antiga está ultrapassada. No entanto, há uma importância histórica para a Química e para a Filosofia, pois, além de iniciar o estudo dos elementos detalhados do Universo, os dois pensadores apresentam também uma teoria cosmológica. Como não havia microscópios e nenhum outro tipo de tecnologia óptica na época, a teoria atomista dos filósofos contava apenas com a formulação racional e a capacidade cognitiva e especulativa de ambos.

O critério de junção dos átomos para formar os objetos e seres era a semelhança e a afinidade. Para os pensadores, havia uma estrutura similar entre os átomos, composta por cores, formatos e densidades (já havia uma noção rudimentar de densidade na época). Essas características faziam com que os elementos agregassem-se (milhares ou milhões de partículas), formando os seres ou objetos macroscópicos. Na concepção antiga, os átomos eram invisíveis e infinitos. A sua infinitude implicava, duplamente, que eles não estão limitados por um número no Universo e que sempre existiram e existirão atemporalmente, nunca tendo sido criados.

Veja também: A evolução dos modelos atômicos

Química

A primeira teoria atomista trouxe consigo a noção de uma composição elementar do Universo. Demócrito e Leucipo, ao formularem que a junção e disposição dos átomos era a composição de tudo o que existia, propuseram que, para descobrir a origem das coisas, era necessário pensar a respeito dessa composição. Esse pensamento filosófico acaba originando um estudo mais sistemático da Química como ciência natural capaz de observar, entender e especular acerca da composição do que existe no mundo.

Frases

Frases e citações atribuídas a Demócrito:

“Definimos o que é doce, amargo ou as cores, mas a composição dessas definições está nos átomos.”

“O homem só é infeliz quando é injusto.”

“O bem não significa simplesmente não fazer o mal, mas antes não desejar fazer o mal.”

“O homem é um microcosmo.”

Publicado por Francisco Porfírio
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