Paradoxo de Fermi

O paradoxo de Fermi diz respeito a uma indagação feita pelo físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) enquanto debatia à mesa com colegas, no ano de 1950. O paradoxo trata da discrepância entre a grande probabilidade de existir vida em outros planetas (em virtude do enorme número de planetas no Universo) e o fato de que jamais fomos capazes de detectar qualquer sinal de vida fora da Terra.

Veja também: Entenda a expansão do Universo e a lei de Hubble

Entenda o que é o paradoxo de Fermi

O paradoxo de Fermi surgiu quando Enrico Fermi e outros cientistas debatiam à mesa sobre a possibilidade de existir vida fora da Terra, então Fermi perguntou: onde está todo mundo? Se levarmos em conta que, somente em nossa galáxia, há bilhões de outros sóis e que, no Universo, existem bilhões de galáxias, a possibilidade de que exista vida em outros planetas é estatisticamente alta.

Enrico Fermi foi o criador do paradoxo que levou as pessoas a questionarem a existência de vida fora da Terra.[1]

Fermi, ainda, foi um pouco além do raciocínio que envolvia o grande número de estrelas no Universo. Também sugeriu que, se alguma civilização alienígena fosse capaz de viajar com suas espaçonaves a 1% da velocidade da luz, nossa galáxia, que tem cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro, já poderia ter sido colonizada pelo menos mil vezes. Sendo assim, por que nunca ouvimos falar de civilizações alienígenas?

Ao longo dos anos posteriores ao paradoxo de Fermi, muitos cientistas debateram sobre a possibilidade de existir vida fora da Terra. Dentre eles, destacou-se o físico Frank Drake. Drake elaborou uma equação cujo intuito era estimar o número de civilizações alienígenas existentes em nossa galáxia. Para tanto, utilizou uma série de condições e dados astronômicos, entretanto, sabe-se que a equação apresentava problemas, como a arbitrariedade em alguns de seus fatores bem como a suposição de informações que desconhecemos.

Possíveis soluções para o paradoxo de Fermi

Existem diversas tentativas de solução para o paradoxo de Fermi, ou seja, respostas sobre o motivo pelo qual nunca fomos capazes de nos comunicar com qualquer civilização alienígena ou, ainda, identificar sinais de vida em outros planetas. Vamos conferir uma delas:

  • O grande filtro

Alguns cientistas utilizam a teoria do grande filtro para tentar explicar o motivo de nunca termos estabelecido contato com outros seres vivos fora da Terra. Essa teoria faz menção a todos os obstáculos que tornam a abiogênese improvável ou até mesmo impossível.

A abiogênese é a linha de pensamento que indica que a vida surgiu da matéria não viva, na forma de compostos orgânicos simples. Entretanto, para que a vida, em seu estágio mais simples, alcance o patamar necessário para estabelecer contato com outras civilizações, uma série de coisas altamente improváveis devem ocorrer, como:

  • A abiogênese deve ocorrer no sistema planetário certo, ou seja, em planetas potencialmente habitáveis.

  • Moléculas específicas devem surgir, como é o caso do RNA.

  • Vidas unicelulares devem surgir.

  • Vidas unicelulares mais complexas devem surgir.

  • A reprodução sexuada precisa acontecer.

  • Animais inteligentes devem surgir e ser capazes de utilizar ferramentas.

  • Uma civilização deve avançar ao ponto de explorar o espaço.

  • A colonização do espaço precisa acontecer para que se estabeleça contato com outras formas de vida.

Como é possível perceber, segundo a teoria do grande filtro, o paradoxo de Fermi é explicado pelo fato de que as chances de que uma forma de vida surja no Universo são extremamente baixas, por isso não fomos capazes de estabelecer contato. Entretanto, críticos dessa ideia indicam que a vida poderia evoluir por meios diferentes dos quais estamos familiarizados.

Algumas hipóteses que buscam explicar o paradoxo de Fermi levam em conta o fato de que, apesar de as chances de ocorrer vida no Universo serem altas, a maioria dos planetas habitáveis, que apresentam características similares às da Terra, ainda não foi formada, ou seja, quando novas civilizações surgirem, pode ser que nem existamos.

Outras hipóteses sugerem que sequer há um paradoxo: só nós existimos. Além delas, existem as que alegam que outras civilizações já podem ter nos visitado, porém há milhões de anos. Considerando que nosso período como civilização inteligente é extremamente curto e que as viagens espaciais são extremamente longas, poderemos ser visitados novamente daqui a dezenas de milhões de anos, de modo que nossa existência sequer será notada.

Publicado por Rafael Helerbrock
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