Fome no Brasil

Os indicadores de fome no Brasil têm aumentado substancialmente nos últimos anos. Esse cenário é resultado da grave crise econômica e política que assola o país.
A fome no Brasil tem crescido de forma grave nos últimos anos e tem levado muitos brasileiros a recorrerem ao lixo para ter acesso à alimentação. [1]

A fome no Brasil tem causas históricas, econômicas e políticas, sendo sobretudo marcada pela grande desigualdade social presente no país. Por sua vez, a ausência de ações estatais de fomento da economia e de diminuição da inflação são exemplos de fatores que contribuíram de forma decisiva para o aumento da fome no Brasil. Atualmente, mais da metade da população brasileira possui algum grau de insegurança alimentar. Esse cenário resulta em graves consequências no desenvolvimento humano e econômico do país.

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Resumo sobre fome no Brasil

  • Os dados mais recentes sobre a fome no Brasil apresentam um aumento substancial da população brasileira com dificuldades de acesso a alimentação.

  • São causas tradicionais da fome no Brasil a grande desigualdade social, a má distribuição e o desperdício de alimentos e a situação econômica desfavorável do país.

  • A pandemia de covid-19 agravou a situação da fome do Brasil mediante a ineficiência estatal no combate tanto à pandemia quanto à inflação, que já merecia atenção.

  • O cenário de insegurança alimentar em seus diferentes níveis atinge, na atualidade, mais da metade da população brasileira.

  • A fome gera graves consequências humanas, econômicas e sociais e impacta de forma muito negativa o cotidiano das populações.

Quais são as causas da fome no Brasil?

A fome no Brasil, apesar dos avanços das últimas décadas em relação às políticas de distribuição de renda e de acesso à alimentação, ainda é uma constante. Tal cenário deteriorou-se especialmente nos últimos anos, com destaque para a grave crise econômica e política enfrentada pelo país, assim como pela incidência da pandemia de covid-19, que atingiu índices alarmantes.

As causas da fome no Brasil envolvem, tradicionalmente, fatores econômicos e sociais, com destaque para a grande desigualdade social do país, principal responsável pela ausência de alimentação adequada no cotidiano da população brasileira. As disparidades sociais em termos de renda, emprego, habitação, entre outras variáveis, marcam o cenário da falta de acesso à alimentação no país.

Destaca-se ainda que, nos últimos anos, houve uma desmobilização das políticas de acesso à alimentação no país. Esse cenário foi agravado pela crise econômica que atinge o Brasil nos últimos anos, tendo como consequência negativa o exacerbado aumento da inflação, dificultando a aquisição de alimentos, especialmente por parte das famílias de renda mais baixa.

Ademais, o cenário brasileiro é piorado por motivos clássicos relacionados à ocorrência de fome no país, que ainda não foram resolvidos em sua totalidade. São eles:

  • histórica concentração fundiária;

  • grande desperdício de alimentos;

  • ineficiente estrutura de abastecimento alimentar;

  • dificuldade de acesso a políticas de emprego e renda pela população.

Dados da fome no Brasil

As informações divulgadas pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), por meio do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, indicam que a fome atinge, atualmente, cerca de 33 milhões de brasileiros. Esse dado corresponde a cerca de 15% da população do país. Além disso, há um número crescente de brasileiros, mais da metade da população do país conforme a pesquisa, que apresenta algum grau de insegurança alimentar.

Portanto, os dados evidenciam a gravidade do cenário da fome no país, acentuada nos últimos anos. Tal cenário é um paradoxo, uma vez que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, mas ainda possui grande parte da sua população em situação de insegurança alimentar. Os dados abordados contribuem para avaliar o péssimo cenário socioeconômico brasileiro, além da ausência de políticas públicas efetivas de combate à fome.

Fome no Brasil e a pandemia de covid-19

Os dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil indicam que houve um avanço da fome entre a população brasileira após a pandemia de covid-19. Segundo a pesquisa, o número de brasileiros com fome em 2022 quase dobrou em relação ao mesmo índice registrado no ano de 2020.

Assim, esses dados indicam que a pandemia de covid-19 agravou o cenário da fome no Brasil, Infere-se que o descontrole da pandemia, fruto da ausência de políticas públicas econômicas e da precária ação estatal no combate efetivo ao vírus, contribuiu de forma decisória para o atual cenário de fome no país.

Insegurança alimentar no Brasil

A insegurança alimentar atinge mais da metade da população brasileira. [2]

A insegurança alimentar, em seus níveis leve, moderado e grave, indica o grau de incerteza quanto ao acesso à alimentação pela população. O relatório da Rede Penssan mostra que mais de 125 milhões de brasileiros enfrentam alguma situação de insegurança alimentar. Esse número corresponde a mais da matade da população do país. A pesquisa elucida que o cenário de insegurança alimentar no Brasil é fruto da falta de políticas públicas de acesso à alimentação, especialmente em um quadro de dificuldade econômica e aceleração da inflação.

Leia também: Violência no Brasil — um problema de origem socio-histórica

Quais são as consequências da fome no Brasil?

As consequências da fome envolvem diversas esferas da sociedade, desde questões econômicas até de saúde da população. A alimentação insuficiente gera, por exemplo, deficiência no desenvolvimento físico e cognitivo dos indivíduos. Além disso, a fome causa um cenário de intensa instabilidade social, contribuindo, dentre outros fatores, para o aumento da violência.

A fome também impacta diretamente o cotidiano de famílias, por meio do aumento da pobreza, da marginalização social, de dificuldades na escola e de deterioração da saúde. Portanto, a ausência de alimentação adequada tem repercussão direta em diferentes setores e atividades da sociedade. Logo, deve ser combatida de forma eficiente, a fim de evitar maiores prejuízos econômicos, humanos e sociais, especialmente em médio e longo prazo.

Créditos de imagem

[1] Chadolfski / Shutterstock

[2] Nelson Antoine / Shutterstock

Publicado por Mateus Campos
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