Primavera Árabe

Primavera Árabe foi uma onda de protestos e de revoltas, que tiveram início em dezembro de 2010, contra os governos ditatoriais de países árabes do Oriente Médio e da África.
Protestos na Líbia, em 2011, durante a Primavera Árabe.[1]

A Primavera Árabe foi uma onda de protestos e revoltas iniciada em dezembro de 2010, na Tunísia, quando um jovem se imolou em protesto contra a corrupção. Essa revolta desencadeou manifestações em diversos países árabes da região do Oriente Médio e Norte da África, impulsionadas por causas como repressão política, corrupção, desigualdade econômica, desemprego, e pela utilização das redes sociais para mobilizar as massas.

As consequências dessa onda de protestos foram diversas: mudanças de regime em alguns países, como Tunísia e Egito; conflitos prolongados na Líbia e na Síria; instabilidade generalizada; e uma crise de refugiados que afetou a Europa.

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Resumo sobre a Primavera Árabe

  • A Primavera Árabe foi uma onda de protestos e revoltas em países árabes do Oriente Médio e Norte da África, caracterizada por demandas por reformas políticas, sociais e econômicas.
  • Começou em dezembro de 2010, na Tunísia, quando um jovem se imolou em protesto contra a corrupção, desencadeando uma série de manifestações que se espalharam por vários países.
  • Suas causas incluem repressão política, corrupção, desigualdade econômica, desemprego. Foram incentivadas também pelo uso das redes sociais para mobilizar protestos.
  • Suas principais consequências foram mudanças de regime em alguns países, como Tunísia e Egito; conflitos prolongados na Líbia e na Síria; instabilidade generalizada; e uma crise de refugiados.
  • O termo Inverno Árabe se refere ao período pós-Primavera Árabe, caracterizado pelo retorno de regimes autoritários, repressão, violência, instabilidade contínua, desilusão e uma crise de refugiados persistente na região.

Videoaula sobre a Primavera Árabe

O que foi a Primavera Árabe?

A Primavera Árabe foi uma série de protestos, revoluções e conflitos que ocorreram em países árabes do Oriente Médio e do Norte da África entre o final de 2010 e o ano de 2011. Esses eventos foram marcados por manifestações populares em massa, exigindo reformas políticas, sociais e econômicas. O nome Primavera Árabe se originou da ideia de um renascimento ou florescimento de demandas por liberdade e justiça em uma região de países falantes do idioma árabe que, há muito tempo, estavam sob regimes autoritários e opressivos.

História da Primavera Árabe

A Primavera Árabe teve início em dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano chamado Mohamed Bouazizi ateou fogo no próprio corpo em protesto contra a corrupção e a situação econômica em seu país. Sua ação extrema chocou a Tunísia e rapidamente se tornou um símbolo de resistência. Os protestos se multiplicaram em todo o país e culminaram na renúncia do presidente Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011. A queda de Ben Ali inspirou outros países da região a se levantarem contra seus governantes.

O Egito foi o próximo país a enfrentar protestos em grande escala, com milhões de pessoas se reunindo na Praça Tahrir, no Cairo, para exigir a saída do presidente Hosni Mubarak, que estava no poder há 30 anos. Mubarak renunciou em fevereiro de 2011, e o exército assumiu o controle temporariamente. Esse sucesso encorajou ainda mais os movimentos em outros lugares, como a Líbia e a Síria.

A Líbia enfrentou um dos conflitos mais violentos da Primavera Árabe, com os manifestantes lutando contra o governo liderado por Muammar Gaddafi. Uma intervenção militar da Otan em apoio aos rebeldes ajudou a derrubar Gaddafi, mas o país mergulhou em um período de instabilidade política e conflito armado que persiste até hoje.

Na Síria, os protestos antigovernamentais se transformaram em uma guerra civil de longa duração que envolveu vários atores internacionais e resultou em uma tragédia humanitária de grande escala. O presidente sírio Bashar al-Assad manteve seu domínio, e o conflito na Síria continua a ser um problema significativo.

Além desses países, outros experimentaram agitação e manifestações durante a Primavera Árabe, incluindo Iêmen, Bahrein, Jordânia, Marrocos e Argélia.

Mapa da Primavera Árabe.

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Quais as causas da Primavera Árabe?

Várias causas contribuíram para a eclosão da Primavera Árabe, dentre as quais destacaram-se:

  • Repressão política: muitos dos países afetados pela Primavera Árabe eram governados por regimes autoritários e opressivos que negavam liberdades civis básicas e reprimiam qualquer forma de oposição política.
  • Corrupção e desigualdade econômica: a corrupção generalizada e a falta de oportunidades econômicas também desempenharam um papel importante. Muitas pessoas viam seus governantes e elites políticas enriquecerem às custas do sofrimento da população.
  • Tecnologia e mídias sociais: a disseminação de informações e a organização de protestos foram facilitadas pelas redes sociais e pela tecnologia de comunicação. Isso permitiu que os manifestantes se coordenassem de maneira mais eficaz e compartilhassem informações sobre os abusos do governo.

Principais consequências da Primavera Árabe

Zine El Abidine Ben Ali, ditador da Tunísia e o primeiro chefe de Estado a ser deposto no contexto da Primavera Árabe.

A Primavera Árabe teve uma série de consequências significativas em toda a região:

  • Mudanças de regime: a Tunísia, o Egito e a Líbia testemunharam a queda de seus líderes de longa data. No entanto, os resultados variaram, com a Tunísia conseguindo avançar em direção a um sistema democrático, enquanto o Egito enfrentou instabilidade e, em última análise, um retorno a um governo autoritário. A Líbia mergulhou em um conflito prolongado.
  • Guerra civil na Síria: a Síria passou a ser palco de uma guerra civil brutal que já dura vários anos e teve consequências devastadoras para o país e para a região. O conflito envolveu várias potências regionais e internacionais e levou a uma das maiores crises de refugiados do mundo.
  • Turbulência generalizada: a Primavera Árabe gerou agitação e protestos em toda a região, mesmo em países que não testemunharam mudanças de regime. Isso forçou muitos governos a tomarem medidas para acalmar a insatisfação pública, implementando reformas limitadas.
  • Extremismo e radicalização: a instabilidade na região criou um terreno fértil para grupos extremistas e terroristas, como o Estado Islâmico, que aproveitou a lacuna de poder em várias áreas para estabelecer seu domínio.
  • Migração e crise de refugiados: os conflitos e a instabilidade resultantes da Primavera Árabe levaram a uma migração em massa de pessoas em busca de segurança e melhores condições de vida. Isso gerou uma crise de refugiados na Europa que teve um impacto profundo nas políticas e na sociedade europeia.

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Inverno Árabe

Inverno Árabe é uma expressão frequentemente usada para se referir ao período subsequente à Primavera Árabe, caracterizado pela reversão de algumas das mudanças democráticas iniciais e pelo retorno de regimes autoritários. Esse termo sugere que, em muitos casos, os ganhos iniciais da Primavera Árabe foram seguidos por um retrocesso no que diz respeito à democracia e aos Direitos Humanos. As características do Inverno Árabe incluem:

  • Retorno à autoritarismo: em alguns países, como o Egito, líderes autoritários conseguiram recuperar o poder ou consolidar ainda mais o controle. Isso levou a restrições às liberdades civis e políticas, bem como à repressão da oposição.
  • Repressão e violência: em várias nações, os governos recorreram à repressão violenta para conter a dissidência. Isso resultou em prisões em massa, tortura e abusos dos Direitos Humanos.
  • Instabilidade política: muitos países continuaram enfrentando instabilidade e conflitos internos, como na Líbia e na Síria. A Guerra da Síria, em particular, continua e resulta em crises humanitárias e de refugiados.
  • Extremismo e terrorismo: grupos extremistas aproveitaram a instabilidade em todo o Oriente Médio e Norte da África para estenderem sua influência e realizarem ataques violentos.
  • Crise de refugiados: a crise de refugiados desencadeada pela Primavera Árabe continua a afetar a Europa e a região, com muitos refugiados buscando asilo e enfrentando desafios significativos de integração.

Créditos de imagem

[1] ليبي_صح / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Presidência da República Argentina / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

TUFTE, Thomas. O renascimento da Comunicação para a transformação social – Redefinindo a disciplina e a prática depois da ‘Primavera Árabe’. Intercom – RBCC, São Paulo, v.36, n.2, p. 61-90, jul./dez. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/interc/a/rhLvJrC4bCRbKmstG4HmDtg/?format=pdf&lang=pt.

VIERIA, Vivian. O papel da comunicação digital na Primavera Árabe: apropriação e mobilização social. Disponível em: http://compolitica.org/novo/anais/2013_GT05-VivianPatriciaPeronVieira.pdf.

Publicado por Tiago Soares Campos
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