Regência do verbo agradecer
Fazer uso da regência correta de um verbo significa, antes de tudo, compreender acerca da relação que se estabelece entre ele e seu respectivo complemento. No entanto, não raras as vezes, muitos usuários não atribuem a essa forma verbal a complementação adequada, por um simples descuido ou mesmo por falta de conhecimento sobre as regras que regem a língua que falamos.
Ilustrando tal ocorrência figura-se o verbo em questão: agradecer. Muitos, semelhantemente a ele, admitem dois complementos, isto é, o de assunto (objeto direto) e o de pessoa (objeto indireto). Prova disso são os verbos perdoar e pagar, além do verbo agradecer. Assim, de modo a compreender melhor, veja alguns exemplos:
O aluno agradeceu os cumprimentos.
Ele perdoou as ofensas.
Nós pagamos as encomendas.
Inferimos que os termos que se encontram em destaque representam, respectivamente, aquilo que se agradece, que se perdoa, bem como aquilo que se paga. Ou seja, tais complementos foram ligados ao verbo sem o intermédio da preposição, representando o objeto direto, portanto.
No entanto, tais verbos podem também se classificar como transitivos indiretos, cujo complemento regido da preposição representa o destinatário da ação. Logo, circunstâncias como estas a seguir podem ser perfeitamente aceitáveis:
Agradecemos aos convidados.
Perdoaram aos amigos.
Pagaram aos clientes.
Foquemos agora nossa atenção somente no verbo agradecer, haja vista que ele pode ser tanto transitivo direto como transitivo indireto, como já afirmado. Assim, podemos dizer:
Agradecemos aos convidados os cumprimentos.
O. Indireto O. Direto
Resta ainda um detalhe ao qual devemos sempre nos atentar: no caso de fazermos a substituição do objeto indireto por um pronome oblíquo átono, devemos nos lembrar de que o “lhe” é cabível à situação. Portanto, observe:
Agradecemos-lhes os cumprimentos.