Verbo “ver”

O verbo “ver” é um verbo que pode tanto ser transitivo direto quanto intransitivo. Ele possui vários significados, que variam de acordo com o contexto.
O verbo “ver” é um verbo que pode ter vários significados.

O verbo “ver” é um dos verbos mais utilizados da língua portuguesa. Ele é conjugado no presente, pretérito e futuro e concorda com o sujeito simples ou composto. Além disso, ele é usado como sinônimo de “perceber”, “reparar em”, “examinar”, entre outros usos. No futuro do subjuntivo, o termo “vir” é a forma referente à primeira e à terceira pessoa do singular do verbo “ver”.

Leia também: Verbo “ser” — como conjugar e concordar?

Resumo sobre o verbo “ver”

  • O verbo “ver” é um verbo muito utilizado na língua portuguesa.

  • Ele concorda com o sujeito simples ou composto.

  • Após sujeito composto, com ideia de gradação, “ver” também pode concordar com o substantivo mais próximo.

  • Isso também pode acontecer quando o sujeito composto aparece posposto ao verbo.

  • O verbo “ver” é usado com o sentido de “perceber”, “olhar para”, “assistir a”, “reparar em”, “tomar cuidado com”, “atender a”, “compreender”, “deduzir”, “prever”, “imaginar”, “examinar”, “ter o sentido da visão”, “manter contato” e “encontrar-se”.

  • A primeira e a terceira pessoa do singular do verbo “ver”, no futuro do subjuntivo, é “vir”, o que muitas vezes pode causar confusão com a forma no infinitivo do verbo “vir”.

  • Enquanto “ver” é a forma verbal desse verbo no infinitivo, “vê” é a conjugação desse verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.

Como é a conjugação do verbo “ver”?

Conjugação do verbo “ver” no modo indicativo

Presente

Pretérito imperfeito

Pretérito perfeito

Eu vejo
Tu vês
Ele / Ela
Nós vemos
Vós vedes
Eles / Elas veem

Eu via
Tu vias
Ele / Ela via
Nós víamos
Vós víeis
Eles / Elas viam

Eu vi
Tu viste
Ele / Ela viu
Nós vimos
Vós vistes
Eles / Elas viram

Pretérito mais-que-perfeito

Futuro do pretérito

Futuro do presente

Eu vira
Tu viras
Ele / Ela vira
Nós víramos
Vós víreis
Eles / Elas viram

Eu veria
Tu verias
Ele / Ela veria
Nós veríamos
Vós veríeis
Eles / Elas veriam

Eu verei
Tu verás
Ele / Ela verá
Nós veremos
Vós vereis
Eles / Elas verão

Conjugação do verbo “ver” no modo subjuntivo

Presente

Pretérito imperfeito

Futuro

[que] eu veja
[que] tu vejas
[que] ele / ela veja
[que] nós vejamos
[que] vós vejais
[que] eles / elas vejam

[se] eu visse
[se] tu visses
[se] ele / ela visse
[se] nós víssemos
[se] vós vísseis
[se] eles / elas vissem

[quando] eu vir
[quando] tu vires
[quando] ele / ela vir
[quando] nós virmos
[quando] vós virdes
[quando] eles / elas virem

Conjugação do verbo “ver” no modo imperativo

Conjugação do verbo “ver” no infinitivo

Afirmativo

Negativo

Pessoal

tu
Veja você
Vejamos nós
Vede vós
Vejam vocês

Não vejas tu
Não veja você
Não vejamos nós
Não vejais vós
Não vejam vocês

[para] eu ver
[para] tu veres
[para] ele / ela ver
[para] nós vermos
[para] vós verdes
[para] eles / elas verem

Concordância do verbo “ver”

Concordância do verbo “ver” com o sujeito

Orlando viu os quadros da pintora renascentista Sofonisba Anguissola.
[Sujeito simples no singular, o verbo fica no singular.]

As filhas de Orlando viram os quadros da pintora renascentista Sofonisba Anguissola.
[Sujeito simples no plural, o verbo fica no plural.]

Orlando e sua filha viram os quadros da pintora renascentista Sofonisba Anguissola.
[Sujeito composto, o verbo vai para o plural.]

Concordância do verbo “ver” com sujeito composto, mas com ideia de gradação

Um cão, um menino, um homem o carro passar.
[Concorda com o substantivo mais próximo.]

ou

Um cão, um menino, um homem veem o carro passar.
[Vai para o plural, por concordar com o sujeito composto.]

Concordância do verbo “ver” + se + sujeito paciente

Viam-se muitas onças na estrada.
[Concorda com o sujeito paciente.]

Viu-se uma onça na estrada.
[Concorda com o sujeito paciente.]

Concordância do verbo “ver” com sujeito composto, posposto ao verbo

Viram-se em todo lugar desenhadas nos muros a flor e a faca.
[Vai para o plural, pois concorda com o sujeito composto.]

Viu-se em todo lugar desenhada nos muros a flor e a faca.
[Concorda com o substantivo mais próximo.]

Usos do verbo “ver”

Veja a seguir os usos do verbo “ver”.

  • Verbo “ver” com sentido de “perceber”:

Logo viram que elas tinham segundas intenções.

  • Verbo “ver” com sentido de “olhar para”:

Então Djanira viu a escola.

  • Verbo “ver” com sentido de “assistir a”:

Amanhã, Roberto verá o filme do Andy Warhol.

  • Verbo “ver” com sentido de “reparar em”:

Vimos que faltava um doce na caixa.

  • Verbo “ver” com sentido de “tomar cuidado com”:

Rapazes, vejam bem com quem andam.

  • Verbo “ver” com sentido de “atender a”:

Estão chamando, Lucas. a porta, por favor.

  • Verbo “ver” com sentido de “compreender”:

Agora vejo tudo claramente.

  • Verbo “ver” com sentido de “deduzir”:

Vejo que você não estudou nada.

  • Verbo “ver” com sentido de “prever”:

O avô via muita infelicidade no caminho da neta.

  • Verbo “ver” com sentido de “imaginar”:

Enquanto ela lia o livro, vimos os personagens em nossa mente.

  • Verbo “ver” com sentido de “examinar”:

A médica disse que verá o menino amanhã.

  • Verbo “ver” com sentido de “ter o sentido da visão”:

As toupeiras não veem muito bem.

  • Verbo “ver” com sentido de “manter contato”:

A gente se vê, eu prometo.

  • Verbo “ver” com sentido de “encontrar-se”:

Vamos nos ver semana que vem para tratar do negócio.

Veja também: Verbo “haver” — como conjugar e concordar?

Quais são as diferenças entre os verbos “ver” e “vir”?

O verbo “ver”, entre outros significados, é sinônimo de “enxergar”, “observar”, “examinar”, “concluir” etc. Já o verbo “vir” se refere ao deslocamento de algo ou alguém em direção ao enunciador de uma frase, como, por exemplo:

Adalto veio caminhando até a minha casa.

O que confunde alguns usuários da língua portuguesa é a forma “vir” com o sentido de “ver”. Mas esse uso só ocorre para indicar a primeira e a terceira pessoa do singular do verbo “ver”, no futuro do subjuntivo:

Quando eu vir um posto de gasolina na esquina, devo virar à direita.

Quando você vir um posto de gasolina na esquina, vire à direita.

Quais são as diferenças entre “ver” e “vê”?

O termo “ver” é o infinitivo desse verbo, seja ele impessoal ou pessoal:

Todos podem ver que digo a verdade.

Não o ajude, para ele ver que precisa se virar sozinho.

Por eu ver as coisas dessa forma, acabo ficando isolado.

Já a forma “vê” se refere à conjugação do verbo “ver” na terceira pessoa do singular do presente do indicativo:

Kelly tudo que os vizinhos fazem.

O termo “vê” também é a forma do imperativo afirmativo do verbo “ver”, referente a “tu”:

o que o teu pai quer, por favor.

Exercícios resolvidos sobre o verbo “ver”

Questão 1

Leia o soneto “Eu”, da poetisa portuguesa Florbela Espanca:

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém ...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!

ESPANCA, Florbela. Eu. In: ESPANCA, Florbela. Sonetos. Amadora: Bertrand, 1978.

O verbo “ver”, em destaque nas duas últimas estrofes, está conjugado, respectivamente, no:

A) presente do indicativo e infinitivo.

B) presente do subjuntivo e infinitivo.

C) pretérito imperfeito do indicativo e imperativo.

D) pretérito imperfeito do subjuntivo e imperativo.

E) infinitivo e imperativo.

Resolução:

Alternativa A.

O verbo “ver”, no presente do indicativo, apresenta a seguinte conjugação: eu vejo, tu vês, ele ou ela vê, nós vemos, vós vedes, eles ou elas veem. Já o termo “ver”, na segunda ocorrência, está no infinitivo.

Questão 2

Leia, a seguir, um fragmento da crônica “Das doçuras de deus”, de Clarice Lispector:

Vocês já se esqueceram de minha empregada Aninha, a mineira calada, a que queria ler um livro meu mesmo que fosse complicado porque não gostava de “água com açúcar”. E provavelmente já esqueceram que, sem saber por que, eu a chamava de Aparecida, e que ela explicou: “É porque eu apareci”. O que eu não disse talvez foi que, para ela existir como pessoa, dependia muito de se gostar dela.

Vocês a esqueceram. Eu nunca a esquecerei. Nem sua voz abafada, nem os dentes que lhe faltavam na frente e que por instância nossa botou, à toa: não se viam porque ela falava para dentro e seu sorriso também era mais para dentro. Esqueci de dizer que Aninha era muito feia.

Um dia de manhã aconteceu que demorou demais na rua para fazer compras. Afinal apareceu e tinha um sorriso tão brando como se só tivesse gengivas. O dinheiro que levara para compras estava amassado na mão direita, e do punho da esquerda dependurava-se o saco de compras.

Havia uma coisa nova nela. O quê, não se adivinhava. Talvez uma doçura maior. E estava um pouco mais “aparecida”, como se tivesse dado um passo para a frente. Essa alguma coisa nova fez com que perguntássemos em desconfiança: e as compras? Respondeu: eu não tinha dinheiro.

LISPECTOR, Clarice. Das doçuras de deus. In: LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Sobre a ocorrência do verbo “ver”, em destaque no segundo parágrafo, é possível afirmar:

A) O verbo “ver” está conjugado no pretérito perfeito.

B) O verbo “ver” está conjugado no pretérito-mais-que-perfeito.

C) O verbo “ver” está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo.

D) O verbo “ver” é impessoal, ou seja, não possui sujeito.

E) O núcleo do sujeito do verbo “ver” é o substantivo “dentes”.

Resolução:

Alternativa E.

“Os dentes” é um sujeito paciente relacionado ao verbo “ver”. Assim, temos “não se viam os dentes” ou “os dentes não eram vistos”. 

Publicado por Warley Souza
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