Plantation
O plantation é um sistema de produção agrícola que foi utilizado pelas nações europeias durante a colonização do mundo. Nesse sistema, eles produziam nas colônias um item agrícola que seria utilizado na fabricação de alguma mercadoria que lhes traria grande lucro. Esse sistema dependia do latifúndio, da monocultura, do trabalho escravo e visava o mercado exterior.
Veja também: Escravidão no Brasil — a prática que submetia indígenas e africanos a trabalhos braçais forçados
Resumo sobre plantation
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O plantation é um sistema de produção agrícola que foi implantado pelas nações europeias em suas colônias.
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Os historiadores entendem o plantation como uma prática que fazia parte do mercantilismo.
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O plantation se baseava no latifúndio, na monocultura, no trabalho escravo e era voltado para atender o mercado exterior.
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No Brasil, o plantation se manifestou por meio do cultivo de cana-de-açúcar para a produção do açúcar.
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O plantation não foi implantado em toda a colônia brasileira.
O que é plantation?
O plantation é a forma pela qual conhecemos um sistema agrícola que foi muito comum durante o período da colonização. Foi implantado no Brasil, mas também foi utilizado em outros continentes do planeta pelas potências colonizadoras. Em território nacional, os responsáveis por implementar esse modelo foram os portugueses.
Apesar de o plantation ser muito associado com o seu uso durante as colonizações, muitos estudos são realizados na atualidade apontando que ainda existem plantações que possuem características básicas do plantation tradicional. Portanto, existe atualmente um tipo de plantation moderno.
→ Principais características do plantation
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Existência de um latifúndio.
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Produção por meio da monocultura.
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Utilização da mão de obra escravizada.
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Produção voltada para atender os interesses do mercado exterior.
O plantation é entendido como um sistema que se adequou à lógica das economias mercantilistas. Nesse sentido, os países que adotavam esse sistema em suas colônias buscavam utilizar o laço colonial para explorar os recursos da terra e obter lucro por meio da exploração.
Estrutura de funcionamento do plantation
O plantation dependia da exploração de um produto que tivesse uma boa lucratividade, de modo que valesse a pena o investimento. Esse produto era produzido em larga escala na colônia. No caso do cultivo, isso dependia de a colônia possuir as condições climáticas que permitissem o plantio e a colheita em quantidades suficientes.
O plantio não era realizado em pequenas propriedades, mas sim em latifúndios, isto é, em grandes propriedades agrícolas que a metrópole cedia para que interessados pudessem desenvolver a atividade.
O latifúndio priorizava em suas terras a produção do item de maior importância. Assim, se estabelecia uma monocultura. Os produtos foram diferentes em cada colônia dos europeus. No Brasil, por exemplo, o produto foi a cana-de-açúcar, que os portugueses utilizavam para produzir o açúcar.
O plantation também dependia da utilização da mão de obra de trabalhadores escravizados, sendo que a mão de obra dos africanos foi a principal delas. Os africanos escravizados foram introduzidos no Brasil ainda na primeira metade do século XVI, mas foi só no começo do século XVII que os africanos se tornaram a principal mão de obra no plantation do Brasil Colônia.
No caso brasileiro, as grandes propriedades rurais baseadas na monocultura continuaram utilizando mão de obra escrava dos africanos depois que o nosso país conquistou a independência. Isso porque o Brasil foi o último país da América a abolir o trabalho escravo de africanos e seus descendentes. A escravização dos índios, por sua vez, foi abolida em meados do século XVIII.
A última grande característica do plantation é o fato de que os itens produzidos nesse sistema de produção agrícola não serviam para atender a própria colônia, mas eram produzidos para atender as necessidades do mercado exterior. Assim, a produção de açúcar no Brasil não visava atender nossa necessidade por essa mercadoria, mas a do mercado europeu.
Além disso, as colônias eram impedidas de produzir mercadorias manufaturadas, pois deveriam comprá-las da própria metrópole. Essa relação também ficou conhecida como exclusivo colonial. Nesse sistema, a colônia só vendia e comprava mercadorias da própria metrópole, que, assim, conseguia matérias-primas baratas e lucrava com a venda de mercadorias manufaturadas.
Veja também: Ciclo do açúcar — uma das principais bases econômicas, sociais e culturais no Brasil Colônia
O plantation foi o único modo de produção no Brasil?
Apesar de ter sido fundamental para a colonização implementada pelos portugueses no Brasil, o plantation não foi o único modo de produção que existiu durante a colonização.
Isso porque as realidades para o plantio eram diferentes em cada região brasileira. Ademais, a economia do Brasil era variada, e a colônia possuía demandas internas que a metrópole não atendia. Essas demandas se referiam principalmente a gêneros alimentícios. Assim, a colônia precisava ter uma agricultura de subsistência para produzir alimentos que seriam consumidos em seu próprio território.
Por fim, havia pessoas que optaram por se dedicar a outras atividades, como pecuária e extração das drogas do sertão. A existência de outras formas de produção na colônia era importante para garantir sua sustentabilidade. Assim, as necessidades internas eram atendidas por atividades não advindas do plantation.
Plantation no Brasil
No Brasil, como citado, o plantation foi implantado para cultivar a cana-de-açúcar, utilizada na produção do açúcar. A plantação de cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil na década de 1540, como parte do esforço de Portugal para compor as capitanias hereditárias. Por causa disso, foram construídos os primeiros engenhos no Brasil.
O açúcar era uma mercadoria lucrativa na Europa, e Portugal tinha experiência na produção do açúcar advinda de suas ilhas atlânticas. Como Portugal não encontrou metais preciosos no Brasil, o comércio na Índia estava decadente e o território brasileiro era ameaçado por invasores, optou-se pelo cultivo do açúcar para que a colônia se tornasse lucrativa de alguma forma.
Essa dinâmica de utilização da terra para a monocultura não deixou de existir com a perda de popularidade do plantation, uma vez que atualmente muitos países dedicam vastas somas de terra para produzir apenas um item agrícola. Além disso, na história do Brasil, isso se repetiu quando o país já era independente, já que extensos territórios eram usados para produzir apenas café. Mais recentemente, essa prática se manifesta nas plantações de soja, por exemplo.