Dez pragas do Egito
As 10 pragas do Egito são parte de uma narrativa encontrada na Bíblia e que conta a história de 10 pragas que foram enviadas por Deus ao Egito porque o faraó Ramsés II não aceitava conceder a liberdade para os hebreus — povo que era escravizado pelos egípcios. As pragas trouxeram grande calamidade e forçaram o faraó a libertar os israelitas.
A última praga — a morte de todos os primogênitos do Egito — forçou o faraó a libertar os israelitas. Essa narrativa é considerada pelos historiadores como um mito hebraico e não é entendida como um evento histórico. Entretanto, uma teoria aponta que uma erupção vulcânica pode ter causado tragédias semelhantes no Egito por volta de 1600 a.C.
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Resumo sobre as 10 pragas do Egito
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As 10 pragas do Egito são acontecimentos relacionados a uma história bíblica.
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Ao todo foram 10 pragas enviadas por Deus como punição ao Egito e aos seus deuses.
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Essas pragas foram enviadas porque o faraó Ramsés II se negava a libertar os israelitas da escravidão.
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Os historiadores entendem que a narrativa das pragas é uma lenda hebraica.
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Alguns pesquisadores relacionaram as pragas com uma erupção vulcânica que aconteceu em uma ilha grega.
10 pragas do Egito e a narrativa bíblica
Uma das histórias mais conhecidas do texto bíblico é a história das 10 pragas do Egito, um conjunto de 10 eventos catastróficos que atingiram o Egito durante o reinado de Ramsés II. Essas pragas aconteceram como uma forma de punição de Deus ao Egito porque o faraó se negava a libertar os israelitas (hebreus).
Na narrativa bíblica, os hebreus eram escravizados no Egito e Deus havia nomeado Moisés para que ele liderasse esse povo à liberdade. A promessa era de que, uma vez livres da escravidão, os israelitas retornariam para a terra que Deus havia prometido a eles, Canaã. As pragas foram sendo enviadas por Deus até que o faraó aceitasse libertar os israelitas.
No texto bíblico, Ramsés II aceitava libertar os israelitas quando as pragas afetavam o seu povo, mas, assim que a praga desaparecia, ele mudava de ideia e não autorizava a ida. Na última praga, a 10ª e a mais rígida de todas, Ramsés II autorizou a ida dos israelitas. A interpretação cristã dessas pragas também entende que elas, além de punir os egípcios, foram uma forma de seu Deus demonstrar superioridade às divindades egípcias.
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Quais foram as pragas que atingiram o Egito?
As pragas que atingiram o Egito, segundo a narrativa bíblica, eram enviadas por Deus por meio de seus dois representantes: Moisés e Arão. Elas trouxeram calamidade, mortes e destruição para o Egito. As 10 pragas foram estas:
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Água transformada em sangue: na primeira praga, o Egito viu as águas do Nilo serem transformadas em sangue e todos os animais que habitavam ali morrerem.
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Infestação de rãs: o Egito foi coberto por uma grande infestação de rãs.
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Infestação de piolhos: o Egito foi atacado por uma infestação de piolhos que afetou humanos e animais.
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Enxame de moscas: um enxame de moscas infestou o Egito na quarta praga. Os israelitas não foram afetados.
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Peste sobre os animais: doenças se espalharam entre os rebanhos egípcios, causando a morte desses animais. Os rebanhos dos israelitas não foram afetados.
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Feridas sobre todos os egípcios: os egípcios foram atacados por feridas que se espalhavam por todo o corpo. Novamente os israelitas não foram afetados.
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Chuva de granizo: uma grande tempestade com fortes raios e granizo destruiu colheitas e matou pessoas no Egito.
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Infestação de gafanhotos: um enxame de gafanhotos invadiu o Egito e destruiu o restante das plantações que não tinham sido destruídas durante a sétima praga.
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Três dias de escuridão: o Egito foi submetido a três dias de escuridão profunda.
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Morte dos primogênitos: todos os primogênitos do Egito, humanos e animais, foram mortos por ordem de Deus, incluindo o filho do faraó.
Após a 10ª praga, Ramsés II autorizou que os israelitas fossem embora do Egito, levando consigo tudo que possuíam, incluindo os seus animais.
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Existem evidências científicas das 10 pragas do Egito?
A narrativa bíblica das 10 pragas do Egito não é considerada um evento histórico pelos historiadores, sendo interpretada como um mito. Não existem evidências que sustentem a existência das 10 pragas, mas alguns historiadores teorizam que algumas tragédias ambientais possam ter levado a calamidades semelhantes no Egito.
Uma dessas teorias associa as pragas do Egito com uma erupção que aconteceu em um vulcão localizado na ilha de Santorini, na Grécia. Essa erupção teria acontecido por volta de 1600 a.C., e sua potência foi tão grande que os seus efeitos foram sentidos no Egito, bem distante do local da erupção.
Essa erupção teria lançado cinzas e materiais tóxicos na atmosfera que alcançaram o Egito, gerando inúmeras consequências lá. Ela ainda teria sido responsável por lançar uma grande quantidade cinábrio na atmosfera, e esse mineral é capaz de alterar a cor das águas, como as do Nilo, para a cor vermelha.
Além disso, os materiais depositados no rio por meio da erupção teriam alterado a acidez da água, fazendo com que rãs fugissem do rio para encontrar novos locais mais adequados, o que causou a infestação delas. Os materiais tóxicos trazidos pela erupção teriam causado a morte de pessoas e animais, fazendo com que seus cadáveres fossem usados por moscas para depositar larvas.
Isso teria causado um grande enxame de moscas, que também se aproveitaram da fuga e morte dos anfíbios. A erupção vulcânica também pode ter gerado mudanças climáticas, e chuvas ácidas teriam causado ferimentos na pele humana, além de contaminar a grama e contribuir para a morte dos rebanhos que se alimentavam dessa vegetação.
A erupção vulcânica também teria sido a responsável pela escuridão de três dias, embora também haja pesquisadores que sustentem que tempestades de areia possam ter propagado a escuridão. Por fim, há evidência de um número elevado de mortes no Egito na mesma data da erupção, um indicativo que dá força a essa teoria.