Operação Barbarossa

A Operação Barbarossa consistiu em um ataque do exército nazista contra a União Soviética em 1941.
Soldados alemães invadindo a URSS durante a Operação Barbarossa

Operação Barbarossa foi o nome dado à manobra militar da Wehrmacht (Forças Armadas da Alemanha) contra a União Soviética, que durou de 22 de junho a 5 de dezembro de 1941. A operação foi comandada pelo general Franz Halder e recebeu esse nome por referir-se ao Sacro Imperador Romano-Germânico do século XII, Frederico Barba Roxa (Barbarossa).

Ruptura do Pacto Germano-Soviético de não agressão

Para se compreender a razão pela qual o ataque nazista à União Soviética ocorreu em 1941, é necessário recordar que, nos dois anos anteriores, Stalin e Hitler haviam firmado um pacto de não agressão, o Pacto Germano-Soviético (ou Ribentropp-Molotov, nomes dos respectivos diplomatas que assinaram o documento). Esse tratado foi assinado em 23 de agosto de 1939, oito dias antes de a Alemanha invadir a Polônia e, portanto, dar início à Segunda Guerra. O objetivo era garantir que as duas potências não entrariam em guerra, caso houvesse uma reação das potências ocidentais às manobras militares da Alemanha na Polônia.

O Pacto, no entanto, foi rompido quando a Alemanha começou a traçar aliança com os japoneses, que, por sua vez, ameaçavam a URSS no front oriental. Além disso, era sabido que o pacto de “paz” entre nazistas e soviéticos era temporário, pois tanto uma quanto outra potência planejavam sua própria forma de dominação territorial do continente europeu. O plano nazista, por exemplo, previa a transformação do Leste Europeu em um grande “celeiro” de abastecimento de alimentos para o Império Alemão. Para tanto, toda a população eslava deveria ser escravizada, e todo o aparato industrial soviético, destruído.

Desenvolvimento da operação

A Operação Barbarossa foi coordenada pelo general Franz Halder, que era comandante do OKH (alto-comando militar alemão). A definição do ataque ficou da seguinte forma: ao norte, as tropas comandadas pelo marechal Ritter von Leeb marchariam em direção a Leningrado. No centro, em direção a Moscou, marcharam as tropas do marechal Fedor von Bock. O sul ficou a encargo do marechal Gerd von Rundstedt, que se encarregaria de conquistar a capital da Ucrânia, Kiev.

Toda a operação mobilizou cerca de 4,5 milhões de soldados alemães. A URSS não esperava uma mobilização militar tão grande e teve partes consideráveis de seu território invadidas pelos alemães. A defesa soviética ficou concentrada nas zonas de influência de Moscou e Stalingrado. As batalhas arrastaram-se por meses a fio, sem que a operação pudesse completar seu objetivo, de modo que outros desdobramentos ocorreram. Um desses desdobramentos foi a sangrenta Batalha de Stalingrado, iniciada em 1942.

A imposição da fome e a “Shoa pelas balas”

Duas entre as muitas consequências nefastas do enfrentamento entre alemães e soviéticos no front oriental foram: 1) a imposição da fome aos habitantes de Kiev, na Ucrânia, que foram obrigados a fornecer todo o mantimento que tinham às tropas alemãs. Esse método já havia sido aplicado pela própria URSS à população rural da Ucrânia no início dos anos 1930, levando milhões de pessoas à morte; 2) o extermínio de judeus soviéticos e poloneses por meio de fuzilamento. Isso foi levado a cabo pelos Einsatzgruppen (grupos especiais de extermínio), como narra o historiador Antony Beevor:

[…] Durante a Barbarossa, o marechal de campo von Brauchitsch, o comandante em chefe do Exército, trabalhou de perto com Heydrich na ligação entre a força terrestre e a SS. O exército alemão abasteceria os Einsalzgruppen e faria a ligação com ele mediante o oficial de inteligência sênior de cada quartel-general. Deste modo, no nível de comando e do Estado-Maior do Exército, ninguém poderia alegar que ignorava as suas atividades. [1]

Alguns autores nomeiam esse episódio como “Shoa pelas balas”, lembrando que “Shoa” é um termo hebraico para designar o holocausto.

NOTAS

[1] BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Trad. Cristiana Cavalcanti. Record: Rio de janeiro, 2015. p. 241.

Publicado por Cláudio Fernandes
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