Operação Barbarossa

Operação Barbarossa foi a invasão militar em larga escala realizada pela Alemanha Nazista contra a União Soviética a fim de conquistar território e destruir o regime comunista.
Mapa mostrando as cinco frentes de ataques nazistas à União Soviética na Operação Barbarossa.

A Operação Barbarossa foi a invasão militar em larga escala realizada pela Alemanha Nazista contra a União Soviética em 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com o objetivo de conquistar território e destruir o regime comunista. A Operação Barbarossa, precedida pela ascensão de Hitler e o Pacto Molotov-Ribbentrop, visava à destruição do comunismo, a conquista de terras para o "Lebensraum" e a eliminação da ameaça soviética para garantir a hegemonia alemã na Europa. A estratégia alemã baseou-se na Blitzkrieg, com ataques rápidos e coordenados em três frentes principais: Norte, Centro e Sul. Iniciada em 22 de junho de 1941, a operação começou com um ataque surpresa massivo, capturando vastos territórios, mas encontrou resistência crescente, dificuldades logísticas e condições climáticas adversas.

Leia também: Batalha de Kursk — a última grande ofensiva da Alemanha Nazista na União Soviética

Resumo sobre a Operação Barbarossa

  • A Operação Barbarossa foi a invasão militar em larga escala realizada pela Alemanha Nazista contra a União Soviética em 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de conquistar território e destruir o regime comunista.

  • A Operação Barbarossa foi precedida pela ascensão de Hitler ao poder, sua visão expansionista do "Lebensraum", e o Pacto Molotov-Ribbentrop.

  • Os principais objetivos da Operação Barbarossa incluíam a destruição do comunismo, a conquista de terras para o "Lebensraum", a exploração dos recursos soviéticos e a eliminação da ameaça militar da União Soviética para garantir a hegemonia alemã na Europa.

  • A estratégia alemã baseou-se na Blitzkrieg, com ataques rápidos e coordenados envolvendo forças mecanizadas e aéreas para penetrar profundamente no território soviético, cercando e destruindo grandes formações do Exército Vermelho em três frentes principais: Norte, Centro e Sul.

  • A Operação Barbarossa começou em 22 de junho de 1941 com um ataque surpresa massivo, em que forças alemãs avançaram rapidamente, capturando vastos territórios e cercando tropas soviéticas, mas enfrentaram crescente resistência, dificuldades logísticas e condições climáticas adversas.

  • A Operação Barbarossa terminou oficialmente em janeiro de 1942, quando as forças alemãs, exaustas e malpreparadas para o inverno, foram detidas nos arredores de Moscou e forçadas a recuar devido a uma contraofensiva soviética.

  • A falha da Operação Barbarossa resultou em uma guerra prolongada na Frente Oriental, drenando recursos alemães, mobilizando a União Soviética para um esforço total de guerra, causando imenso sofrimento humano, e mudando o curso da Segunda Guerra Mundial ao solidificar a aliança entre a União Soviética e os Aliados Ocidentais.

Antecedentes históricos da Operação Barbarossa

A Operação Barbarossa, iniciada em 22 de junho de 1941, foi a maior invasão militar da história, desencadeada pela Alemanha Nazista contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Para entender os antecedentes dessa operação, é essencial considerar o contexto político e militar da Europa nas décadas de 1920 e 1930.

Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Alemanha foi severamente punida pelo Tratado de Versalhes, o que resultou em instabilidade econômica e política. A ascensão de Adolf Hitler ao poder em 1933 marcou o início de um período de agressiva expansão militar e territorial por parte da Alemanha. Hitler tinha um profundo ódio pelo comunismo e pela União Soviética, considerando o país como seu maior inimigo ideológico. Além disso, ele via o território soviético como uma área indispensável para a expansão do "Lebensraum" (espaço vital), onde os alemães poderiam instaurar uma colônia e explorar recursos.

A assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop em agosto de 1939, um acordo de não agressão entre a Alemanha e a União Soviética, surpreendeu o mundo. Esse pacto permitiu que Hitler invadisse a Polônia sem temer uma intervenção soviética, levando ao início da Segunda Guerra Mundial. No entanto, apesar desse acordo, Hitler nunca abandonou seus planos de invasão à União Soviética. Ele considerava o pacto apenas uma medida temporária para ganhar tempo e fortalecer suas forças armadas.

Outro fator crucial foi a rápida vitória da Alemanha na Frente Ocidental em 1940, onde as forças alemãs derrotaram a França e outros países aliados em um curto período. Esse sucesso deu a Hitler a confiança de que poderia replicar essa velocidade na Frente Oriental. Além disso, o ditador alemão subestimou significativamente a capacidade militar e a resistência da União Soviética, acreditando que uma invasão rápida levaria ao colapso do regime comunista.

Objetivos da Operação Barbarossa

Infantaria alemã durante a Operação Barbarossa. [1]

Os objetivos da Operação Barbarossa eram múltiplos e abrangiam tanto metas ideológicas quanto estratégicas e econômicas. Em primeiro lugar, Hitler desejava a destruição do comunismo e a eliminação da União Soviética como uma entidade política. Ele via o comunismo como uma ameaça existencial à civilização ocidental e, particularmente, à Alemanha Nazista.

Além disso, a conquista do território soviético estava ligada à ideia de "Lebensraum". Hitler acreditava que os alemães precisavam de mais espaço para viver e recursos para sustentar seu crescente império. A vastidão das terras soviéticas, especialmente na Ucrânia, era vista como um celeiro potencial de alimentos e recursos naturais, que poderiam sustentar a Alemanha e suas ambições militares e econômicas.

Outro objetivo era enfraquecer a capacidade militar dos Aliados. Hitler sabia que uma guerra em duas frentes seria desastrosa para a Alemanha, como havia sido na Primeira Guerra Mundial. Ao derrotar a União Soviética, ele esperava consolidar o domínio da Alemanha na Europa e forçar o Reino Unido a buscar a paz, isolando os Estados Unidos e outros potenciais aliados.

Do ponto de vista militar, a Operação Barbarossa visava à destruição rápida das forças armadas soviéticas. O plano era cercar e destruir grandes agrupamentos do Exército Vermelho, evitando uma guerra prolongada de atrito, que poderia desgastar a máquina de guerra alemã.

Estratégias dos alemães para a Operação Barbarossa

A estratégia alemã para a Operação Barbarossa foi meticulosamente planejada e baseada em princípios de guerra relâmpago (Blitzkrieg), que já haviam se mostrado eficazes na Europa Ocidental. A ideia central era um ataque rápido e decisivo, utilizando forças mecanizadas para penetrar profundamente no território inimigo, isolando e destruindo grandes formações do Exército Vermelho.

A operação foi dividida em três grandes grupos de exércitos, cada um com objetivos específicos. O Grupo de Exércitos Norte tinha como missão avançar através dos Estados Bálticos e capturar Leningrado. O Grupo de Exércitos Centro visava ao avanço através da Bielorrússia em direção a Moscou, o coração político e econômico da União Soviética. O Grupo de Exércitos Sul deveria avançar pela Ucrânia, capturando Kiev e avançando em direção aos campos petrolíferos do Cáucaso.

Cada grupo de exércitos consistia em várias divisões de infantaria, blindados e unidades aéreas. As forças blindadas, ou Panzergruppen, eram a ponta de lança da invasão, destinadas a penetrar profundamente no território soviético, cercando e destruindo as forças inimigas antes que pudessem organizar uma defesa eficaz.

A Luftwaffe (força aérea alemã) também desempenhou um papel crucial, fornecendo apoio aéreo próximo às tropas terrestres, atacando infraestrutura crítica e alvos militares, e tentando obter superioridade aérea sobre os soviéticos. A coordenação entre forças terrestres e aéreas era essencial para o sucesso da Blitzkrieg.

Como aconteceu a Operação Barbarossa?

Avanço alemão sobre o território da União Soviética no contexto da Operação Barbarossa. [2]

A Operação Barbarossa começou nas primeiras horas da manhã de 22 de junho de 1941. Mais de três milhões de soldados do Eixo, acompanhados por milhares de tanques e aviões, cruzaram a fronteira soviética em um ataque surpresa. O ataque inicial foi devastador, pegando as forças soviéticas desprevenidas e infligindo pesadas perdas.

Nos primeiros meses, os alemães avançaram rapidamente, capturando vastos territórios e cercando grandes contingentes do Exército Vermelho. As batalhas de cerco em Minsk e Kiev resultaram na captura de centenas de milhares de soldados soviéticos, enquanto as forças alemãs se aproximavam de seus objetivos estratégicos.

No entanto, a resistência soviética começou a endurecer. A vastidão do território, as difíceis condições climáticas e a resiliência das tropas soviéticas, muitas vezes lutando até a morte, começaram a desacelerar o avanço alemão. Além disso, as linhas de suprimento alemãs estavam esticadas ao máximo, complicando a logística necessária para sustentar a ofensiva.

A chegada do inverno russo em novembro de 1941 também desempenhou um papel crucial. As temperaturas extremamente baixas, combinadas com a falta de preparação das tropas alemãs para o inverno, resultaram em grandes dificuldades. Os tanques e veículos motorizados frequentemente falhavam devido ao frio, e os soldados alemães sofreram com o congelamento e a falta de roupas adequadas.

Fim da Operação Barbarossa

Apesar das enormes conquistas territoriais, a Operação Barbarossa não conseguiu alcançar seus principais objetivos. Em dezembro de 1941, o avanço alemão foi finalmente detido nos arredores de Moscou. Uma contraofensiva soviética, liderada pelo General Georgy Zhukov, empurrou as forças alemãs de volta, marcando o fim do avanço inicial.

A Operação Barbarossa terminou oficialmente em janeiro de 1942, quando ficou claro que a estratégia de Blitzkrieg havia falhado em derrotar rapidamente a União Soviética. As forças alemãs estavam exaustas, mal equipadas para o inverno e enfrentando uma resistência soviética cada vez mais organizada e determinada.

Veja também: Batalha de Stalingrado — detalhes da maior batalha travada entre alemães e soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial

Consequências da Operação Barbarossa

A falha da Operação Barbarossa teve consequências profundas para a Alemanha Nazista e para a Segunda Guerra Mundial como um todo. Primeiramente, a Alemanha se viu presa em uma longa e extenuante guerra de atrito na Frente Oriental, consumindo enormes recursos humanos e materiais. Essa guerra drenou a capacidade alemã de sustentar outras frentes de batalha e contribuiu significativamente para o colapso final do Terceiro Reich.

Para a União Soviética, a invasão foi um desastre inicial, mas também um catalisador para a mobilização total da sociedade e da economia soviética para o esforço de guerra. Sob a liderança de Josef Stalin, a União Soviética conseguiu reorganizar suas forças armadas, mover indústrias críticas para o leste, longe da linha de frente, e eventualmente virar a maré contra os alemães.

A Operação Barbarossa também teve um impacto significativo nas populações civis. Milhões de pessoas foram mortas, deslocadas ou submetidas a condições de extrema privação. A brutalidade do conflito, incluindo os massacres e genocídios cometidos pelos nazistas em territórios ocupados, deixou cicatrizes profundas que perduram até hoje.

Finalmente, a falha da Operação Barbarossa alterou o curso da Segunda Guerra Mundial. Ela solidificou a aliança entre a União Soviética e os Aliados Ocidentais, que viram na resistência soviética uma oportunidade de enfraquecer a Alemanha Nazista. A guerra na Frente Oriental se tornou um dos principais teatros do conflito, culminando na eventual derrota da Alemanha e na divisão da Europa durante a Guerra Fria.

A Operação Barbarossa, com seus imensos custos humanos e materiais, permanece um dos episódios mais estudados e discutidos da Segunda Guerra Mundial, simbolizando tanto a ambição desmedida quanto a falibilidade dos planos de guerra nazistas.

Exercícios resolvidos sobre a Operação Barbarossa

Questão 1

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha Nazista lançou a Operação Barbarossa contra a União Soviética. Esse evento foi influenciado por uma série de fatores históricos e estratégicos. Entre esses fatores, destacam-se a ideologia nazista e os objetivos de guerra estabelecidos por Adolf Hitler. Qual dos seguintes objetivos NÃO estava diretamente relacionado à Operação Barbarossa?

A) Conquista de territórios para expandir o "Lebensraum" alemão.

B) Eliminação da ameaça comunista representada pela União Soviética.

C) Vingança pela invasão soviética da Polônia em 1939.

D) Acesso aos recursos naturais abundantes da União Soviética.

E) Isolamento das potências aliadas na Europa Ocidental.

Resolução:

Alternativa E.

A Operação Barbarossa foi motivada principalmente pela ideologia nazista de expansão territorial (Lebensraum), pela eliminação do comunismo e pelo acesso aos recursos naturais da União Soviética. Isolar as potências aliadas na Europa Ocidental não era um objetivo direto dessa operação.

Questão 2

A estratégia alemã durante a Operação Barbarossa envolveu o uso intensivo da Blitzkrieg para alcançar objetivos rápidos e decisivos contra a União Soviética. Essa estratégia foi implementada em três frentes principais, cada uma com objetivos específicos. Qual das seguintes cidades não foi um dos principais objetivos estratégicos da Operação Barbarossa?

A) Moscou.

B) Leningrado.

C) Kiev.

D) Stalingrado.

E) Varsóvia.

Resolução:

Alternativa E.

Durante a Operação Barbarossa, as cidades de Moscou, Leningrado e Kiev foram alvos estratégicos significativos para as forças alemãs. Stalingrado se tornaria crucial mais tarde na guerra, mas não foi inicialmente um objetivo principal da operação. Varsóvia não era um objetivo estratégico direto durante a invasão da União Soviética pela Alemanha Nazista.

Créditos de imagem

[1] Johannes Hähle / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Schröter / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX (1914 – 1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

MASSON, Philippe. A Segunda Guerra Mundial: História e estratégias. São Paulo: Contexto, 2010.

Publicado por Tiago Soares Campos

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