Proletariado

A palavra proletariado deriva de proletário, que tem origem no latim advindo do antigo Império Romano. Os proletários eram os homens sem posses, que tinham seus filhos (sua prole, daí a origem da palavra proletário) como única coisa a oferecer ao Império para que servissem no exército imperial.

No século XIX, o termo foi ressignificado. O filósofo e sociólogo alemão Karl Marx utilizou o termo proletariado tal como entendemos hoje: o trabalhador assalariado, pobre, que tende a permanecer nessa condição por causa do pouco que recebe.

Leia também: Marxismo – doutrina filosófica e política criada por Marx e Engels

Significado de proletariado no dicionário

Segundo o dicionário Aurélio Online, proletariado significa:

  1. A classe dos proletários;
  2. Estado ou condição de proletário;
  3. Camada social formada de indivíduos que se caracterizam por sua qualidade permanente de assalariados e por seus modos de vida, atitudes e reações decorrentes de tal situação.
O filme “Tempos Modernos”, dirigido e estrelado por Charles Chaplin, mostra a vida de um típico proletário.

Sinônimos de proletariado

Podemos eleger algumas palavras como sinônimos de proletariado. Dentre elas estão:

  • trabalhador,
  • operariado,
  • trabalhador fabril,
  • pobre.

Como aponta o dicionário Aurélio, além da condição de assalariado (que depende de seu salário para sobreviver), o proletariado também é identificado por seus hábitos e atitudes, normalmente atribuídas a pessoas de baixa renda.

Antônimo de proletariado

O melhor antônimo do termo proletariado pode ser retirado da obra de Marx: burguesia. Porém, não foi o filósofo alemão que inventou a palavra, ela era utilizada desde o fim da Idade Média para designar a classe comerciante, em sua maioria rica, que advinha dos burgos, antigas zonas de comércio nas cidades medievais.

Os burgueses cresceram economicamente com o comércio, fundaram os primeiros bancos e, na Revolução Industrial, passaram a ser os donos das indústrias e, por essa razão, empregavam os proletários. Também podemos usar como antônimo de proletário a palavra patrão.

Proletários em uma antiga fundição de ferro francesa.

Como surgiu o proletariado?

Para além da origem do termo no Império Romano Antigo, nós podemos encontrar a origem do proletariado ainda na Idade Média entre as pessoas pobres e exploradas pelo sistema da época. No período feudal, os nobres eram aqueles que tinham terras, eles eram os senhores feudais, donos de feudos na Europa. Eles, por sua vez, possuíam servos, que trabalhavam para eles dentro dos feudos em troca de alimentação e moradia.

Além dessas classes, dentro dos feudos, ainda existiam os camponeses, que plantavam e criavam animais. Esses trabalhadores eram obrigados a pagar impostos e a servir o seu senhor em troca do direito de utilização da terra e da proteção.

Quando os feudos unificaram-se em reinos e, mais tarde, em Estados Nacionais, houve uma tendência a certa manutenção da ordem social vigente: os pobres continuaram pobres, e os ricos, como sempre, ricos. As cortes mantinham a nobreza, detentora de títulos e terras, vivendo no luxo, enquanto os descendentes dos servos e dos camponeses continuavam na mesma situação de seus ancestrais.

Com a ascensão da burguesia e o crescimento das cidades, entre os séculos XVIII e XIX, muitos camponeses abandonaram a difícil vida no campo para tentar um emprego na cidade. Chegando lá, sobretudo nas regiões industriais da Inglaterra, os antigos camponeses eram empregados nas fábricas pertencentes aos burgueses, dando, assim, início à classe proletária.

Quais as condições de vida do proletariado?

Desde o século XIX, as condições de vida do proletariado são as piores possíveis. Muitos avanços foram conquistados por meio da luta dos sindicatos, reconhecendo direitos dos trabalhadores em muitos lugares do mundo. No entanto, a desigualdade social, a exploração e a pobreza do proletariado permanecem.

No século XIX, a situação dos trabalhadores ingleses de fábricas foi assistida e denunciada por Karl Marx e Friedrich Engels (jornalista e companheiro intelectual de Marx). Os trabalhadores tinham jornadas exaustivas, com, no mínimo, 12 horas por dia de trabalho quase direto e facilmente chegavam a 15, 16 e às vezes até 17 horas diárias. Não havia descanso semanal remunerado e, muito menos, férias aos trabalhadores. O salário era tão curto que mal dava para eles comprarem comida e pagarem pela moradia.

A alimentação do proletariado era baseada no carboidrato mais barato na Inglaterra: a batata. Geralmente, eles tomavam sopas de batatas às vezes com a possibilidade de uma proteína advinda da pele de porco.

As mulheres não tinham direito à licença maternidade, muitas vezes davam à luz nas fábricas, e não existia licença por questões de saúde. A conta era simples: a remuneração era diária. A pessoa trabalhou no dia, tinha direito a receber o mísero salário. Não trabalhou, não recebia.

Crianças também trabalhavam desde novinhas, às vezes com cinco ou seis anos de idade, o que incentivava as pessoas a procriarem para colocarem as crianças para trabalhar e aumentar a renda familiar.

Outra coisa, talvez a mais cruel: não havia um sistema de previdência. A expectativa de vida não era muito alta, e o proletariado chegava a um estado de saúde que simplesmente os incapacitava de trabalhar depois de anos de abusos físicos nas fábricas. Qual era a saída? Depender dos filhos.

Aquela palavra proletariado que no Império Romano designava as pessoas que tinham somente a sua prole voltava a fazer sentido. Ter muitos filhos era uma suposta garantia de ter cuidados durante a velhice.

Veja também: Consciência de classe – união da classe trabalhadora motivada pelo fim da exploração

Os trabalhadores chineses e de outros países em desenvolvimento com poucas leis trabalhistas são os proletários mais explorados atualmente. [1]

Ditadura do proletariado

Segundo Karl Marx e Friedrich Engels, o proletariado, por ser uma maioria numérica, teria uma imensa capacidade oculta de revoltar-se contra a opressão burguesa e obter êxito. Para os pensadores, se os trabalhadores unissem-se, eles poderiam rebelar-se contra o sistema de exploração e tomar os meios de produção (tomar as fábricas).

O intuito seria criar um sistema socialista a princípio, denominado ditadura do proletariado, que instituiria um sistema político em que toda a propriedade privada seria estatizada. Fora da propriedade pessoal (casa e meios de trabalho individuais), tudo seria estatizado.

O governo socialista deveria ser um governo forte, uma verdadeira ditadura, que deveria durar o suficiente para acabar com a diferença de classes sociais. A partir do momento em que não existissem mais classes sociais, o governo socialista ditador poderia ser dissolvido, dando lugar a um governo comunista.

Crédito da imagem

[1] humphery / Shutterstock

Publicado por Francisco Porfírio
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