Sexismo

O sexismo é uma ideologia que perpetua a discriminação e a desigualdade entre os gêneros. A disparidade salarial que ocorre entre homens e mulheres é um exemplo de sexismo.
As atitudes sexistas podem ser sutis ou explícitas.

Sexismo é uma ideologia que perpetua a discriminação e desigualdade entre os gêneros, baseada na crença da superioridade de um gênero sobre o outro. Essa ideologia se manifesta em diversas esferas da sociedade, como no ambiente de trabalho e nas relações pessoais. Estatísticas globais evidenciam a persistência do sexismo, como a disparidade salarial e a menor representação feminina em cargos de liderança.

Existem diferenças sutis entre sexismo, machismo e misoginia. O sexismo refere-se a atitudes que promovem a discriminação de gênero, enquanto o machismo é uma forma de sexismo que valoriza a superioridade masculina. A misoginia, por sua vez, é o ódio ou desprezo pelas mulheres.

Para combater o sexismo é necessário aplicar medidas como a implementação de leis antidiscriminatórias, políticas públicas de equidade de gênero e programas educacionais que promovam a igualdade desde cedo. É importante reconhecer e desafiar comportamentos sexistas para desmantelar as estruturas que sustentam a desigualdade de gênero.

Leia também: O que é misoginia?

Resumo sobre sexismo

  • Sexismo é uma ideologia que perpetua a discriminação e desigualdade entre gêneros, baseada na crença da superioridade de um gênero sobre o outro.
  • O sexismo se manifesta em várias esferas, incluindo o ambiente de trabalho e relações pessoais, sustentando a dominação masculina.
  • Pierre Bourdieu argumenta que o sexismo está enraizado nas estruturas sociais e culturais, perpetuando a dominação masculina.
  • Judith Butler sugere que o gênero é uma performance social e que o sexismo reforça normas rígidas que limitam a expressão individual.
  • Por causa do sexismo mulheres enfrentam disparidades salariais, menor representação em cargos de liderança e violência de gênero.
  • As atitudes sexistas podem ser sutis ou explícitas, incluindo comentários depreciativos e práticas discriminatórias.
  • Sexismo é discriminação de gênero, machismo é uma forma específica de sexismo que valoriza a superioridade masculina, e misoginia é o ódio às mulheres, uma forma mais extrema de sexismo.
  • Os comportamentos sexistas incluem piadas, tratamento desigual e desvalorização das contribuições femininas.

O que é sexismo?

O sexismo é uma ideologia que perpetua a discriminação e a desigualdade entre os gêneros, baseando-se na crença de que um gênero é inerentemente superior ao outro. Essa visão se manifesta em diversas esferas da sociedade, desde o ambiente de trabalho até as relações pessoais. O sociólogo Pierre Bourdieu, em sua obra A Dominação Masculina, argumenta que o sexismo está enraizado nas estruturas sociais e culturais, perpetuando a dominação masculina e a subordinação feminina.

Judith Butler, filósofa e teórica de gênero, também contribui para a compreensão do sexismo ao discutir como os papéis de gênero são construídos socialmente. Em Problemas de Gênero, Butler sugere que o gênero é uma performance, e o sexismo reforça normas rígidas que limitam a expressão individual. Essa perspectiva nos ajuda a entender como o sexismo não é apenas uma questão de atitudes individuais, mas um fenômeno estrutural.

Estatísticas globais revelam a persistência do sexismo: mulheres frequentemente enfrentam disparidades salariais, menor representação em cargos de liderança e violência de gênero. Segundo a ONU Mulheres, apenas 25% dos cargos parlamentares no mundo são ocupados por mulheres, evidenciando a desigualdade de gênero em posições de poder.

Exemplos de atitudes sexistas

Atitudes sexistas podem ser sutis ou explícitas, manifestando-se em comentários depreciativos, piadas de mau gosto ou práticas discriminatórias. No ambiente de trabalho, por exemplo, mulheres podem ser vistas como menos competentes ou capazes do que seus colegas homens, um fenômeno que Bourdieu descreve como parte da "violência simbólica" que sustenta a dominação masculina.

Mulheres podem ser vistas como menos competentes ou capazes do que seus colegas homens em ambientes de trabalho.

Além disso, o sexismo se manifesta nas expectativas sociais em relação aos papéis de gênero. Judith Butler destaca como as normas culturais impõem comportamentos específicos para homens e mulheres, limitando suas oportunidades e escolhas. Essa imposição pode ser vista em áreas como a educação, onde meninas são desencorajadas a seguir carreiras em ciências e tecnologia, perpetuando desigualdades.

Estudos mostram que atitudes sexistas têm impactos negativos não apenas para as mulheres, mas para a sociedade como um todo. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que a igualdade de gênero no mercado de trabalho poderia aumentar o PIB global em trilhões de dólares, destacando a importância de combater o sexismo para o progresso econômico e social.

Veja também: O que o feminismo defende?

Tipos de sexismo

O sexismo pode ser dividido em várias categorias, incluindo o sexismo hostil e o sexismo benevolente. O sexismo hostil é caracterizado por atitudes abertamente negativas e preconceituosas em relação a mulheres, enquanto o sexismo benevolente, embora aparentemente positivo, reforça estereótipos tradicionais de gênero. Este último tipo pode parecer inofensivo, mas contribui para a manutenção das desigualdades de gênero.

Bourdieu argumenta que ambos os tipos de sexismo são formas de dominação simbólica, perpetuando a hierarquia de gênero. Butler, por sua vez, sugere que esses comportamentos são performances de gênero que reforçam normas sociais restritivas. Ao reconhecer e desafiar essas formas de sexismo, podemos trabalhar para desmantelar as estruturas que sustentam a desigualdade de gênero.

O sexismo benevolente reforça estereótipos tradicionais de gênero.

A conscientização sobre os diferentes tipos de sexismo é crucial para promover a igualdade de gênero. Campanhas educacionais e políticas públicas que abordem essas questões podem ajudar a criar uma sociedade mais justa e equitativa, onde todos os indivíduos possam expressar seu potencial sem as limitações impostas por normas de gênero ultrapassadas.

Diferenças entre sexismo, machismo e misoginia

As diferenças entre sexismo, machismo e misoginia são sutis, mas importantes para entender as diversas formas de discriminação de gênero. O sexismo refere-se a atitudes, condições ou comportamentos que promovem a discriminação com base no gênero, geralmente em detrimento das mulheres. É uma ideologia que sustenta a desigualdade de gênero e pode se manifestar de forma estrutural ou individual.

O machismo é uma forma específica de sexismo que promove a ideia de superioridade masculina. É uma atitude cultural que valoriza comportamentos e características tradicionalmente associados aos homens, muitas vezes em detrimento das mulheres. São exemplos as crenças de que homens são naturalmente líderes melhores ou que devem ser os provedores principais da família. Também inclui a desvalorização das emoções ou habilidades das mulheres.

A misoginia é o ódio, desprezo ou preconceito contra as mulheres. É uma forma mais extrema de sexismo que se manifesta em atitudes e comportamentos hostis em relação às mulheres. São expressões de misoginia comentários ou ações que objetificam ou desumanizam as mulheres, violência de gênero e assédio sexual.

Como identificar comportamentos sexistas?

Para identificar comportamentos sexistas, é importante estar atento a certas atitudes e práticas que perpetuam a desigualdade de gênero. Vale observar comentários ou piadas que ridicularizam ou diminuem um gênero em relação ao outro. Esses comentários frequentemente reforçam estereótipos de gênero e podem ser prejudiciais, mesmo quando feitos de forma descontraída ou como uma brincadeira.

Além disso, é importante cuidar das diferenças no tratamento de pessoas com base em seu gênero, como expectativas diferentes para homens e mulheres em ambientes de trabalho ou sociais. Isso pode incluir desde a distribuição desigual de tarefas até a avaliação injusta de desempenho.

O sexismo é perpetuado por comportamentos que desvalorizam as contribuições femininas nas situações em que as contribuições ou ideias de mulheres são ignoradas, minimizadas ou atribuídas a homens. Isso é comum em reuniões de trabalho, onde as vozes femininas podem ser silenciadas ou desconsideradas.

Por fim, práticas como o assédio sexual e o comportamento inapropriado, que criam um ambiente hostil ou intimidador para um gênero específico, são claros exemplos de sexismo. Isso pode incluir comentários inapropriados, toques não desejados ou avanços sexuais indesejados.

Como combater o sexismo?

É necessário implementar leis e políticas públicas que promovam a equidade de gênero para combater o sexismo.

Para combater o sexismo de forma eficaz, é necessário implementar uma série de medidas e estratégias que abordem tanto as atitudes individuais quanto as estruturas sociais que perpetuam a desigualdade de gênero. Primeiramente, o combate ao sexismo deve ser realizado por meio de leis e políticas públicas.

A legislação antidiscriminatória fortalece e implementa leis que proíbam a discriminação de gênero em todos os setores, incluindo o local de trabalho, a educação e a saúde. Isso também envolve garantir que as vítimas de sexismo tenham acesso a mecanismos eficazes de denúncia e proteção. Além disso, desenvolver políticas que promovam a equidade de gênero, como a igualdade salarial, a licença parental compartilhada e a representação equitativa em cargos de liderança.

A conscientização continua por meio da educação. Devemos implementar programas educacionais que abordem questões de gênero desde cedo, promovendo a igualdade e o respeito mútuo. Isso inclui a revisão de currículos escolares para incluir estudos de gênero e a capacitação de professores para lidar com questões de sexismo em sala de aula.

Saiba mais: Existe diferença entre o assédio e o abuso sexual?

Sexismo é crime?

O sexismo, por si só, não é tipicamente classificado como um crime em muitos sistemas jurídicos. No entanto, comportamentos e ações que resultam de atitudes sexistas podem, sim, ser considerados crimes, dependendo do contexto e das leis locais. 

Fontes

BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, Judith. Quadros de Guerra: Quando a Vida é Passível de Luto?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

BUTLER, Judith. Corpos em Aliança e a Política das Ruas: Notas para uma Teoria Performativa de Assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

Publicado por Rafael Pereira da Silva Mendes

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