Bócio
Bócio, também conhecido como papo, é um termo utilizado para se referir ao aumento do volume da glândula tireoide. Diferentes causas estão envolvidas com o seu desenvolvimento, sendo uma das mais conhecidas a baixa ingestão de iodo na alimentação. Esse nutriente é importante, pois está relacionado com a síntese dos hormônios produzidos pela tireoide.
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Resumo sobre bócio
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É um termo usado para se referir ao aumento da glândula tireoide.
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Pode ser classificado em simples ou tóxico, endêmico ou esporádico, e difuso ou nodular.
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Pode ser percebido devido ao aumento na região do pescoço.
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Seu diagnóstico inclui a palpação da glândula durante o exame físico.
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Seu tratamento pode ser feito com uso de medicamentos, cirurgia ou iodo radioativo.
O que é o bócio?
O bócio se refere a um aumento do volume da tireoide, sendo o termo utilizado independentemente da etiologia ou fisiopatologia desse aumento. Diferentemente do que muitos pensam, a presença de bócio nem sempre está relacionada com a disfunção hormonal glandular. O bócio é popularmente conhecido como papo, devido ao aumento do volume na região do pescoço.
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A tireoide
A tireoide é uma glândula importante do nosso organismo, a qual é responsável pela síntese de hormônios como a tiroxina e a triiodotironina, conhecidas, respectivamente, como T4 e T3. Esses hormônios atuam em diferentes funções do nosso organismo, sendo essenciais para a manutenção do metabolismo em todas as nossas células. A glândula tireoide é formada por dois lobos, os quais se dispõem de cada lado da traqueia e são conectados por um istmo. Caso queira saber mais sobre essa importante glândula do nosso corpo, leia nosso texto: Tireoide.
Causas do bócio
O bócio pode apresentar diferentes causas, como: deficiência de iodo, falhas genéticas de enzimas da hormoniogênese, alterações hormonais durante a gravidez e puberdade, uso de drogas que inibem a utilização de iodo, e ingestão de substâncias bociogênicas (que interferem na síntese de hormônios tireoidianos) na dieta.
Apesar de a deficiência de iodo ser uma das causas mais conhecidas, atualmente ela é rara em nosso país. Isso se deve ao fato de que, no Brasil, existe a obrigatoriedade de suplementação de iodo no sal de cozinha. Vale salientar que o bócio, muitas vezes, está associado ao hipotireoidismo ou hipertireoidismo, entretanto, segundo o Departamento de Tireoide da SBEM, a associação não é necessária ou obrigatória.
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Qual a relação entre o iodo e o bócio?
O bócio está relacionado com o iodo, pois esse mineral é essencial para a síntese dos hormônios tireoidianos (T3 e T4). Quando o iodo não está presente em quantidades adequadas em nosso organismo, há uma queda na produção hormonal. Com isso, observa-se um estímulo excessivo da tireoide pelo Hormônio Estimulador da Tireoide (TSH), na tentativa de proporcionar uma maior produção de hormônios, e, com isso, verifica-se o aumento da glândula.
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Tipos de bócio
O bócio pode ser classificado de diferentes formas. Usando o critério fisiológico, por exemplo, ele pode ser classificado em:
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Simples ou atóxico: não se observa a hiperfunção da glândula tireoide.
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Tóxico: observa-se uma produção excessiva de hormônios pela tireoide.
Segundo o critério epidemiológico, o bócio pode ser classificado em:
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Endêmico: desenvolve-se devido à carência de iodo na alimentação.
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Esporádico: não se relaciona com a deficiência de iodo.
De acordo com o formato, o bócio pode ser classificado, ainda, em:
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Difuso: não apresenta nódulos; pode ocorrer quando há deficiência de iodo ou quando há disfunções na tireoide.
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Nodular: apresenta nódulos; pode ser classificado em uninodular, quando possui apenas um nódulo, ou multinodular, quando possui mais de um nódulo.
Sintomas do bócio
O bócio apresenta como sintoma mais marcante o aumento do volume da tireoide, que pode ser percebido devido a um aumento na região do pescoço. Essa condição pode dificultar, por exemplo, na colocação de um colar ou na hora de vestir alguma roupa, e é frequentemente percebida pelo próprio paciente ou por pessoas próximas a ele. Além disso, o aumento da tireoide pode comprimir outros órgãos, provocando, por exemplo, dificuldades para engolir alimentos sólidos e para respirar.
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Diagnóstico do bócio
O bócio pode ser diagnosticado por meio do exame clínico, no qual o médico realizará a palpação da glândula. Exames complementares podem ser solicitados, como a ultrassonografia, que permite avaliar o tamanho e as características do bócio, e exames de sangue, como a dosagem do TSH, que ajudará a avaliar se a tireoide está funcionando adequadamente.
Tratamento do bócio
O tratamento do bócio é individualizado, sendo importante que o médico, antes de iniciá-lo, analise qual tipo de bócio o paciente apresenta e se a tireoide está ou não funcionando de maneira adequada. As metodologias disponíveis para tratamento do bócio atualmente incluem o uso de medicamentos, a realização de cirurgias e a terapia com iodo radioativo. Pessoas que apresentam deficiência de iodo devem fazer a reposição desse mineral.