Mielite transversa
A mielite transversa é uma doença rara que afeta a medula espinhal, um importante componente do sistema nervoso central, desencadeando problemas como paralisia e alterações sensitivas. Apresenta diferente causas, sendo relacionada frequentemente com infecções provocadas por vírus e bactérias.
Muitas vezes a doença é associada com a vacinação, entretanto, não há estudos que estabeleçam essa relação de causa e efeito. Recentemente, a mielite transversa ganhou os noticiários internacionais ao ser associada a uma possível reação a uma vacina contra COVID-19 em desenvolvimento.
A doença acomete pessoas de todas as idades, entretanto, a incidência é maior nos grupos etários dos 10-19 e 30-39 anos. A mielite transversa é considerada rara, com um a quatro novos casos por milhão de pessoas a cada ano. A pessoa que teve mielite transversa pode recuperar-se totalmente, não apresentando nenhuma sequela, porém, em alguns casos, as sequelas são permanentes. O tratamento da doença envolve uso de medicamentos e também técnicas não medicamentosas, como fisioterapia.
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O que é mielite transversa?
A mielite transversa pode ser definida como uma inflamação que pode afetar diferentes segmentos da medula espinhal. A medula espinhal é um dos componentes do sistema nervoso central, podendo ser definida como uma porção alongada de tecido nervoso localizada no interior da coluna vertebral.
A medula está relacionada com o tráfego de informações entre o corpo e o encéfalo e vice e versa, além de relacionar-se com a movimentação e a geração de reflexos. Problemas que afetam a medula espinhal podem ser extremamente graves, desencadeando, por exemplo, alterações nos reflexos superficiais, perda do controle esfincteriano e dos movimentos dos membros.
Na mielite transversa, o acometimento da medula espinhal desencadeia diferentes sintomas que variam de uma pessoa para a outra, a depender do acometimento do medula. Em cerca da metade dos casos, a recuperação da doença é completa, ocorrendo de forma espontânea em um período de semanas a meses.
Causas da mielite transversa
A mielite transversa não apresenta uma causa bem definida, entretanto, parece estar relacionada com infecções causadas por bactérias e vírus, como sarampo, rubéola e infecção pelo HIV. Além disso, a mielite transversa está relacionada com alterações vasculares, doenças autoimunes e neoplasias. Pode ser também a primeira manifestação de doenças desmielinizantes, como a esclerose múltipla.
É importante deixar claro que existem relatos da mielite transversa pós-vacinal, mas que essa relação causa-efeito ainda não foi comprovada. Quando a mielite transversa não apresenta causa definida, recebe a denominação de idiopática.
Sintomas da mielite transversa
A mielite transversa provoca déficit motor, sensitivo ou autônomo e apresenta como sintomas mais comuns dores nas costas, dores musculares, paralisia parcial dos membros inferiores, paralisia muscular, formigamento nos pés, distúrbios sensoriais e disfunção evacuatórias e/ou miccionais, como retenção urinária e incontinência fecal.
Esses sintomas podem aparecer rapidamente, dentro de poucas horas, ou demorar semanas. A progressão rápida dessa doença está associada a uma menor chance de recuperação total.
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Diagnóstico e tratamento da mielite transversa
O diagnóstico da mielite transversa baseia-se na exclusão dos problemas que poderiam desencadear os mesmos sintomas. A utilização de ressonância magnética exerce um papel importante nesse processo, garantindo a exclusão, por exemplo, de compressão medular.
Não há, até o momento, um consenso para o tratamento da mielite transversa. Alguns estudos sugerem, no entanto, que o uso de metilprednisolona endovenosa pode reduzir o tempo da doença e minimizar seus efeitos quando feito em pacientes com as formas mais graves dela. Outros estudos, no entanto, contradizem a informação.
É importante também tratar a causa, caso o problema em questão esteja associado a alguma doença, e os sintomas utilizando, por exemplo, medicamentos para dor. Fisioterapia é também recomendada nesses casos. Vale destacar que, muitas vezes, a recuperação é completa, não restando nenhuma sequela da doença no paciente.