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Crise energética no Brasil

O Brasil passa por uma grave crise energética. As causas dessa crise estão atreladas aos fatores políticos, econômicos e ambientais que permeiam a sociedade brasileira.
O Brasil passa por uma grave crise energética no ano de 2021.
O Brasil passa por uma grave crise energética no ano de 2021.

A crise energética do Brasil é marcada por fatores políticos, econômicos e ambientais, que estão diretamente relacionados com a dificuldade do país em manter o seu abastecimento de energia. O ano de 2021 foi marcado pela escassez de chuvas em grande parte do território brasileiro. Logo, há uma dificuldade em manter a produção de energia do país, que ainda é muito dependente de hidrelétricas. Ademais, a falta de investimentos no setor energético culminou na crise atual, considerada tão grave como o apagão de 2001.

Uma crise energética é um momento de dificuldade de abastecimento de energia. Ela gera consequências como a deterioração da economia e o aumento de custos para o consumidor. Mediante esse cenário, o poder público tem adotado algumas medidas para incentivar a diminuição do consumo de energia pelos brasileiros.

Leia também: O que é bioenergia?

Resumo sobre a crise energética no Brasil

  • Uma crise energética está relacionada com um período de extrema dificuldade de garantir a segurança do abastecimento de energia para uma população.
  • A crise atual de energia no Brasil tem como um dos motivos centrais a elevada dependência do país de fontes hidráulicas de produção energética.
  • Houve ainda uma falta de planejamento estratégico e de investimentos públicos no setor de energia brasileiro ao longo dos últimos anos.
  • As medidas adotadas pelo governo para conter a crise energética atual estão voltadas para a redução voluntária do consumo de energia pela população.
  • O Brasil passou por outra grande crise energética em 2001, conhecida como apagão de 2001, que resultou em muitas perdas econômicas para o país.
  • As consequências da atual crise energética brasileira envolve o aumento do custo de vida para a população e a deterioração da economia do país.

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O que é uma crise energética?

Uma crise energética é um momento temporal de dificuldade de abastecimento de energia. Normalmente, as crises que têm como centralidade a questão energética estão diretamente relacionadas com a capacidade do poder público em garantir o abastecimento de energia para a população.

As crises energéticas envolvem vários motivos — políticos, econômicos e ambientais — e estão, no geral, atreladas à falta de recursos disponíveis para a produção de energia. Uma crise energética desencadeia várias outras crises, em especial no campo econômico, uma vez que o abastecimento de energia é primordial para o desenvolvimento das atividades produtivas.

Motivos da crise energética no Brasil

A crise energética de 2021 tem um conjunto de motivações, as quais estão ligadas a questões políticas, econômicas e ambientais. Primeiramente, destaca-se a elevada dependência da matriz hidráulica, ou seja, da água para a produção de energia elétrica. A matriz energética, mesmo com a diversificação concretizada ao longo dos últimos anos, ainda possui uma grande participação da matriz hidráulica, que é extremamente suscetível às condições climáticas.

O Brasil tem registrado, nos últimos anos, médias pluviométricas abaixo dos índices históricos. A seca tem sido uma constante no país, em especial na porção Centro-Sul brasileira. Logo, a crise energética é agravada pela ausência de chuvas em grande parte do território nacional, inclusive nas áreas próximas de grandes usinas hidrelétricas. Sendo assim, há um impacto direto da falta de chuvas nos reservatórios das hidrelétricas, que produzem grande parte da energia elétrica do país.

Foto de uma usina hidrelétrica.
O Brasil ainda é muito dependente da fonte hidráulica para a geração de energia elétrica. [1]

Por sua vez, destaca-se ainda a ausência de planejamento estratégico do poder público no gerenciamento dos reservatórios de água das hidrelétricas. O Brasil não apresentou, nos últimos anos, medidas concretas de investimento em produção e distribuição de energia, assim como na modernização de todo o sistema elétrico. Portanto, o agravamento da crise também está atrelado à passividade do poder público mediante um cenário energético que demanda atenção.

Veja também: Fontes renováveis de energia — fontes energéticas que provocam menos impactos ambientais

Medidas para conter a crise energética no Brasil

A gravidade da crise tem demandado do poder público ações para conter os gastos desnecessários de energia e buscar possibilidades de uso de outras fontes energéticas. Porém, essas medidas ainda são tímidas. A principal delas está relacionada com o acionamento das termelétricas para compensar a energia antes produzidas pelas hidrelétricas. A energia produzida pelas térmicas é considerada muito cara e poluente, ou seja, possui impactos negativos para a esfera ambiental e o cenário econômico.

No mais, outra medida bastante divulgada pelo governo é o aumento da conta de luz, com a inserção de bandeiras tarifárias, inclusive uma bandeira de escassez hídrica. Essa medida impacta diretamente o consumidor, por meio do encarecimento da conta de luz. Ademais, ela também impõe maiores custos de produção e operação para industriais e comerciantes.

Por sua vez, o poder público federal tem investido ainda em campanhas de conscientização da população brasileira como medida para conter a atual crise energética do país. Nesse contexto, destacam-se os pedidos para que haja uma diminuição voluntária do consumo de energia pelos brasileiros. Também há ainda uma previsão de benefícios para consumidores que conseguirem diminuir o seu consumo doméstico.

Por sua vez, o governo pretende ainda incentivar as empresas para que diminuam os gastos com energia elétrica nos horários de maior demanda. Há também um programa específico para a administração pública federal que objetiva diminuir o consumo de energia das repartições dessa esfera. Esse programa prevê uma economia de 10% a 20% nos órgãos federais até meados do próximo ano. Porém, essa medida não vale para estatais.

Crises energéticas ocorridas do Brasil

O Brasil, desde a sua transformação em um país urbano-industrial, passou por uma grande crise energética no ano de 2001. A referida crise possui muitos pontos em comum com o momento atual do cenário energético brasileiro. O chamado apagão de 2001 ficou conhecido como o período temporal de maior crise energética do Brasil. As motivações para essa crise advieram da grande dependência das fontes hidráulicas de produção de energia, assim como da ausência de políticas públicas em recursos energéticos.

Ademais, o ano de 2001 também ficou marcado pela escassez de chuvas no Brasil. Logo, o cenário da crise energética do ano de 2021 é muito próximo da crise do apagão de 2001. A crise energética de 2001 foi superada mediante a adoção de medidas extremas de controle de consumo de energia ao longo de quase um ano, como a diminuição da iluminação pública, o aumento exacerbado das tarifas de energia e a proibição de eventos noturnos.

Mão segurando um palito de fósforo aceso em ambiente escuro.
Os períodos de corte de energia eram recorrentes durante o apagão de 2001.

Quais as consequências da crise energética no Brasil?

As consequências da atual crise energética brasileira remetem a questões econômicas, políticas e sociais, além do cenário ambiental. A ausência de políticas de investimento estatal em energia, assim como o cenário de escassez hídrica vivenciado pelo país resultam em um panorama alarmante que pode gerar grandes perdas para a população.

Primeiramente, destaca-se o aumento dos custos da energia elétrica, tanto para o consumidor doméstico quanto para comerciantes e industriais. O aumento da conta de energia elétrica impacta diretamente no custo de vida dos brasileiros. Por sua vez, é mais um componente que contribui para o aumento da inflação no país.

Em segundo lugar, no âmbito produtivo, o encarecimento da energia elétrica resulta na diminuição da produtividade e da atividade industrial, na elevação dos custos de produção e também no aumento do desemprego. Há ainda o risco de racionamento e apagões, que impactam diretamente as atividades industriais, assim como o cotidiano da população.

Além disso, há a questão política, uma vez que a incapacidade do Brasil em lidar com a crise energética e a fragilidade do sistema de produção de energia do país resultam em uma deterioração da imagem do país no exterior. Esse fator gera ainda uma diminuição de investimentos estrangeiros no país.

Já no âmbito social, destaca-se a perda do poder de compra da população, mediante o maior gasto com energia, que pesa no bolso de grande parte das famílias. O custo da energia é repassado para várias outras atividades econômicas, como alimentação, transporte e serviços em geral.

No mais, a atual crise energética reforça a preocupação com o cenário ambiental, uma vez que a mudança do regime de chuvas no território brasileiro é apontada como uma das consequências das alterações climáticas registradas no globo. O desmatamento, por exemplo, amplamente praticado no país, é um dos impactos ambientais que provocam a mudança no regime de chuvas de uma região.

Crédito da imagem

[1] Maila Facchini / Shutterstock

Publicado por Mateus Campos

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