Se não ou senão
Se não e senão são termos homófonos, ou seja, são foneticamente idênticos, mas têm grafias e significados distintos. “Senão” é uma conjunção que pode ser adversativa ou alternativa, dependendo da função que assume na sintaxe. Já “se não” é uma expressão formada pela conjunção condicional “se” e pelo advérbio de negação “não”, assumindo o sentido de condição imposta.
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Resumo sobre “se não” e “senão”
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“Se não” e “senão” existem na língua portuguesa e são termos homófonos.
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“Se não” é uma expressão com valor de condição e que pode ser substituída por “caso não”.
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Essa locução é formada pela conjunção condicional “se” e o advérbio de negação “não”, implicando o sentido de que se algo acontecer ou não acontecer, outro algo não acontecerá.
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Pode ser formada também pela junção da conjunção integrante “se” e o advérbio de negação “não” a fim de introduzir uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
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“Senão” é uma conjunção adversativa, e pode significar “do contrário”, “caso não”, “a não ser”.
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Pode também assumir sentido de alternância ou ter valor de adição quando substitui “mas também”.
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A depender da sua função na frase, ela pode, ainda, assumir forma de preposição ou de substantivo.
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Como substantivo, assume sentido de “problema”, “falha”, “defeito” etc.
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Como preposição (por acidente), tem sentido de “exceção” e pode ser trocada por “exceto”, “a menos que”, “a exceção de”.
Videoaula: Se não ou senão?
Quando usar “se não”?
A expressão “se não” implica na frase um sentido de condição ou integração, no caso de o “se” ser conjunção integrante e estiver introduzindo uma oração subordinada objetiva direta.
Use “se não” quando puder substituir pelos sinônimos:
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caso não;
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quando não.
Exemplo de “se não” com sentido de “caso não”:
Se não fossem meus pais, não seria quem sou!
Exemplo de “se não” com sentido de “quando não”:
A maioria dos alunos, se não toda a sala, entregou a pesquisa no dia.
Exemplo de “se não” com função de conjunção integrante:
Perguntei aos alunos se não gostariam de fazer um projeto sobre regionalismo para a feira de ciências.
Quando usar “senão”?
“Senão” é uma conjunção que pode implicar adversidade ou alternância na frase. Use “senão” quando puder substituir pelos sinônimos:
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caso contrário;
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do contrário;
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de outro modo;
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a não ser;
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mas sim.
Exemplo de “senão” com sentido de contradição:
Estude bastante, senão não conseguirá aprender o suficiente! (caso contrário, do contrário)
Exemplo de “senão” com sentido de alternância:
Ninguém, senão seu melhor amigo, poderá ajudá-lo a resolver esse problema. (a não ser)
Ainda, tem valor de adição quando substitui “mas também”.
Exemplo de “senão” com sentido de adição:
Depois do resultado, o ambiente não era outro, senão de alegria e festa! (mas sim)
A depender da sua função na frase, “senão” pode também assumir forma de preposição ou de substantivo. Como substantivo, tem sentido de “problema”, “falha”, “defeito” etc.
Exemplo de “senão” como substantivo:
Naquela avaliação não há senão. (defeito)
Como preposição (por acidente), tem sentido de exceção” e pode ser trocado por “exceto”, “a menos que”, “a exceção de”.
Exemplo de “senão” como preposição:
Ela não quis nenhuma boneca, senão aquela da outra loja. (exceto)
Quando usar “senão” e “se não” é facultativo?
Dependendo do contexto e do sentido que se quer tratar nele, pode-se usar tanto “senão” como “se não” numa mesma oração. Isso acontece, principalmente, quando o sentido abordado é o de “do contrário” e especialmente quando é possível subentender um verbo na oração, via elipse ou ocultamento.
Exemplos:
Vamos embora agora, senão (do contrário) perderemos o trem.
Vamos embora agora, se não (formos embora agora) perderemos o trem.
Perceba que, na primeira oração, o sentido de “contrário” está presente e, por isso, o uso de “senão”. Já na segunda oração, estabelece-se um sentido condicional, o que implica o uso de “se não”.