Colonização inglesa na América do Norte
A colonização inglesa na América do Norte foi o processo colonizatório realizado pela Inglaterra na América do Norte. Ocorreu entre os séculos XVI e XVIII e fundou as Treze Colônias na costa leste dos atuais Estados Unidos. Diferentemente de Portugal e Espanha, a Inglaterra entregou a particulares a responsabilidade da colonização, desenvolvendo um modelo próprio, baseado no povoamento, ao norte, e na agricultura de algodão e tabaco, ao sul.
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Resumo sobre a colonização inglesa na América do Norte
- A colonização inglesa na América do Norte foi o processo colonizatório realizado pela Inglaterra na América do Norte.
- Ocorreu entre os séculos XVI e XVIII e fundou as Treze Colônias na costa leste dos atuais Estados Unidos.
- A primeira tentativa de colonização inglesa da América do Norte ocorreu no reinado de Elizabeth I (1533-1603), da Dinastia Tudor.
- O modelo de colonização definitivo foi desenvolvido o reinado de Jaime (1567-1625), na Dinastia Stuart.
- Esse modelo era baseado na concessão da atividade colonizadora a duas empresas, as Companhias de Londres e Plymouth.
- O modelo de colonização criado pela Inglaterra na América do Norte tinha como foco a expansão da civilização inglesa para o continente americano.
- Os habitantes das colônias eram ingleses que emigraram para a América, e nesse grupo havia uma grande diversidade social.
- As colônias são comumente divididas em colônias do norte e colônias do sul. As colônias do sul possuíam clima mais quente em relação às colônias do norte.
- As principais consequências da colonização inglesa da América do Norte foram o estabelecimento das Treze Colônias, sua posterior independência e formação dos Estados Unidos.
Antecedentes históricos da colonização inglesa na América do Norte
Os antecedentes históricos da colonização inglesa na América do Norte remontam ao final do século XV: a primeira divisão oficial dos novos territórios foi realizada no Tratado de Tordesilhas (1494) e contemplava apenas Portugal e Espanha. Desse modo, a Inglaterra foi deixada de fora da divisão do Tratado de Tordesilhas.
A primeira tentativa de colonização inglesa da América do Norte ocorreu no reinado de Elizabeth I (1533-1603), da Dinastia Tudor. Entre 1577 e 1580, Sir Francis Drake realizou a circum-navegação do mundo e fundou a colônia da Nova Inglaterra na América do Norte; em 1587, a rainha concedeu a Sir Walter Raleigh o direito de exploração desde que pagasse como imposto 20% de tudo que encontrasse, e o nobre fundou a colônia da Virgínia.
No entanto, apesar do início da presença britânica na América do Norte na época, essa empreitada colonial não prosperou, pois faltava estrutura para que os colonos estabelecessem seus domínios e sobrevivessem. O modelo de colonização definitivo foi desenvolvido anos mais tarde, na Dinastia Stuart.
Características da colonização inglesa na América do Norte
Durante o reinado de Jaime I (1567-1625), a colonização inglesa na América do Norte tomou outro fôlego. Através de uma nova legislação, a monarquia inglesa estabeleceu uma colônia permanente no continente americano (Jamestown, na Virgínia) e um novo modelo de colonização. Esse modelo era baseado na concessão da atividade colonizadora na América do Norte a duas empresas, a Companhias de Londres e a Companhias Plymouth, que explorariam o território e organizariam a colonização, devendo pagar impostos à Coroa.
Então, o modelo de colonização criado pela Inglaterra na América do Norte foi essencialmente de povoamento, isto é, seu foco não era a exploração mineral ou agrícola, mas a expansão da civilização inglesa para o continente americano.
Além disso, não existiram leis que limitavam a liberdade comercial dos colonos, que por mais que pagassem impostos ao governo inglês viviam em estado de maior liberdade que o Brasil Colônia, por exemplo.
Como foi o processo de colonização inglesa na América do Norte?
O processo de colonização inglesa na América do Norte ocorreu entre os séculos XVI e XVIII e constituiu as chamadas Treze Colônias. Os habitantes das colônias eram ingleses que emigraram para a América, e nesse grupo havia uma grande diversidade social: colonos pobres que vieram como servos temporários, centenas de órfãos e os peregrinos, protestantes perseguidos, cultos e letrados, viajantes do navio Mayflower (1620).
Ao longo desse período, as Treze Colônias se estabeleceram na costa leste do atual território dos Estados Unidos. Por razões de diferenças climáticas e econômicas, é comum que os historiadores as dividam em dois grupos: as colônias do norte e as colônias do sul.
As colônias do norte possuíam um clima temperado, similar ao europeu. Por isso, sua economia foi baseada na policultura, no mercado interno e predominou a pequena propriedade. Essencialmente, foram colônias de povoamento, com foco na ocupação do território e na expansão do modelo civilizacional inglês.
Já as colônias do sul possuíam clima subtropical, mais quente e diferente do europeu. Por isso, nelas foram produzidos gêneros agrícolas diferentes daqueles possíveis de produção na Inglaterra, o que determinou um modelo de colonização diferente. Existiram ciclos produtivos de monoculturas de tabaco e algodão, em propriedades latifundiárias e escravocratas, com produção voltada ao mercado externo. O modelo das colônias do sul é mais próximo ao das colônias de exploração e do Brasil colônia.
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Quais foram as colônias inglesas na América do Norte?
As Treze Colônias inglesas na América do Norte foram:
- Virgínia, fundada em 1607;
- Nova Iorque, fundada em 1626;
- Massachusetts, fundada em 1630;
- Maryland, fundada em 1633;
- Rhode Island, fundada em 1636;
- Connecticut, fundada em 1636;
- New Hampshire, fundada em 1638;
- Delaware, fundada em 1638;
- Carolina do Norte, fundada em 1653;
- Carolina do Sul, fundada em 1663;
- Nova Jersey, fundada em 1664;
- Pensilvânia, fundada em 1682;
- Geórgia, fundada em 1732.
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Consequências da colonização inglesa na América do Norte
A principal consequência da colonização inglesa da América do Norte foi o estabelecimento das Treze Colônias.
Outra consequência foi a independência das Treze Colônias, ocorrida em 1776, que foi a primeira independência colonial da história, influenciada pelos ideais iluministas e liberais. Foi fonte de inspiração para diversos outros movimentos de independência no continente americano.
Além disso, a formação dos Estados Unidos, marcada pela Constituição de 1787, também é emblemática: trata-se da primeira república presidencialista democrática do mundo, formada após 11 anos de intensa discussão sobre regimes de governo, formas de estado e sistemas de governo, as quais também serviram de exemplo para todas as nações da América e Europa.
Outra consequência é o fato de que o processo de expansão territorial dos EUA no século XIX foi marcado pela conquista do oeste e pelo extermínio da população indígena (chamada atualmente pela historiografia estadunidense de “nativos americanos”) para que se conquistassem seus territórios.
Exercícios resolvidos sobre a colonização inglesa na América do Norte
Questão 1
(PUC) Colonização de iniciativa particular no século XVI, as Treze Colônias inglesas mantinham grandes diferenças entre si, sendo as principais entre o norte e o sul. Dentre elas, podemos citar que
A) o norte foi caracterizado por receber um grande fluxo de imigrantes ingleses que, estimulados pelos cercamentos e pelas perseguições religiosas sofridas na Inglaterra, vieram para colônia e montaram grandes fazendas de açúcar, tabaco e algodão, voltadas à exportação para a Europa.
B) as colônias do sul eram voltadas à exploração e possuíam um sistema de produção baseado no plantation, portanto com trabalho escravo, monocultura e exportação.
C) o sul abrigou colônias de povoamento, onde a pequena propriedade para subsistência e o trabalho livre foram predominantes.
D) a Coroa inglesa se manteve presente nas Treze Colônias, cobrando impostos e fundando a Companhia Geral do Comércio, órgão cuja competência era fiscalizar e manter o monopólio inglês sobre os produtos exportados pela colônia.
E) as colônias ao norte foram conhecidas pela exploração de matéria-prima que abastecia as manufaturas inglesas, contudo, a partir das revoltas de escravos e o início do trabalho assalariado, o valor das transações aumentou muito, tornando inviável para a Inglaterra continuar ligada às colônias.
Resolução:
Alternativa B.
As colônias do Sul eram mais voltadas à exploração, uma vez que possuíam um clima mais quente.
Questão 2
(Unicentro)
Quando Cristóvão Colombo atravessou o oceano Atlântico em 1492, pensou que tinha chegado ao leste da Ásia. Na realidade, ele tinha aberto aos europeus um novo continente: a América, com suas várias ilhas. Muitos outros europeus, na maioria espanhóis, portugueses, franceses e ingleses, seguiram o caminho de Colombo para esse novo mundo.
(COLONIZAÇÃO... 2016).
A colonização europeia na América apresentou características gerais comuns, contudo manteve algumas especificidades, como a colonização
A) das Treze Colônias inglesas, com o estabelecimento de relações comerciais que fugiam ao controle metropolitano.
B) da América inglesa, que utilizou do trabalho assalariado e familiar, abdicando do trabalho escravo africano, influenciado pelas ideias liberais.
C) da América portuguesa, baseada no escambo do pau-brasil e nas relações amistosas com a população indígena.
D) da América espanhola, que estabeleceu relações igualitárias entre os colonos nascidos na América e os oriundos da Espanha.
E) da América francesa, que, influenciada pelos ideais da Revolução Francesa, estabeleceu uma relação de igualdade e fraternidade entre os habitantes das colônias.
Resolução:
Alternativa A.
A colonização inglesa na América do Norte foi marcada por um alto grau de liberdade por parte dos colonos.
Créditos de imagem
[1] Wikimedia Commons (Imagem editada: Os textos foram traduzidos.)
[2] Richard Zietz / Wikimedia Commons (Imagem editada: O nome de algumas das colônias foi traduzido.)
Fontes
KARNAL, Leandro; PURDY, Sean. História dos Estados Unidos. São Paulo: Contexto, 2007.
GRANT, Susan-Mary. História Concisa dos Estados Unidos da América. São Paulo: Edipro, 2014.
IZECKHSON, Vitor. Estados Unidos: uma história. São Paulo: Contexto, 2021.